O deputado estadual Marco Aurélio (PT), integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa cobra uma apuração da morte do advogado Diego Luiz Berbare Bandeira, 38 anos, ocorrida na noite da última quinta-feira quando foi baleado com 14 tiros. Bandeira havia denunciado à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa maus tratos e abusos policiais no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba.
Conforme o deputado Marco Aurélio, ele e os demais deputados que compõem a Comissão de Direitos Humanos estavam em contato direto com Diego Bandeira para apurar essas denúncias. Bandeira era advogado criminalista e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Caraguá. Em junho passado, ele e a advogada Aline Carlota haviam denunciado na Assembleia Legislativa as condições insalubres, tortura e falta de atendimento médico no CDP de Caraguatatuba.
Os advogados e o deputado Marco Aurélio também denunciaram relatos de abuso policial, tortura e extorsão à Procuradoria Geral do Estado. Os casos fazem parte de uma linha de investigação do homicídio.
“A morte do advogado Diego Bandeira precisa ser apurada e não pode ficar impune. Nós, da Comissão de Direitos Humanos, vamos levar à frente as denúncias que ele fez. Sua morte não pode ser em vão”, disse Marco Aurélio.
Diego Bandeira foi executado com 14 tiros quando estava em frente à sua residência no bairro Rio do Ouro, em Caraguá. A polícia acredita em execução, mas, por enquanto ninguém foi preso. Segundo testemunhas, por volta das 18h45 a vítima estava conversando com um amigo em frente da sua casa, na Rua Bernardino Alexandre, no Rio do Ouro quando um homem de moto parou efetuou os disparos e fugiu. Os tiros foram disparados à queima roupa. Cinco deles atingiram a cabeça do advogado, que morreu na hora.
Segundo a polícia, há várias frentes de investigação e suspeitos estão sendo ouvidos. O delegado responsável pelo caso, Maurício Ahvener, explicou que nenhuma hipótese está sendo descartada. “Ele atuava na área criminal e por conta disso teremos de verificar todos os processos acompanhados por ele e se há algum caso que possa ser enquadrado nessa investigação e que motive uma vingança. Também temos de verificar a vida pessoal dele, que, segundo informações atualmente se relacionava com uma adolescente. Apreendemos no local computadores, laptops, celulares e tudo isso vai ser encaminhado para a perícia em São Paulo para tentar pelo histórico da vítima determinar o que tenha causado o crime”, destacou.