GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Amigos, políticos e artistas se despedem do jornalista Rodolfo Fernandes, morto neste sábado


Rodolfo Fernandes / Foto Marizilda Cruppe
RIO — Políticos, artistas e amigos foram ao Memorial do Carmo, no Caju, se despedir do jornalista Rodolfo Fernades, diretor de Redação do GLOBO. Estiveram presentes ao velório, neste domingo, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ), o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito Eduardo Paes, entre outros.

Rodolfo morreu neste sábado, aos 49 anos, vítima de insuficiência respiratória provocada por esclerose lateral amiotrófica. O jornalista lutava há dois anos contra a doença.

O ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, o antropólogo Roberto DaMatta e a atriz Sílvia Buarque também foram ao velório. Colegas de profissão e do jornal O GLOBO, como Luis Fernando Veríssimo, Merval Pereira, Zuenir Ventura e Míriam Leitão, se despediram de Rodolfo. 

O vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, destacou o caráter do jornalista:
- Rodolfo foi um profissional ímpar. Um talento e uma capacidade de liderança na redação. Era um chefe adorado por toda a sua equipe. 

O GLOBO tem um ambiente invejável dentro da redação, obra em grande parte do Rodolfo. Mais do que tudo, ele foi um grande amigo de todos nós, de todas as pessoas que trabalharam com ele. Ele deixa uma lembrança boa para a gente, por seu senso de humor e seu carinho. Rodolfo foi uma pessoa muito especial.

Para o deputado federal Miro Teixeira, uma das características mais importantes de Rodolfo era a impessoalidade na atividade jornalística:

O velório de Rodolfo Fernandes no Memorial do Carmo, no Caju, Rio / Foto: Carlos Ivan - O Globo

- Eu acompanhei a carreira do Rodolfo desde o início e ele fazia no jornalismo o que falta aos políticos na vida pública: impessoalidade. Conhecia pessoas públicas e políticos, mas não misturava as relações e levava as informações verdadeiras às pessoas.

A atriz Sílvia Buarque lembra de Rodolfo como um jornalista sério, mas ao mesmo tempo divertido:
- Eu fui cunhada do Rodolfo durante sete anos. Ele era um jornalista centrado e muito sério, mas nem por isso deixava de ser brincalhão. Eu me lembro dele fazendo piada e jogando futebol.

Para Aécio Neves, o Brasil perdeu "o mais importante jornalista da nossa geração":
- Rodolfo fez uma escola ética e profissional. E soube construir relações em todos os campos. 

Certamente, uma nova geração de jornalista vem se formando através do exemplo do Rodolfo. É uma perda sem tamanho e, por isso, estamos todos aqui hoje extremamente sentidos.”
Eduardo Paes destacou a paixão de Rodolfo pelo Rio.

- Ele tinha uma característica marcante: a sua enorme carioquice. Sempre reservou um espaço na primeira página do GLOBO para debater os assuntos da cidade. O Rodolfo era um apaixonado por essa cidade, um supercarioca, e que vai fazer muita falta neste debate sobre o Rio, até quando (o debate) era contra o prefeito.

Carreira de jornalista começou aos 16 anos
Filho do jornalista Hélio Fernandes, Rodolfo começou a carreira aos 16 anos de idade na "Tribuna da Imprensa", onde teve breve passagem. Depois, em Brasília, trabalhou na "Última Hora", no "Jornal de Brasília", na "Folha de S. Paulo" e no "Jornal do Brasil", onde entrou em 1985.

Em 1989, ele se transferiu para a sucursal do GLOBO em Brasília, onde foi coordenador de política e chefe de redação até voltar para o Rio, em 1995. Foi editor de Política até 2001, quando virou diretor de redação.

Rodolfo deixa a mulher, a economista Maria Silvia Bastos Marques, e dois filhos, Felipe e Letícia, do primeiro casamento, com Sandra Araújo.
O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias e dará nome a uma escola do estado em homenagem a Rodolfo. E, no Engenhão, Flamengo e Vasco fizeram um minuto de silêncio pelo jornalista antes de começar o clássico.

SUS tem mais de 20 sistemas que não se comunicam; falta monitoração de leitos e remédios

Luzia da Silva, moradora do Rio levou 11 anos para realizar um cateterismo por meio do SUS: 'Se fosse grave, caso de morte, eu já tinha morrido, né?' - Simone Marinho/ O Globo

