Na última quinta-feira, 27, a fundação artística da Suíça apresentou ao mundo o que diz ser a versão original da "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci. A informação foi divulgada pela agência "Reuters".
Membros do grupo disseram (com base em pareceres de especialistas um físico, um perito em imagens e de um especialista italiano na obra de Da Vinci), numa concorrida entrevista coletiva em Genebra, que o retrato de uma mulher que parece ser dez anos mais jovem que a Mona Lisa exposta no Louvre, em Paris, só pode ser obra do gênio renascentista.
"Os fatos são esmagadores, e claramente provam a autenticidade da obra-prima", disse o advogado suíço Markus Frey, presidente da Fundação Mona Lisa, entidade privada que garante não ter interesse financeiro na obra.
Ainda segundo a "Reuters", Stanley Feldman, historiador da arte e membro do grupo, disse que os críticos que rejeitaram a ideia de que essa "Mona Lisa jovem" possa ser de Da Vinci nunca a viram. "Convidamo-los a Genebra para estudá-la por si mesmos", acrescentou.
"Está absolutamente claro que nem esta nem a do Louvre são cópias", disse ele, numa clara resposta ao estudioso britânico Martin Kemp, especialista em Da Vinci, que disse na semana passada a um jornal londrino que "muita coisa está errada" com a pintura da fundação, inclusive o fato de ela ser pintada sobre tela, e não sobre madeira, suporte favorito do artista.
Numa luxuosa publicação dedicada a 30 anos de pesquisa sobre a obra, conhecida durante muito tempo como "Mona Lisa de Isleworth", a fundação argumenta que ela foi pintada entre 1503 e 1505 em Florença, e que nunca foi concluída.
Alessandro Vezzosi, diretor do Museu Leonardo, na cidade italiana de Vinci, terra natal do artista, disse que há muito tempo acreditava na existência de duas Monas Lisas.
A versão da fundação - pertencente desde 2008 a um consórcio privado - provavelmente é a que foi registrada num recém-descoberto documento de 1503, segundo Vezzosi.
Ligeiramente maior que o retrato exposto em Paris, amplamente apontado como a pintura mais famosa do mundo, a obra em Genebra mostra uma mulher numa pose idêntica, com o mesmo sorriso enigmático, e as mesmas proporções geométricas.