O Blog do Guilherme Araújo é um canal de jornalismo especializado em politicas publicas e sociais, negócios, turismo e empreendedorismo, educação, cultura. Guilherme Araújo, CEO jornalismo investigativo - (MTB nº 79157/SP), ativista politico, palestrante, consultor de negócios e politicas publicas, mediador de conflitos de médio e alto risco, membro titular da ABI - Associação Brasileira de Imprensa.
sábado, 27 de agosto de 2011
Mais 9 PMs presos a pedido de juíza vão para lista de suspeitos por execução
RIO - A Polícia Civil do Rio incluiu nove policiais do Grupamento de Ações Táticas (GAT), do 7º Batalhão de Polícia Militar de Alcântara, em São Gonçalo, na lista de suspeitos pela execução da juíza Patrícia Acioli, morta na morta de casa com 21 tiros, na noite do dia 11.
Os nove agentes estão presos desde o dia 13, dois dias após o assassinato da magistrada. Ela decidiu acatar a denúncia do Ministério Público, que acusa os PMs pelo assassinato de Diego Souza Beliene, de 18 anos. Segundo os promotores, eles executaram o rapaz e forjaram um confronto colocando uma arma e drogas junto ao cadáver. A prisão foi a última decisão de Patrícia.
De acordo com o juiz Fabio Uchoa, que substituiu a juíza na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Patricia julgaria ainda este ano pelo menos 50 casos de autos de resistência (morte de criminoso em confronto com a polícia) supostamente forjados.
Os nove agentes estão presos desde o dia 13, dois dias após o assassinato da magistrada. Ela decidiu acatar a denúncia do Ministério Público, que acusa os PMs pelo assassinato de Diego Souza Beliene, de 18 anos. Segundo os promotores, eles executaram o rapaz e forjaram um confronto colocando uma arma e drogas junto ao cadáver. A prisão foi a última decisão de Patrícia.
De acordo com o juiz Fabio Uchoa, que substituiu a juíza na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Patricia julgaria ainda este ano pelo menos 50 casos de autos de resistência (morte de criminoso em confronto com a polícia) supostamente forjados.
Bolívia condena à prisão membros de comunidade religiosa por estupros
Um tribunal da Bolívia condenou sete integrantes de um grupo cristão conservador e isolado a 25 anos de prisão pelo estupro de mais de cem mulheres.
Os homens, membros de um grupo menonita, foram condenados por sedar secretamente as suas vítimas antes dos ataques sexuais.
O advogado das vítimas diz que a comunidade de mais de 2 mil menonitas onde ocorreram os estupros aprovou a sentença.
O grupo segue um código moral restrito e rejeita invenções modernas, como automóveis e eletricidade.
Um oitavo homem foi condenado a 12 anos e meio de prisão por fornecer os sedativos usados para drogar as mulheres. A decisão do júri foi unânime.
Os estupros ocorreram entre 2005 e 2009 na comunidade menonita de Manitoba, a 150 km a nordeste da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, no centro do país.
Sedativo borrifado
Os réus foram acusados de borrifar, dentro dos quartos de suas vítimas, uma substância derivada da planta beladona, normalmente usada para anestesiar vacas.
Ao aplicar o sedativo, através das janelas e à noite, os acusados acabavam sedando famílias inteiras.
Depois, segundo a acusação, os homens estupravam mulheres e meninas. A vítima mais jovem tinha nove anos de idade.
O número exato de mulheres estupradas não é claro. Algumas mulheres não se lembram de ser violentadas, enquanto outras temem ser hostilizadas em sua comunidade, segundo o advogado Oswaldo Rivera.
Rivera afirma que quase 150 mulheres participaram do processo judicial, mas ele acredita que outras 150 podem ter sido estupradas e, depois, ficado muito constrangidas para fornecer provas.
O promotor Freddy Perez diz que os anciãos da colônia menonita suspeitavam que algo estava errado quando se perguntaram por que um integrante da comunidade estava acordando muito tarde pela manhã. Com isso, eles decidiram segui-lo.
O suspeito foi então encontrado pulando para dentro da casa de uma das vítimas por meio de uma janela.
O correspondente da BBC em Santa Cruz de la Sierra, Mattia Cabitza, disse que encontrar provas dos estupros foi difícil devido ao isolamento e à estrutura patriarcal dos menonitas.
Os condenados também foram acusados de ameaçar os pais de algumas das vítimas, caso os denunciassem.