RIO - Um dos maiores sistemas de saúde do mundo, o SUS — criado há 23 anos para abranger de atendimento laboratorial a transplantes de órgãos, e atender gratuitamente a todos os brasileiros — padece de um mal que atinge várias áreas do setor público: a falta de atualização e integração de bancos de dados, conforme O GLOBO vem mostrando desde domingo.
O DataSUS, que reúne os sistemas de informação do SUS, tem “de 25 a 30 sistemas estruturantes, e falta comunicação entre todos”, de acordo com Augusto Gadelha, diretor do Departamento de Informação do SUS. Na internet, o site do DataSUS mostra, por exemplo, sete sistemas na categoria Hospitalares, cinco na categoria Epidemiológicos e outros sete em Cadastros Nacionais.
— Alguns poucos sistemas falam ao CadSUS (Cadastramento Nacional de Usuários do Sistema Único de Saúde) e, por isso, estamos unificando os cadastros, o que vai evitar, por exemplo, que um mesmo dado conte duas vezes. O ministério reconhece que o cidadão é prejudicado pela falta de integração — diz Gadelha.
Enquanto não muda, há quem espere anos por um exame. Foi o caso de Luzia da Silva, de 55 anos, que levou 11 para fazer um cateterismo no Rio:
— Se fosse grave, caso de morte, eu já tinha morrido, né? — diz Luzia, que teve o primeiro pedido feito em 2000 e só realizou o procedimento em fevereiro. — Não tinha vaga, eu ficava angustiada. Agora, depois do exame, consegui fazer a angioplastia e é vida nova.
No Rio, regulação de leitos ainda por fax
No Rio, a central estadual de regulação de leitos hospitalares ainda entrega aos médicos pedidos via fax. Em um plantão de 24 horas, cada um recebe em média 300 pedidos para internação em CTI. Muitas vezes conseguem vaga para duas ou três pessoas, no máximo:
— O sistema é precário. Temos duas salas, uma com os médicos e outra com videofonistas, que recebem os pedidos por fax. Não temos ordem de prioridade; então, não sabemos que doente precisa mais do leito. Se o paciente está numa UPA (Unidade de Pronto Atendimento), ligamos para as unidades e dizemos nome por nome para saber quem morreu e quem ainda precisa ser transferido — conta X., médico que trabalha na central. — O plantonista fica assoberbado com esse trabalho insano e sabe que morre muita gente que não precisaria morrer.
Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Jorge diz que o Ministério da Saúde “ainda está na década de 80” e que o DataSUS “é um bocado de cadastro antigo junto”.
—- O DataSUS não tem cadastro on-line integrado e atualizado. O problema é que o SUS repassa, todo ano, cerca de R$ 50 bilhões para estados e municípios. Qual o acompanhamento regular da execução dessa verba? É pelos conselhos municipais de Saúde, que não acompanham — diz José Jorge. — Já relatei processos sobre falta de cadastros de estoque de medicamentos em programas como o Farmácia Básica. Em outro processo, comparamos registros de internações com os de óbitos, e vimos que havia muito morto sendo internado para operar.
O TCU identificou, em julho, nove mil casos de internações ou procedimentos de alta complexidade feitos após as datas dos óbitos dos pacientes; os pagamentos realizados pelo SUS foram de mais de R$ 14 milhões.
Alguns dos acórdãos sobre medicamentos de que fala José Jorge tratam do Hórus — Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica, software lançado em 2009 pelo governo federal, para gerenciar dados como controle de estoque, distribuição e dispensação de medicamentos. Pelo que as decisões do TCU mostram, o Hórus ainda vai demorar para ser utilizado por todos os municípios, pois muitos sequer usam controles manuais.
Em São Luís (MA), nas unidades de saúde visitadas, foi informado que “os médicos tomam conhecimento da relação de medicamentos do município e de suas alterações e atualizações por meio de avisos afixados em suas mesas de trabalho”, diz o acórdão 1018/2011. O texto é de uma auditoria do TCU em 30 municípios no país. De 75 unidades de saúde visitadas, “só em 25 havia controle informatizado da dispensação de medicamentos”.
Já exemplos do “bocado de cadastro antigo junto” de que fala José Jorge estão no acórdão 1274/2010. Nele, o TCU aponta falta de atualização num dos principais cadastros do SUS, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). O tribunal diz que, em 2009, “do total de cerca de 200.000 estabelecimentos registrados, foram constatados 13.403 registros de estabelecimentos que não atualizaram o CNES Nacional nos últimos seis meses”.
Além disso, 1.016 estabelecimentos públicos e 400 estabelecimentos privados prestadores de serviços ao SUS não tinham, então, atualizado os dados por período superior a dois anos. Em Linhares (ES), como os profissionais registrados no CNES já não atuavam mais ali, houve repasses federais por quatro meses, “sem prestação de serviços de saúde à população”.

Em SP, dados on-line fazem diferença no gerenciamento de vagas de urgência em hospitais públicos

A central de regulação em SP, que funciona desde julho: a informatização pôs fim à falta de informações sobre a rede hospitalar e ajuda a identificar as carências de cada região - Eliaria Andrade/ O Globo

SÃO PAULO - As dificuldades do Rio no gerenciamento de vagas de urgência em hospitais públicos também eram, até há alguns meses, a realidade de São Paulo. Desde o início de julho, porém, o governo paulista tem a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross). Sua função é atender a pedidos de transferência feitos por hospitais para pacientes em situação de urgência.
Informatizada, a Cross pôs fim aos pedidos por fax e à falta de informações sobre a rede hospitalar, reduzindo o tempo de espera do paciente por internações, cirurgias e exames. Hoje, a maioria das solicitações de transferência — cerca de 60% — chega à central via internet, diz o coordenador da central, Domingos Guilherme Napoli. Os hospitais mais próximos do paciente e os recursos disponíveis em cada um deles foram mapeados e incluídos no portal Cross, para agilizar a busca por vagas em 2.268 hospitais de todo o estado.
Localizada no centro da capital paulista, a central funciona com 12 médicos e 12 auxiliares em plantões de 12 horas. Ao todo, 90 médicos — a meta é chegar a 110 — trabalham no local. Nenhum deles é funcionário público, e a central é administrada por uma organização social.
São atendidos, em média, 300 pedidos por dia. Segundo Napoli, os casos não resolvidos somam apenas 10%, e a maioria dos atendimentos é concluída em três horas; alguns até em minutos.
— Muitos casos levavam um dia para serem resolvidos. Não há dúvida de que o sistema on-line trouxe mais agilidade — diz Napoli.
Todas as etapas da solicitação ficam registradas no sistema, e os dados servem de subsídio para o governo identificar as carências de leitos e equipamentos de cada região. Mas nem sempre foi assim. A transição entre o sistema precário de regulação de leitos, como o do Rio, e a central on-line durou dois anos. O modelo já despertou o interesse do Ministério da Saúde.
Apesar dos avanços, a Cross esbarra na estrutura sobrecarregada do SUS. O pedido de vaga em UTI para um idoso, recebida no início da madrugada de uma quinta-feira de julho, não havia sido atendido até as 14h, por falta de leito disponível.
— Essas centrais são apenas intermediárias de pedidos. Não têm poder de mudar a situação — observa o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, Cid Carvalhaes.

