Além das mudanças de humor, da insônia e do ganho de peso, a menopausa também pode provocar mudanças na pele de algumas mulheres.
Você vai parecer mais jovem aos 50 ou 60 anos
“Rugas mais profundas, inchaço e ressecamento da pele são apenas alguns dos problemas exacerbados pelas mudanças hormonais durante esta etapa da vida. Durante a menopausa, os hormônios femininos declinam rapidamente, levando ao envelhecimento acelerado da pele”, afirma a dermatologista Cristine Carvalho, diretora do CDE – Centro de Dermatologia e Estética.
Segundo a médica, os níveis de colágeno e de elastina diminuem dramaticamente, resultando em mais flacidez e em rugas mais profundas. “A produção de ácido hialurônico, que tem a função de hidratar a pele, também diminui, causando ressecamento. E como a produção de testosterona aumenta, algumas mulheres podem, ainda, sofrer com acne e com o aparecimento de pêlos faciais na menopausa”, diz a médica.
O que é fundamental saber é que os efeitos da menopausa não são “uma sentença condenatória”, podem ser limitados, se agirmos com antecedência. “Por exemplo, iniciar um programa de cuidados com a pele, quando se está na casa dos trinta é o maior investimento que você pode fazer na sua pele. E com certeza, você vai parecer mais jovem aos 50 ou 60 anos”, defende Cristine Carvalho.
A seguir, a diretora do CDE – Centro de Dermatologia e Estética enumera algumas dicas para manter a aparência da pele mais jovem durante a menopausa:
Ressecamento da pele
A queda nos níveis de estrogênio leva à desaceleração da produção de sebo pelas glândulas da superfície cutânea do corpo, resultando em pele seca e sem brilho. “Nesta etapa da vida é importante investir em hidratantes para o corpo mais ricos em parafina líquida ou ureia, dentre outras opções de hidratantes e emolientes existentes no mercado. Há também cremes que podem neutralizar a perda de óleo da pele. A intradermoterapia e a mesoterapia também podem ajudar a atrair água para as camadas mais inferiores da pele”, explica a dermatologista.
Flacidez
É o colágeno que promove a espessura, a elasticidade e a sustentação – mantendo o turgor – da pele. Mas quando chegamos aos 25 anos, ele começa a se esgotar, num ritmo de um por cento a cada ano. À medida que as mulheres entram na menopausa, este ritmo fica mais acelerado. E a pele pode perder 30% de seu colágeno em cinco anos, tornando-se fina e frouxa. “Cremes que contenham vitamina A – retinol – devem começar a ser usados a partir dos trinta anos, visando fortalecer a pele e estimular a produção de colágeno. Cremes para a pele contendo estrógenos de base vegetal – como extratos de soja e inhame – também pode ajudar a reequilibrar os níveis hormonais e estimular a produção de colágeno”, diz a médica, que também é chefe do Departamento de Fototerapia do Curso de Pós-Graduação em Dermatologia da Fundação Pele Saudável, Instituto BWS.
Rugas profundas
A capacidade da pele de reparar e substituir o colágeno lesado por um novo colágeno diminui à medida que os níveis de estrogênio caem. Esta é a principal causa das rugas acentuadas em áreas como testa, olhos e boca na menopausa. “Assim, é preciso combater as rugas dinâmicas, que aparecem primeiro, na da casa dos trinta. A toxina botulínica pode ser empregada para fazer o relaxamento destes músculos faciais, inibindo a formação das rugas dinâmicas através da contração ou do movimento muscular. Os preenchimentos faciais, nesta etapa da vida, podem neutralizar o aparecimento de rugas mais profundas, mais tarde”, explica Cristine Carvalho. Já na menopausa, a toxina botulínica e os preenchimentos precisam ser associados a outros procedimentos, como lasers fracionados, luz intensa e peelings mais profundos, sempre visando a melhora do conjunto. “O laser fracionado é a opção terapêutica mais indicada para a redução de rugas nesta etapa da vida. A luz pulsada remove a camada superior e envelhecida da pele, resultando no aparecimento de novas células”, afirma a dermatologista. A aplicação direta de cremes com potentes antioxidantes, além do uso de retinóides tópicos que ativam o metabolismo celular, também podem ajudar a defender a pele do envelhecimento acelerado. “E nunca é tarde demais para começar a usar um filtro solar de amplo espectro. Quando aplicado diariamente e reaplicado apropriadamente – a cada três horas – pode evitar que novos sinais de envelhecimento apareçam”, lembra a médica.
Pêlos no rosto
Como os níveis de estrogênio caem durante a menopausa, o nível de dihidrotestosterona (DHT) – hormônio chave que controla o crescimento de pêlos faciais – pode aumentar, levando à formação de pêlos grossos no rosto, principalmente no queixo. “A depilação com cera pode remover os pêlos pela raiz, deixando o rosto livre deles por pelo menos três semanas. Mas é importante lembrar que a depilação pode provocar manchas escuras ou até brancas no local da depilação. Para uma redução mais permanente de pêlos faciais, o laser é o mais indicado. O processo de remoção de pêlos das mulheres na menopausa leva mais tempo do que o habitual, devido à direção de crescimento dos pêlos no queixo. É sempre importante agir rapidamente, porque se os pêlos ficarem brancos, o laser não será capaz de tratá-los”, alerta a médica.
Acne
As glândulas produtoras de oleosidade da pele podem ficar fora de controle durante a menopausa. “Cremes contendo agentes antibacterianos, tais como peróxido de benzoíla, podem ajudar a combater a acne nesta etapa da vida. Na falta destes, cremes antibióticos e retinóides ou comprimidos podem ser prescritos. E para casos graves, um laser que emite uma luz amarela pode ser indicado para destruir as bactérias quer provocam o aparecimento da acne, diminuindo o processo inflamatório e aliviando o quadro clínico”, diz a dermatologista Cristine Carvalho.