Um total de 61 policiais militares do Estado de São Paulo se feriu em serviço ou durante a folga no primeiro semestre deste ano, um aumento de 45% em relação ao mesmo período de 2017. Nos últimos cinco anos, em torno de 600 agentes tiveram de se afastar definitivamente das ruas por causa da gravidade de suas sequelas. Cerca de um terço dos casos ocorreu na capital. Ao se aposentarem por invalidez, os PMs enfrentam processos burocráticos complicados para ter acesso a indenizações, promoções e outros adicionais.
O comando da corporação informa que os dois procedimentos obrigatórios, um chamado de sindicância e o outro de apuração preliminar, têm prazo de trinta dias para ser concluídos e que em algumas ocasiões há prorrogação, sobretudo quando surge a necessidade de perícias adicionais. A Associação dos PMs Portadores de Deficiência Física (APMDFESP), no entanto, estima que esses trâmites levem até três anos para ser finalizados.
A situação se complica quando o agente se fere fora do horário de serviço, uma realidade em mais da metade das ocorrências desse tipo. “Precisei provar que fui alvo de uma vingança por parte de membros do PCC, pois na sindicância tentaram me enquadrar como vítima de um assalto comum”, afirma Anderson Sales, policial reformado da Rota que em 2015 foi atingido por oito tiros durante uma emboscada, o que fez com que perdesse parte dos movimentos do braço e da perna esquerdos. Abaixo, confira mais histórias de PMs vítimas das ruas.