Menina nasce com nariz vermelho e passa por cirurgia de três horas para corrigir o problema

Connie tinha uma manchinha vermelha no nariz 
A pequena Connie Lloyd enfrentou três anos de provocações. Todas as vezes que a mãe a levava ao médico, era obrigada a cobrir o rosto da menina, para evitar comentários cruéis. Tudo isso por causa de uma mancha vermelha que o bebê tinha no nariz. Mas, neste ano, depois de uma cirurgia de três horas e meia, Connie finalmente proclamou que ela tinha “um nariz igual ao da mamãe”.
Quando Zara, mãe de Connie, estava com 26 semanas de gravidez, um exame revelou que o bebê tinha uma mancha no nariz. Mas quando a menina nasceu, em setembro de 2008, parecia perfeitamente saudável. Só duas semanas depois, o nariz começou a ficar vermelho e os médicos diagnosticaram que se tratava de um tumor benigno.
Os médicos tentaram frear o crescimento da mancha com medicações. Os pais foram informados que não havia cura para o problema da filha e, caso o nariz sofresse um arranhão sequer, ela poderia sangrar até a morte. Preocupada com a previsão médica, Zara procurou um especialisa em tratamento facial.
Depois de muitos exames, a menina foi operada em março e tudo o que restou foi uma pequena cicatriz no nariz. “É bom não ter de lidar com comentários cruéis mas, com nariz vermelho ou não, Connie sempre foi nossa garotinha perfeita”, disse Zara, aliviada, em entrevista ao jornal “Daily Mail”.

A menina tinha um tumor benigno
A menina tinha um tumor benigno 

Agora Connie tem o nariz
Agora Connie tem o nariz "igual ao da mamãe" 

Com 32 semanas, já era possível ver a marca nos exames

Cirurgia de Ricardo Gomes é um sucesso, mas técnico do Vasco segue em estado grave

O técnico Ricardo Gomes passou mal durante o clássico Vasc x Flamengo 
RIO - Foi um sucesso a cirurgia de aproximadamente três horas realizada no técnico do Vasco, Ricardo Gomes, na noite deste domingo para drenar o sangue derramado e controlar a pressão sanguínea no cérebro. O treinador passou mal durante o segundo tempo do clássico entre Vasco e Flamengo, deixou o gramado em uma ambulância e foi atendido no centro médico do Engenhão, antes de ser transferido para o Hospital Pasteur, no Méier, em estado gravíssimo. Ricardo Gomes sofreu um acidente vascular encefálico hemorrágico.

Ricardo Gomes passa mal durante o clássico - Foto: Marcelo Carnaval

O hematoma foi drenado, mas o treinador continua entubado, em estado grave, no Centro de Tratamento Intensivo. De acordo com o médico do Vasco, Clovis Munhoz, as próximas 72 horas determinarão se o técnico ficará com sequelas.
Ricardo Gomes, de 47 anos, já havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) leve em 2010, quando era técnico do São Paulo, após um clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista.
- Ele não teve nenhuma perda sensitiva ou motora naquela ocasião. Não tem nada a ver uma coisa com a outra - disse Munhoz.
Jogadores do Vasco, como Felipe e Fernando Prass, e o presidente do clube, Roberto Dinamite, estiveram no hospital para prestar solidariedade.

Jornalista processado por Correa foge para os EUA

QUITO - O jornalista e ex-editorialista Emilio Palacio anunciou no domingo que fugiu do Equador por sentir-se em perigo devido à perseguição que, segundo a mensagem divulgada de Miami, o presidente Rafael Correa promove contra ele. Palacio disse que deixou o país na quarta-feira passada, semanas após ter sido condenado por um tribunal — junto com três diretores do jornal “El Universo” — a três anos de prisão e pagamento de multa de US$ 42 milhões por ofender o presidente num artigo.
Na mensagem, Palacio explica as razões de sua decisão: “Nos últimos dias, a ditadura redobrou de tal modo sua perseguição contra mim que tive de concluir que minha segurança corre perigo”, disse ele, frisando ter sido obrigado a deixar o Equador por causa da situação.
O jornalista, um crítico ferrenho de Correa, disse que um novo processo foi aberto contra ele por chamar de “fascista” o canal estatal Ecuadortv, e que vários funcionários do governo vinham fazendo advertências. Palacio alegou que estava em marcha a tentativa de prendê-lo antes que sua condenação fosse julgada em segunda instância: “Seria preciso ser cego para não entender que me queriam atrás das grades antes da audiência de segunda instância, para destruir meu moral, e me obrigar a pedir perdão”, continuou.
O advogado do jornalista, Jorge Alvear, disse que a Justiça não havia emitido nenhuma ordem impedindo que seu cliente deixasse o país. Afirmou ainda que Palacio “viajou aos EUA para resolver assuntos pessoais, e resolveu ficar por lá”.
— Acho que ele foi com visto de turista, e terá que pedir outro se planeja ficar mais tempo.
A audiência de segunda instância está prevista para o próximo dia 13. No domingo, funcionários do “El Universo” publicaram uma carta afirmando a Correa que o desacordo entre o dirigente e o jornal põe em risco o trabalho dos jornalistas. Na carta, eles pedem que o presidente retire o processo contra Palacio e os editores do diário.

