A pedido do Ministério Público Estadual, a Justiça de Barretos nomeou o interventor judiciário Zaiden Geraige Neto para gerir a fundação que é responsável pela administração da TV Barretos. O motivo é o suposto uso político que estava sendo feito da emissora.
A decisão, divulgada na semana passada, inclui a destituição de toda a diretoria da Fundação de Educação e Telecomunicação de Barretos.
O promotor de Justiça José Ademir Campos Borges, que solicitou a interdição, afirmou ter obtido provas --algumas com interceptação telefônica autorizada- de que Luiz Carlos Anastácio, o Paçoca (PDT), presidente do Sindicato da Alimentação, usa a TV para fins políticos.
As intenções do sindicalista, segundo o Ministério Público, visavam as eleições municipais de 2012 --a decisão não diz para que cargo.
De acordo com o promotor, a intervenção tem o objetivo de reestruturar a diretoria da TV Barretos e evitar o uso do espaço para fins políticos.
A Promotoria se baseou também no fato de que adversários de Paçoca estariam sendo "cortados" das transmissões do canal. Um dos exemplos usados foi uma transmissão da sessão da Câmara de Barretos em que um adversário de Paçoca teve o áudio prejudicado.
Em junho, o diretor da emissora, Marco Antônio Moreira Lagos, foi morto com sete tiros quando saía de um hotel. O caso é investigado.
OUTRO LADO
O sindicalista e presidente do PDT de Barretos, Luiz Carlos Anastácio, o Paçoca, não foi encontrado a para comentar o assunto.
O presidente destituído da Fundação Fundação de Educação e Telecomunicação de Barretos, Merhej Najm Neto, que também comanda a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Barretos, disse que não era necessária a destituição da diretoria.
Najm Neto afirmou que não depende nem ganha nada com a TV Barretos. Para ele, diante do problema, o Ministério Público poderia tê-lo comunicado para que ele se afastasse do cargo.
"Vou recorrer [da decisão] nem que seja só para que eu possa renunciar em seguida. Eu não precisava ser destituído", disse o advogado.