O candidato do PRB ao governo do Rio, Marcelo Crivella, participou nesta quinta-feira (14), de sabatina promovida pelo jornal O Globo. A entrevista foi mediada pelo editor executivo Pedro Doria e contou com perguntas de diversos editores. Crivella apresentou com clareza suas propostas para os diversos setores da administração pública e, apesar dos poucos recursos de que dispõe para a campanha, mantém a certeza de que estará no segundo turno.
“Mesmo com poucos recursos, tenho certeza de que vou para o segundo turno, e vou ganhar a eleição, vocês vão ver! E como não tenho qualquer compromisso com partidos, minha aliança será única e exclusivamente com o povo. No governo do Pezão quem vai mandar vai ser o Cabral; no meu governo, quem vai mandar vai ser o povo”, afirmou Crivella.
Questionado sobre os mais diversos temas, Crivella respondeu sempre com serenidade e conhecimento de causa, demonstrando ser o candidato mais preparado para o desafio de governar um estado com problemas tão complexos. Crivella concordou que o Rio precisa diversificar mais sua economia. “A estrutura administrativa do governo do estado foi desmantelada. O Arco Metropolitano ficou pronto agora, mas já poderia ter sido concluído cinco anos atrás, mas faltavam engenheiros no estado para assinar as desapropriações. Precisamos adensar as cadeias produtivas, levando emprego para próximo de onde as pessoas moram e moradia para perto de onde as pessoas trabalham”, disse Crivella.
Apesar de os transportes, a segurança, e a educação demandarem grande preocupação, Crivella elegeu a saúde como o setor que será referência em seu governo. “A prioridade do meu governo será a saúde, que mexe diretamente com a vida das pessoas. O estado gasta R$ 300 milhões por ano com propaganda, mais do que São Paulo, que gasta R$ 200 milhões. Vamos usar esse dinheiro para acabar com a interminável fila de pessoas que aguardam uma cirurgia, e equipar melhor nossas unidades de saúde. Não faltam recursos, falta gestão”, afirmou Crivella.
Crivella-no-Globo-sabatina-foto-ascom-marcelo-crivella-002O choque de gestão que Crivella pretende empreender no estado, vai levar à junção de algumas secretarias, objetivando economia e maior eficiência da máquina pública, mas ele negou que a Secretaria de Cultura vá ser acoplada à de Esportes e Lazer. “Vamos fazer alguns ajustes, mas a Secretaria de Cultura será preservada. Sonho em ver a arquitetura disseminada nas casas das comunidades. Vamos dar atenção especial a moda, design, games e espetáculos em geral. Vamos difundir ações culturais nas comunidades para fortalecer as UPPs”, adiantou Crivella.
O contrato de concessão do Maracanã, alvo de críticas e muitas polêmicas, faz parte das preocupações de Crivella, que até admite rever alguns pontos dele, mas sempre em acordo com os arrendatários, garantindo, contudo, que em seu governo os contratos serão respeitados e não quebrados. “Precisamos dialogar e estudar o equilíbrio financeiro do contrato. É fundamental trazermos de volta para o estádio os geraldinos, que tanto abrilhantavam nossas tardes de domingo. Aliás, esporte será prioritário no meu governo. Faço caminhadas e vou sempre ao estádio torcer para o meu Botafogo. Vamos fazer parcerias e incentivar jovens carentes a praticar esportes. Quero ouvir a população sobre a revitalização do parque aquático e da pista de atletismo do complexo do Maracanã, que viraram monumentos ao desperdício”, afirmou Crivella.
Consciente da importância de tratar todos da mesma forma, marca intrínseca à sua personalidade, Crivella reafirmou o compromisso de respeitar os direitos da comunidade LGBT. “Não ter uma secretaria voltada aos direitos dos homossexuais não significa dizer que não teremos políticas públicas voltadas para eles. Não vou dizer que irei à parada gay porque não sou demagogo, mas terei respeito e preocupação por eles. Não sou homofóbico, não aceito que homossexuais sejam agredidos ou impedidos de entrar em uma igreja, isso é crime e deve ser punido de acordo com a lei”, disse Crivella.
Crivella fez uma revolução silenciosa à frente do Ministério da Pesca, e conseguiu mexer em estruturas arcaicas do setor, que passou a ganhar em produtividade. “Trocamos os superintendentes da pesca nos estados, colocando técnicos respeitados no setor; economizamos quase 400 mil salários mínimos por ano com o seguro defeso; baixamos os impostos e colocamos o pescado na cesta básica; quase dobramos a quantidade de pescado produzida no país, enfim, foram quase dois anos de muita transpiração e respeito aos verdadeiros pescadores”, disse Crivella.
Ao se despedir, Crivella pediu ao povo fluminense uma oportunidade de mostrar seu serviço. “Acho que mereço uma oportunidade. Quero fazer política sem ódios. O restaurante popular, por exemplo, está aí e precisa ser mantido, mas precisamos de políticas estruturantes. Sou um candidato que sonha em ver um estado melhor. Não vou fazer um governo perfeito, mas quero ser leal a quem confiou em mim. Garanto que do primeiro ao último dia do meu governo o interesse do povo será respeitado. Quero priorizar a saúde para ter a certeza de que ninguém da nossa terra morra desamparado. Acredito muito no meu estado e no povo fluminense. Vou fazer um governo honesto, até porque sem as mãos limpas, suja tudo. As pessoas estão procurando candidatos com ficha limpa!”, observou Crivella.