Líbia vai retomar produção de petróleo em 15 dias, diz conselho de transição

TRÍPOLI - Após meses de paralisação na produção de petróleo, o Conselho Nacional de Transição (CNT) anunciou no domingo que vai reiniciar a atividade em dois importantes campos petrolíferos do leste da Líbia dentro de pouco mais de 15 dias, possibilitando a retomada da exportação pelo porto de Tobruk até o final do próximo mês. Os rebeldes afirmaram também que a maior refinaria do país, em Ras Lanuf, que até poucos dias atrás ainda estava nas mãos de forças leais a Muamar Kadafi, não foi danificada na batalha, e pode voltar a operar dentro de duas semanas. Numa outra boa notícia aos mercados dos países europeus dependentes do petróleo líbio, os insurgentes garantiram que o gasoduto que liga a Líbia à Europa — danificado na guerra — já foi reparado e está pronto para voltar à ativa.
— O gasoduto está de volta em operação. O gás voltará a fluir para a Europa — disse, em Benghazi, o porta-voz dos rebeldes Ahmed Bani, sem dar uma data precisa para que isso ocorra.
A Líbia é o terceiro maior produtor de petróleo da África. Itália, Alemanha e França são os principais importadores do produto líbio. A interrupção da produção nos meses de guerra elevou o preço do barril de petróleo para mais de US$ 100. A retomada da produção, no entanto deve ser lenta: o país produzia 1,6 milhão de barris por dia antes da guerra, e o montante diário inicial será de 60 mil a 100 mil barris, segundo o CNT.
Na refinaria de Ras Lanuf, com capacidade de até 220 mil barris por dia, o engenheiro químico Juma Abdulmajed se dizia otimista, e confirmou a informação de que a produção pode ser retomada em breve.
— A refinaria precisa apenas de manutenção, não há nenhuma máquina danificada. O único problema é que ficou parada por muito tempo — disse o engenheiro.
Já na cidade de Brega, que passou diversas vezes das mãos dos rebeldes para a de soldados de Kadafi, e vice-versa, o restabelecimento da produção promete ser muito mais longo. Mohammad Rajab, funcionário da refinaria da cidade, afirmou que quase todos os equipamentos foram destruídos por um incêndio, ou roubados.
— A empresa não tem mais nada agora, tudo foi destruído — disse.
Mil estrangeiros fogem de Trípoli por ferry
A retomada da produção do petróleo, mesmo que parcial, também é uma boa notícia para os moradores de Trípoli, que há dias sofrem com falta de luz e de água — o que muitos atribuem ao desligamento de bombas por causa dos cortes de energia. Com um calor de 40º na capital, o preço de garrafas d’água foi multiplicado por 10. Com a situação complicada, ontem cerca de mil egípcios, jordanianos e filipinos embarcaram num ferry para fugir da capital.
— A situação é preocupante, e o cotidiano é muito difícil — afirmou o documentarista egípcio Abu Obeidi Labib, que viveu na Líbia por 32 anos, indo para o Egito com a mulher, grávida, e a filha. — Vamos voltar quando a paz retornar, mas os bombardeios da Otan assustam minha filha, e minha mulher não aguenta mais os tiroteios.
Mahmud Shaman, porta-voz do CNT, tentava tranquilizar os moradores da capital, afirmando que o abastecimento de água seria retomado.
—Temos água suficiente para abastecer a cidade, mas há alguns problemas técnicos que estamos resolvendo — disse, sem dar detalhes.
Além das preocupações com as necessidades básicas de milhões de líbios, os rebeldes afirmaram que temem também pela vida de milhares de pessoas presas pelo governo de Kadafi nos últimos meses — com os relatos recentes de massacres de prisioneiros considerados “traidores do regime”. Segundo o porta-voz Ahmed Bani, cerca de 50 mil pessoas presas nos últimos meses estão desaparecidas. Os rebeldes temem que elas tenham sido levadas para esconderijos subterrâneos, e abandonadas quando as forças do regime bateram em retirada.
— O número de pessoas presas nos últimos meses foi estimado entre 57 mil e 60 mil. Entre 10 mil e 11 mil já foram libertados. Então, onde estão os outros? — perguntou.
Diante de evidências de execução de prisioneiros também por parte dos rebeldes, o CNT emitiu um comunicado exortando os combatentes a respeitarem seus presos de guerra.
Com o avanço dos rebeldes na capital, e na região de Bin Jawad (leste), o porta-voz do regime de Kadafi, Moussa Ibrahim, afirmou que o ditador estaria pronto a negociar um governo de transição com os rebeldes, por meio de seu filho Saadi, que ainda está em Trípoli. A oferta, no entanto, foi prontamente rejeitada pelo CNT.
— Não faremos nenhuma negociação com Kadafi — disse Ali Tarhouni, funcionário do CNT responsável pelo petróleo. — Se ele quiser se render, então negociaremos e vamos capturá-lo.

Vera Fischer decide ficar mais tempo internada

Vera Fischer 
Após um mês internada numa clínica de reabilitação, Vera Fischer decidiu que ainda não era hora de sair. A atriz e os médicos chegaram a um acordo e ela permanecerá mais tempo internada.
Na clínica, Vera acorda cedo e tem uma série de atividades ao longo do dia, como ginástica, terapia e massagem. Quando deixar a reabilitação, Vera pretende voltar logo ao trabalho. Ela quer produzir e atuar na peça "As lágrimas amargas de Petra von Kant ".

Sabrina Sato e Ildi Silva usam vestidos iguais em capa de revista

Sabrina Sato e Ildi Silva usam vestidos iguais em capa de revist
Vítimas de uma infeliz coincidência, Sabrina Sato e Ildi Silva posaram com o mesmo modelito, do estilista Reinaldo Lourenço, para a "Marie Claire" e "Estilo" respectivamente. O vestido de couro e cristais custa a bagatela de R$ 18 mil.
Ao "Vamos combinar", do GNT, a musa do "Pânico" confessou que ama aparecer em capa de revista. "Nunca imaginei que fosse fazer a Marie Claire porque sempre achei que era mulher muito diva. Estava muito distante de mim", disse.

E agora malandro? Dado Dolabella apanha de mulher em clipe

Dado Dolabella e Thais Muller 
Chegou a hora da vingança! Dado Dolabella resolveu fazer piada com seu próprio histórico e aceitou participar do clipe da banda Ostaba. A música "É difícil saber" conta a história de uma mulher bipolar que bate no namorado vivido pelo ator.








Apresentadora Ana Paula Araújo do ‘RJTV’ e do ‘Jornal Nacional’, coleciona fãs...

