Com Neymar, Santos repete trajetória por um novo título mundial 48 anos depois
Gilmar, Ismael, Mauro, Haroldo, Dalmo, Lima, Mengálvio, Dorval, Coutinho, Almir e Pepe. Foram estes os últimos 11 jogadores a disputarem uma partida de um Mundial com a lendária camisa do Santos. Rafael, Danilo, Edu Dracena, Bruno Rodrigo, Durval, Arouca, Henrique, Elano, Paulo Henrique Ganso, Neymar e Borges. 48 anos depois da vitória por 1 a 0 sobre o Milan, no Maracanã, serão estes os 11 jogadores que irão retomar a história do Alvinegro da Vila Belmiro além-mar.
O adversário das 8h30 quarta-feira - horário de Brasília - não terá o peso do rival italiano de 1963, e a estrela maior do time não vai estar machucada, como esteve Pelé naquela oportunidade. Mas diante do campeão japonês, o Kashiwa Reysol, e com Neymar o Santos vai dar no Estádio Toyota o primeiro passo de um trajeto que no dia 18 de dezembro, em Yokohama, pode devolver ao clube o título de dono do planeta.
O grande obstáculo neste caminho é uma melhores equipes de futebol vistas nos últimos tempos, o Barcelona. Mas convém dar atenção ao desafio inicial. O mundo do futebol espera ansiosamente pelos duelos entre espanhóis e brasileiros e entre Messi e Neymar. No entanto, a última edição do torneio já mostrou que decepções são possíveis. O Santos não quer ser vítima de um novo Mazembe.
"Na parte teórica é muito fácil falar que somos favoritos e decidiremos o título com o Barcelona. Mas na prática precisamos ter concentração para não deixar escapar a vaga. No ano passado, o Mazembe eliminou o Inter. Por isso temos que entrar concentrados", alerta o atacante Borges.
O time brasileiro parece estar precavido contra os riscos que o Kashiwa pode oferecer. Além da já batida velocidade oriental, a equipe do técnico Nelsinho Batista aposta na precisão dos brasileiros Jorge Wagner e Leandro Domingues nas jogadas aéreas. "É um time organizado, que tem na armação volantes que constroem muito bem. Os brasileiros são decisivos, o Jorge na bola parada continua perigoso e o Leandro pelo lado direito é diferenciado, analisa o técnico Muricy Ramalho.
O Santos que entrará em campo na estreia do Mundial é conhecido há tempos. Durval fica mesmo com a vaga de Léo na lateral, protegendo o lado esquerdo da defesa e dando liberdade para Neymar atacar. Como também já era esperado, Elano será o substituto do volante Adriano, lesionado.
Mas algumas dúvidas só serão solucionadas na hora em que a bola rolar no Estádio Toyota. A condição física de Elano não é a ideal, mas o meia vai a campo pela experiência que carrega ao longo da carreira internacional. Como o titular da seleção brasileira na Copa de 2010 vai se comportar nos gramados japoneses?
Outra figura decisiva do ataque santista, o meia Ganso pode não ter problemas físicos, mas a cabeça do camisa 10 é motivo de preocupação. Depois de passar o ano inteiro em conflito com a diretoria do clube por desencontros quanto à assinatura de um novo contrato, o jogador recolocou o assunto em pauta às vésperas do Mundial ao vender os 10% dos próprios direitos que lhe pertenciam ao grupo DIS, desde o início tido pelo Santos como vilão da história.
Já Neymar precisa corresponder à imensa expectativa criada pela imprensa mundial e pelos torcedores japoneses nos últimos dias. Jogadores de peso e responsabilidades de peso, à altura de um time bicampeão mundial. A postura da equipe diante de tamanha pressão vai determinar se o Santos voltará ao Brasil com o tri.
FICHA TÉCNICASANTOS X KASHIWA REYSOL
Local: Estádio Toyota, Toyota (Japão)
Data: 14 de dezembro de 2011, quarta-feira
Horário: 8h30 horas (horário de Brasília)
Árbitro: Nicola Rizzoli (Fifa-ITA)
Assistentes: Renato Faverani e Andrea Stefani (ITA)
SANTOS: Rafael; Danilo, Edu Dracena, Bruno Rodrigo e Durval; Henrique, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Borges
Técnico: Muricy Ramalho
KASHIWA REYSOL: Sugeno; Sakai, Kondo, Masushima e Hashimoto; Otani, Barada, Jorge Wagner e Leandro Domingues; Kudo e Tanaka
Técnico: Nelsinho Batista