Teste da Orelhinha é aplicado em bebês sebastianenses
Na maternidade do HCSS (Hospital de Clínicas de São Sebastião), uma média e 120 bebês recém-nascidos realizam gratuitamente, a cada mês, o ‘Teste da Orelhinha’, um trabalho de fundamental importância realizado pela equipe de fonoaudiólogos da Sesau (Secretaria de Saúde), para detectar precocemente possíveis problemas auditivos.
A TAN (Triagem Auditiva Neonatal), popularmente conhecida como “Teste da Orelhinha”, é atualmente o método mais eficaz para detectar problemas auditivos em recém-nascidos. Trata-se de um exame simples, rápido e indolor e que deve ser realizado preferencialmente na alta hospitalar em bebês com até 48h de vida.
De acordo com a fonoaudióloga Priscila Parodi, especialista em audiologia e coordenadora do Centro de Reabilitação e do Serviço de Audiologia da Sesau, “São Sebastião é o único município da região que realiza o Teste da Orelhinha de modo universal, como preconiza o SUS, ou seja, todos os bebês da maternidade são avaliados, independente de serem considerados de risco ou não, particular, convênios ou do SUS”.
A audição é fundamental para o desenvolvimento infantil global e inicia-se antes mesmo do nascimento, por volta do terceiro mês de gestação. Portando o teste é mundialmente recomendado como principal instrumento para assegurar a saúde auditiva nos primeiros anos de vida.
O objetivo da TAN é identificar perdas auditivas ou que possam prejudicar o desenvolvimento normal da criança como no caso da neuropatia auditiva. Os primeiros seis meses de vida são decisivos para o desenvolvimento futuro da criança deficiente auditiva.
A triagem auditiva deve ser realizada em todos os recém-nascidos, preferencialmente durante a internação na maternidade ou, na impossibilidade, até o primeiro mês de vida.
Como é feito
O “Teste da Orelhinha” consiste na colocação de uma pequena sonda na orelha do bebê. Este aparelho emite sons de fraca intensidade que movimenta as células da cóclea (ou caracol = tubo ósseo enrolado em espiral).
Se a cóclea estiver íntegra, a sonda capta o ruído gerado pelos movimentos destas células, indicando se o bebê ‘passou’ na triagem. O exame é realizado pelo fonoaudiólogo com o bebê dormindo, é indolor e não machuca, além de ser rápido.
O resultado é informado à mãe e anotado imediatamente após a realização. As anotações também são feitas na carteirinha do recém-nascido.
Se o bebê ‘falhar’ na triagem auditiva neonatal ou houver suspeita de deficiência auditiva a partir da triagem ou dos indicadores de fatores de risco, o bebê será encaminhado para avaliação audiológica e otológica completa no setor de audiologia do Centro de Reabilitação, aos cuidados do otorrinolaringologista e do fonoaudiólogo.
Em cada mil nascidos podem ser encontrados de um a três bebês com surdez congênita, porém se for um bebê de UTI neonatal este número cresce para um a cada 50 bebês. Se comparamos ao ‘Teste do Pezinho’, que detecta doenças que ocorrem na proporção de um a cada 10 mil bebês, o ‘Teste da Orelhinha’ detecta um caso a cada mil.
Quanto mais precocemente a perda auditiva for detectada e diagnosticada, mais cedo o bebê passará a receber estimulação auditiva, através de amplificação sonora individual, enquanto o sistema auditivo ainda está em processo de amadurecimento.
Se os procedimentos adequados já forem iniciados logo nos primeiros meses de vida, o bebê terá oportunidades do desenvolvimento de fala e linguagem como o de outra criança ouvinte, prevenindo dificuldades escolares, emocionais e de oportunidades de inserção no mercado de trabalho.
São Sebastião
Em São Sebastião a Triagem Auditiva Neonatal Universal ou “Teste da Orelhinha” é realizado pelos fonoaudiólogos da Sesau, na maternidade do HCSS, desde 2005, mesmo a Lei Federal tendo tornado o teste obrigatório somente a partir do ano passado.
Desde o início deste serviço no município, foram diagnosticados com surdez profunda nove crianças antes de completarem o primeiro ano de vida. Isto significa que este trabalho cria oportunidades mais adequadas para estas crianças de desenvolvimento de fala, linguagem, escolaridade e inclusive, futuramente, profissional.
A Seduc (Secretaria da Educação) é parceira desta ação, dando apoio às crianças e sua família quando começam a frequentar o ambiente escolar, sendo que a Sesau se mantém presente nas escolas, sempre trabalhando em parceria com os psicopedagogos e professores.
Ainda na maternidade municipal, no caso de alta hospitalar pós-parto sem que o bebê tenha realizado o teste da orelhinha, basta procurar a recepção do HCSS em até 30 dias de vida para agendá-lo gratuitamente. Se o bebê tiver mais de 30 dias, o agendamento deverá ser feito no Centro de Reabilitação pelo telefone (12) 3891-4910.