A apresentadora do "RJTV" Ana Paula Araújo escolheu a Confeitaria Colombo, no Centro do Rio, para as fotos. Lugar onde come coxinhas de galinha 
Ana Paula Araújo chegou antes do horário combinado com a equipe do Blog do Guilherme Araújo na Confeitaria Colombo, no Centro do Rio. A pontualidade mais que britânica ocultava o desejo de devorar, longe dos flashes, uma simplória coxinha de galinha.
— Ai, não vou ficar bonita comendo coxinha de galinha na Colombo. Mas pode colocar que sou magra de ruim, porque eu como muito. Bato pratão, adoro salgadinho e fast food. Churrascaria é comigo mesmo — confessa a apresentadora e editora-executiva do "RJTV", que, educadamente, recusou o registro fotográfico da cena.
Elegância e competência, aliás, não faltam à jornalista de 39 anos, que substitui Fátima Bernardes, na bancada do "Jornal Nacional", nas folgas e férias da titular. Função que tira de letra por estar acostumada a fazer o "RJTV" ao vivo, sem teleprompter (monitor que exibe texto aos apresentadores):
— Apresentar o telejornal mais importante do país dá um friozinho na barriga. Não fico nervosa, e sim, emocionada. Nunca imaginei que um dia poderia chegar lá.
Ocupar aquele posto, ainda que eventualmente, foi o caminho natural para a jornalista carioca, que se consagrou ao conduzir a cobertura televisiva da invasão policial do Complexo do Alemão em novembro do ano passado.
— Foi o que coroou o meu trabalho e posso comemorar, porque foi bom para aqueles moradores também. Não teve matança — relembra ela, que foi moradora da Vila da Penha e tornou-se uma espécie de musa da Zona Norte: — Depois da retomada do Alemão, voltei lá duas vezes e fui muito bem recebida. Vi como consegui me tornar parte da vida dos moradores dali e eles da minha.
Aquele episódio reforçou a parceria entre ela e Rodrigo Pimentel, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e comentarista de segurança da TV Globo.
— Rodrigo é muito engraçado. Por causa do tempo com os comentários, aquele homem que foi do Bope, todo valentão, tem que ficar ouvindo bronca minha. Lá dentro, sou eu que mando (risos) — brinca Ana Paula, incluindo na lista de seus comandados o doutor Luís Fernando Correia, responsável pelos comentários na área de saúde.
Para Erick Bretas, diretor de jornalismo-Rio, Ana Paula tem o pulso firme necessário à função.
— No Morro do Bumba, todo destruído (pelas chuvas), ancoramos o telejornal de lá. E ela começou a controlar o movimento das pessoas para que não passassem em frente à câmera. Uma hora que Ana já estava dando ordem para os soldados do Bope, que tentavam passar. Ela intimida, é um xerife (risos).
Mas a fama de mandona não diminui a boa relação com sua equipe. Foi de Rodrigo a ideia de fazer um banquete no aniversário dela, em 15 de abril.
— Eles compraram mil salgadinhos, sendo que 500 eram coxinha de galinha — revela a apresentadora, rindo.
Apesar da assumida gula, Ana Paula não é escrava de dietas. Faz musculação quando tem vontade. E sua boa forma não passa batida diante das mensagens que recebe dos telespectadores.
— Chegam muitos emails taradinhos nos dias em que estou de pernas de fora. Dizendo: "Adorei a saia da Ana Paula Araújo. Ah, mas ela também é ótima apresentadora" (risos). Na rua, às vezes, tem homem que diz que me acha linda, mas sempre com respeito — diz ela, que nega ter recebido convite para posar nua na "Playboy": — Foi uma brincadeira no Twitter. Nunca houve essa história e jornalista não tem dessas coisas, não.
Zeladora do Rio
O assédio é grande, mas os fãs gostam mesmo é de fazer Ana Paula de xerife da cidade. Um buraco na rua, falta d’água... de tudo o povo reclama com ela.
— Anoto sempre, dou atenção. A gente está aqui para isso mesmo — diz ela, que ao cobrir a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Cidade de Deus, acabou testando a própria popularidade: — Quando ele foi embora, fui cercada. Algumas pessoas vieram tirar foto, mas chegou tanta gente, tive que me esconder dentro do carro.
Excesso de carinho que vem ilustrar o sucesso da jornalista, que começou em 1991, na extinta TV Rio, hoje, Rede Record. Antes de se formar, foi até a emissora, pedindo ao diretor de jornalismo para fazer um teste de vídeo.
— Ele me deu a maior bronca, dizendo que estagiário não deve tomar lugar de profissional. Então pedi para ir acompanhando as equipes. Ele negou. Daí, disse: "Deixa eu servir um café, vai? Sirvo um café que é um espetáculo!" — confessa, rindo, sobre a bem-sucedida tática para ganhar o primeiro trabalho.
Correria diária
O dia de Ana Paula começa com um cumprimento animadíssimo e disposto da filha Melissa, de 5 anos.
— Ela é meu despertador, chega pulando em cima de mim, a levo na escola e vou para a emissora. Depois da primeira reunião de pauta, sigo para a chamada tenda dos milagres, onde a gente faz cabelo, maquiagem, escolho minha roupa — descreve ela, que, depois de se inteirar sobre as matérias a serem exibidas, pega três elevadores para chegar até o estúdio panorâmico do jornalístico: — Aquele visual é espetacular. Olho aquilo e me dá uma alegria, é outro astral. Às 12h45m, desço da minha torre da Rapunzel, e aí, em tese, acaba.
Teoria mesmo. Porque Ana Paula revê todo santo dia o telejornal que apresenta. Pelo celular, se mantém conectada com os acontecimentos que farão o noticiário de amanhã. E sente os efeitos da atribulada rotina...
— Recorri à homeopatia, porque uma noite eu durmo bem e na outra tenho problema de insônia — entrega.
Os compromissos, no entanto, não impedem que a Ana Paula exerça os papéis de mulher, mãe e amiga.
— Minhas paixões são minha filha e meu trabalho. Melissa me admira, mas gosta mesmo é de uma loja do Fashion Mall, com um carro dentro. Ela costuma dizer que quando crescer será a vendedora da loja do carro e fala: "mamãe, sei que eu vou conseguir".
S.O.S coração
Mas a porção de xerife está restrita ao telejornal. Como dona-de-casa, Ana Paula se define como uma derrota.
— Não sei cozinhar, não resolvo nada. Mas sempre dou atenção aos meus amigos, lembro dos aniversários. Sou ótima conselheira amorosa, quase um SOS. Só na minha vida não resolvo muita coisa — conta ela, sempre vista na companhia da atriz Nívea Stelmann.
A notícia que pode mesmo interessar ao séquito cada vez maior de fãs é que Ana Paula está solteira, após o fim do casamento com o empresário Christiano Londres.
— Estou bem, tranquila. Sempre saio com a Melissa. Meus programas são teatrinho, festa de criança, ir à Lagoa e rever amigos que têm filhos pequenos.

Sabe quem é a moça de lingerie? Ela ficou famosa aos 8 anos como ‘a levada da breca’...

Soleil Moon 
A vida de Soleil Moon Frye é marcada até hoje por sua personagem mais famosa, a "Punky, a levada da breca". Mas ela não se importa em ser lembrada pela órfã sardentinha que viveu aos 8 anos. Hoje, com 35, Soleil é casada, tem dois filhos, e já fez vários trabalhos na TV. Gravou uma participação em "Friends" e permaneceu por 3 anos no seriado "Sabrina, aprendiz de feiticeira".

Ronaldo banca reforma de R$ 1 milhão em prédio onde tem cobertura

Ronaldo 
Nada como ter um bom vizinho. Rico, então... Incomodado com o estado do prédio onde tem uma cobertura, o ex-jogador Ronaldo resolveu bancar sozinho a reforma. Os vizinhos não tiveram interesse em investir na melhoria do imóvel e se deram bem. Ele vai gastar R$1 milhão para alterar a fachada do prédio, melhorar a garagem e os sistemas elétrico e hidráulico do edifício, que fica de frente para o mar. Ronaldo já investiu R$2 milhões na sua cobertura, que tem 900 metros quadrados, oito suítes e piscina.

Desvendando as preciosidades do mar de Ubatuba

Ubatuba (AE) - O balanço do barco indica a qualidade do passeio embaixo d’água. Se for brando, graças às poucas ondas e vento fraquinho, o cenário lá no fundo do mar certamente se mostrará em detalhes. Em um dia chuvoso do verão passado, contei com a sorte da calmaria marítima e fui ao encontro da tão encantadora vida subaquática da região de Ubatuba.
O local escolhido para cair na água foi a Ilha da Rapada que, localizada ao norte do município, é apenas um dos pontos que compõem a ampla coleção de lugares ideais para mergulhar que Ubatuba tanto se orgulha em ter. Saindo do Píer do Alemão, na enseada do Itaguá, o barco navega uma hora até alcançar o destino.
A imensidão do mar é a paisagem que nos acompanha, enquanto a brisa bate no rosto. O guia aproveita a tranquilidade da viagem para relembrar as instruções básicas do mergulho e assegurar que, após esta primeira experiência, será difícil não querer repeti-la.
Com a ilha bem próxima, âncora na água e todos devidamente equipados com roupas de neoprene, nadadeiras, máscara e cilindro de oxigênio, é hora de provar o mar.
A princípio, a descida parece ser a parte mais aflitiva do passeio. Pura impressão de iniciante. A presença constante do guia ali ao lado tranquiliza e, sem nos darmos conta, já estamos pertinho do chão arenoso, a uma profundidade de oito metros. Naquela nova panorâmica que se abre ao redor, cada pontinho que colore a imensidão azul é uma agradável surpresa. A visibilidade privilegiada permite acompanhar o vai e vem de coloridos cardumes de peixes, o nado solitário de outros de maior porte e aqueles que parecem tentar se camuflar bem perto das pedras. Com um tanto de sorte, o mergulho pode ser acompanhado de presenças ainda mais notáveis, como arraias, tartarugas e o esquisito peixe-morcego.
De tons alaranjados, verdes e um amarelo-ouro que se destaca no ambiente azul, os corais se apoiam aqui e ali, e também escondem preciosidades só desvendadas por um olhar muito atento. Sabendo disso, a vontade é explorar cada canto, até se satisfazer diante de pequeninas estrelas do mar e esponjas das mais variadas espécies.
No universo do fundo do mar, o silêncio é rompido somente por um tilintar baixinho. São as próprias pedras e corais se movimentando devagar, se dilatando e lembrando aos mergulhadores que tudo ali é natureza viva. Neste mundo de calma e contemplação, onde o relógio deixa de fazer sentido, o tempo passa com lógica própria. E a vontade de retornar à rotina agitada que deixamos lá em cima custa a aparecer.

Saiba mais


Mergulho: em um mergulho inaugural, muita coisa antecede o momento de efetivamente cair na água. A preparação começa com uma aula teórica, formulário médico e vídeo que dá as primeiras orientações e regras fundamentais da prática. Logo, as instruções são treinadas no ambiente aquático - primeiro em uma piscina. É ali, com toda a segurança necessária, que o aluno se familiariza com máscara, cilindro e movimentos essenciais do mergulho. Iniciantes nunca exploram o fundo do mar sozinhos. Cada instrutor pode acompanhar somente um ou dois mergulhadores. Idade: crianças também podem se aventurar no passeio - a idade mínima é 10 anos.

Quem leva: Omnimare Turismo (omnimare.com.br). O mergulho custa desde R$ 225, com equipamentos incluídos.
Caminhada: a Trilha das Sete Praias começa na Praia da Lagoinha (a 25 quilômetros do centro de Ubatuba) e segue margeando a costa sentido norte por 8 quilômetros. É considerada de nível difícil. Quem leva: Pisa Trekking (pisa.tur.br). Custa a partir de R$ 195, com guia.

Trilha exige disposição, mas revela sete lindas praias


Ubatuba (AE) - Vão dizer que o percurso exige muita disposição. Afinal, o trajeto de 8 quilômetros da Trilha das Sete Praias é de nível difícil, e costuma ser concluído em cinco horas. Mas não leve tudo ao pé da letra. Calce um tênis confortável, abuse do protetor solar, repelente e encare o desafio. Pois como o nome sugere, sete lindas praias se escondem no caminho.

Ao contrário das conhecidas Maranduba, Vermelha e Itamambuca, os cantos de areia que a trilha revela são pouco explorados por turistas. Um bom motivo para juntar fôlego e investir em um passeio totalmente diferente de um dia à beira-mar tradicional.
O percurso começa na Praia da Lagoinha, a 25 quilômetros do centro de Ubatuba. Última com acesso para carros é o típico recanto familiar.
Anda-se pouco para alcançar a primeira praia, a do Oeste, e logo está a do Perez. Em ambas, apenas barcos e boias azuis ao mar sinalizam a pesca de mariscos. A trilha segue em terreno plano até a terceira, a do Bonetinho. Por ali, percebe-se pescadores indo e vindo. Gente simpática, que se empolga contando que o caminho existe há centenas de anos - era usado por índios, depois pelos caiçaras e, hoje, caiu nas graças dos turistas.
Estes, não raro escolhem o Bonetinho para o primeiro descanso. Vale cair no mar ou tomar um suco no único quiosque dali. Outros seguem adiante e fazem a pausa na Praia Grande do Bonete, que abriga a maior comunidade caiçara da região. Para quem está a passeio, há dois restaurantes com refeições básicas

Gastando suor


Com metade do trajeto vencido, é agora que o preparo físico de fato poderá fazer diferença. Por ser íngreme, o percurso até a Praia do Cedro é o mais pesado. Vale ir devagar, pois você vai querer desfrutar esta praia paradisíaca assim que avistá-la lá de cima do morro. As águas claríssimas convidam a um banho breve. Isto porque é uma praia de tombo, com ondas que arrastam tudo.

Basta atravessar algumas pedras e você estará na Praia do Deserto, igualmente bela. Dali, mais um trecho para testar o fôlego: com subidas cansativas, o trajeto até o Pontão da Fortaleza é o mais longo. Pare para descansar e beber água sempre que for necessário. A recompensa chega logo: a vista do alto do Pontão é simplesmente fantástica.
Com os 8 quilômetros quase vencidos, faltam só 15 minutos de caminhada até a Praia da Fortaleza, ponto final da trilha. Um último mergulho e mais alguns minutos para curtir o visual desta outra Ubatuba. E você vai concluir que não foi tão difícil assim. Ou, ao menos, que o esforço valeu a pena.

Perfil: Ele quer ser presidente!

Ricardo Romero de Oliveira Nogueira, Ri, ou simplesmente Ricardinho, tem apenas 11 anos, mas conversa e pensa como gente grande. Muito mais inteligente que muito adulto por aí, sem sombra de dúvida. Um pequeno gênio mesmo.
Em uma casa simples no Centro de São Sebastião, onde mora com duas tias, dois primos e uma avó, durante apenas meia hora de entrevista, ele me surpreendia a cada instante com palavras e ideias. Seu pai e irmão são advogados; sua irmã é professora. “São pessoas muito inteligentes”, diz Ricardinho, que cursa o 7° ano numa escola particular da cidade e acredita que a chave para a sobrevivência no mundo de hoje é o conhecimento. E ele garante que muitos em sua classe “bóiam” na aula. “Boiar significa que você está no mundo da lua”, explica. E gosta de quase todas as disciplinas, sendo História sua preferida. “Gosto de Matemática, Ciências, Geografia. Só não gosto muito de Inglês”, conta.
Na escola, seus amigos dizem que ele é “nerd”. E ele gosta de ser chamado assim. “Eu gosto porque, na verdade, nerd é uma pessoa inteligente. Meus amigos da escola não são como eu. Não conheço nenhuma criança como eu”, comenta Ricardinho, que tem alguns amigos mais velhos também. Um de seus melhores amigos tem 80 anos de idade. “A gente troca umas ideias de vez em quando. Mais do que ler eu gosto de conversar com pessoas que viveram a história e sabem mais do que eu. Gosto muito de ir pra rua, absorver e transmitir conhecimento”, diz. “Converso com antigos políticos, pessoas que conhecem história. Pego fatos pra tirar opinião, não opinião para tirar fatos”, declara, com propriedade, o menino branquinho, loirinho, dos olhos cor de mel, brilhantes e ávidos por conhecimento, escondidos detrás de seus óculos, que transmitem um ar ainda maior de inteligência e seriedade. Assim é Ricardinho.

Ricardo, o Político

Muito interessado em Política, Ricardinho dificilmente perde uma sessão de Câmara. Quando perguntei por que tanto interesse no assunto, ele disparou: “Eu que te pergunto. Como uma pessoa não se interessa por política?”. Para ele, é muito importante saber o que está acontecendo e para onde vai o dinheiro dos impostos pagos pelo povo.
Ele conta que tal interesse teve maior intensidade na última campanha eleitoral para prefeito da cidade. E garante que também acompanhou de perto a eleição do ex-presidente Lula. Tinha apenas seis anos na época. “Os políticos decidem coisas da nossa vida cotidiana. Procuro acompanhar o máximo possível e ainda acho que sei pouco”, afirma.
E como ele avalia o governo da atual presidente Dilma Rousseff? “Só vi a nossa querida presidenta, nesses sete meses de governo, fazer o PAC da miséria e a faxina com os ministros, o que acho que não está de mal tamanho, não”, comenta.

É preciso participar!

Na Câmara, Ricardinho diz que não tem nenhum vereador favorito. “Não tenho prediletos no ramo da política. Quando vejo algum político fazer o bem, não acho que deva ser elogiado. Ele não está fazendo mais que a obrigação com o salário que a gente paga pra ele”, declara.
Para ele, o político que deve ser elogiado é aquele que trabalha 24 horas por dia, mesmo nas horas vagas. “O trabalho de um político não deve ser só no horário do expediente”, avalia.
Na Casa de Leis sebastianense, fica ali sentado, atento a tudo que está sendo debatido. E não resiste: precisa conversar com os vereadores. “Durante a sessão eu tenho dúvidas e mando perguntas pra eles, que são sempre respondidas”, conta. “Minha dúvida mais séria foi pro Coringa uma vez. Perguntei se, visto que nosso governo é laico, por que no início de cada sessão ele sempre lê um trecho da bíblia e por que lá atrás da mesa tem um crucifixo”, diz. “Falei que então eu ia criar uma religião e ele teria que ler um trecho dela também antes da sessão. Ele respondeu dizendo que está obedecendo à Lei Orgânica, e que eu tinha que conseguir 5.300 assinaturas pra que não seja mais assim. Vou recolher as assinaturas”, brinca.

Mais vereadores, Ricardinho?

Segundo Ricardinho, pela Lei municipal, é preciso aumentar o número de vereadores quando se tem um maior número de pessoas no município. “Só que acho que 15 cadeiras é um número excessivo, aumenta em 50%. Acho que 12 ou 13 cadeiras é um bom número”, avalia.

O que falta na cidade?

“Nossa cidade é muito rica, por aqui passa 60% do nosso petróleo. Acho que falta um pouco de investimento, principalmente na área da educação, numa cidade que arrecada tantos impostos. Um povo inteligente forma profissionais mais cultos”, diz.

Partido político?

“Gosto do PSDB. Não sou de direita, mas também não aprovo tudo da esquerda. Gosto do meio termo. É meio difícil escolher um partido”, analisa. “Acho que o PSDB é um partido que está tomando uma visão mais de centro agora, então acho que ele se adequa muito a mim”, completa.

Jovem Espírita

Espírita, Ricardinho diz que essa é uma das poucas religiões que ele conhece que vai um pouco para o lado científico. “Eu adoro a ciência”, fala o menino, que não gosta de discutir sobre religião. “Acho que cada um tem a sua fé, procuro respeitar a religião de todos. Detesto quando políticos usam religião em campanhas eleitorais, mencionam Deus em seus discursos”, comenta.

Qual é a música?

De que tipo de música gosta Ricardinho? “Gosto de tropicalismo, música popular brasileira, música clássica”, conta. “Vem, vamos embora que esperar não é saber”, canta um trechinho. Segundo o menino, antigamente as músicas eram focadas em assuntos mais sérios. “Por exemplo, perguntaram pra um dos integrantes daquela banda Restart qual era o sentido da música deles. E eles disseram que era pra agitar as meninas. Renato Russo saia do palco e distribuía coisas contra a ditadura”, compara. “Aquela música Cálice, do Chico Buarque, na verdade tinha uma mensagem por trás. Cálice, que pensavam que era aquela taça, na verdade era o ‘cale-se’ da ditadura”, explica.

Esse menino tem algum defeito?

O menino de muitas virtudes tem poucos defeitos. Ricardinho conta que acha que sua alimentação deixa um pouco a desejar. “Minha comida predileta é costela”, diz. “Também gosto de expressar meu conhecimento demais, acho que sou meio arrogante”, avalia.

Mas criança não brinca?

“Quando eu era menor, eu brincava. Minha infância já passou”, diz o menino de 11 anos. Diferente da maioria dos meninos de sua idade, Ricardinho raramente joga videogame. Mas tem um jogo que ele gosta de jogar no computador. “É um onde você constrói uma cidade medieval e joga com outras pessoas, tentando conquistar outras cidades. No jogo, você aprende como administrar uma cidade, estratégias militares, aprende a investir em fontes de renda”, explica.
Na telinha, gosta de ver filmes de comédia e seu canal preferido é o History Channel (essa tava muito fácil!).
Também no computador, gosta muito de fazer pesquisas. “De tudo que já vi, o mais interessante foi um documentário que achei sobre o golpe de 64. Nossa, muito bom, eu babo só de falar”.

E de esporte, ele gosta?

Ricardinho, que já quebrou um dos pés jogando futebol, diz que não gosta do esporte e nem tem time preferido. “Acho que o povo brasileiro se concentra muito em esporte e não dá valor a outras coisas realmente importantes, principalmente na área da educação. Vejo muito isso na minha escola. Durante a aula, os meninos estão tão preocupados com a hora do futebol que não prestam atenção na aula”, comenta ele, que joga tênis, mas prefere o xadrez. Este, sim, é seu esporte predileto! Aliás, desde o início do ano ele vem representando a cidade em campeonatos. “Já fiquei em segundo lugar”, conta o menino, que aprendeu todas as manhas do jogo com seu pai, o advogado Sílvio Nogueira. “Na idade média, os nobres jogavam xadrez ou gamão. Acho que são jogos de muita estratégia, que desenvolvem muito a mente. Foi comprovado por um estudo que as pessoas que jogam xadrez são mais inteligentes”, conta o amante de jogos de tabuleiro. “Quero aprender a jogar gamão. Preciso que alguém me ensine”. Alguém se habilita?

O que ele quer ser quando crescer?

Advogado e, “tchãn nã nã nãm”, político, claro! “Quero chegar à presidência da república”, declara, com os olhos brilhantes, de quem tem a certeza de que alcançará seu objetivo.

E o que fará como presidente?

“A primeira coisa que eu vou (e não iria!) fazer é fortalecer os laços com a China e com a União Soviética. Acho que poderíamos fechar melhores negócios com outros países, não só com os Estados Unidos. Está acontecendo a mesma coisa que acontecia na época em que o Brasil era colônia de Portugal”, considera Ricardinho, que garante que também investiria em Educação como líder da nação. “Este o país mais avançado monetariamente na América do Sul. Acho que deveria ser exemplo”. Falou e disse, pequeno grande cidadão. Você, sim, é um grande exemplo!