'Danos irreversíveis'
Muitas das vítimas falam apenas baixo alemão, a língua que falavam os primeiros menonitas, e nunca aprenderam espanhol.
As igrejas menonitas descendem de comunidades protestantes da Europa. Acredita-se que elas tenham 1,5 milhão de seguidores em todo o mundo.
Os menonitas seguem os ensinamentos de Menno Simons, um líder religioso do século 16, originário do que hoje é a Holanda.
Existem entre 30 e 40 mil menonitas no Paraguai e na Bolívia.
Embora muitos deles sejam impossíveis de distinguir de seus vizinhos, e tenham crenças religiosas muito semelhantes à maioria dos grupos evangélicos e protestantes, outros rejeitam a vida moderna e vivem em comunidades isoladas.
Segundo o correspondente da BBC, a colônia de Manitoba, onde ocorreram os estupros, é uma comunidade ultraconservadora, sem ruas pavimentadas ou eletricidade.
Seus integrantes se vestem com roupas tradicionais menonitas, e usam carroças puxadas por cavalos para se transportar.
Rivera aprovou as sentenças, mas disse temer que algumas das vítimas tenham sofrido danos irreversíveis.
Relógio atômico britânico é o mais preciso do mundo, diz estudo
Uma pesquisa apontou que o relógio atômico do Laboratório de Física Nacional da Grã-Bretanha é o mais preciso do mundo.
Segundo a pesquisa, feita por pesquisadores americanos e britânicos, o relógio CsF2 se atrasa ou se adianta em um segundo a cada 138 milhões de anos.
Essa precisão é o dobro da que se estimava, aponta o estudo, que será publicado na revista científica especializada 'Metrologia'.
O CsF2 é um relógio de fonte de césio que usa o movimento em forma de fonte dos átomos de césio para determinar a duração de um segundo.
Os átomos são reunidos em maços de cerca de 100 milhões e direcionados através de uma cavidade onde são expostos a ondas eletromagnéticas.
Estas ondas estimulam o átomo para que oscile de forma regular. O Sistema Internacional de Unidades (SI) considera que 9.192.631.770 ciclos de radiação equivalem a um segundo.
Frequência padrão
O Laboratório de Física Nacional britânico é um dos poucos no mundo a prover a chamada frequência padrão para o tempo internacional.
A mediação é feita pelo Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM, na sigla em francês), nos arredores de Paris, alimentado por uma rede de mais de 300 relógios em todo o mundo.
Os dados são recebidos via satélite e sua média é calculada pelo BIPM usando os dados de dois laboratórios na França e um nos EUA, Alemanha, Japão e Grã-Bretanha, entre os quais o de Física Nacional britânico.
Eventualmente, um segundo pode ser adicionado ou subtraído para corrigir qualquer discrepância.
Estudantes recebem 300 bicicletas do MEC
O Ministério da Educação (MEC) entregou nesta sexta-feira as primeiras 300 bicicletas a alunos da rede pública. O ministro da Educação, Fernando Haddad, esteve presente na solenidade.
Só no Distrito Federal serão distribuídas 3 mil bicicletas para alunos maiores de 14 anos que morem a até 7 quilômetros da escola, como previsto no programa Caminho da Escola.
Os beneficiados vão passar por cursos de formação pela Secretaria de Educação do DF e pelo Detran, além de uma avaliação física.
SEGURANÇA
A bicicleta escolar foi testada em laboratório credenciado pelo Inmetro e tem as opções de aros 20 e 26, quadro reforçado, selim anatômico, para-lamas, bagageiro traseiro e descanso lateral, além de itens de segurança como espelho retrovisor, campainha e refletores dianteiro, traseiro, nas rodas e pedais. Como acessórios, tem bomba manual para encher pneu e ferramentas de montagem e regulagem.
Nessa fase do programa, mais de 26 mil estudantes da rede pública de 70 municípios vão receber bicicletas escolares e capacetes. Até o fim do ano letivo, estudantes de aproximadamente 300 municípios serão atendidos com 100 mil bicicletas.
Para receber bicicletas e capacetes escolares ainda em 2011, os municípios com até 20 mil habitantes devem concluir o cadastro do Plano de Ações Articuladas (PAR) do MEC e incluir o pedido.
Com informações do site do MEC
Só no Distrito Federal serão distribuídas 3 mil bicicletas para alunos maiores de 14 anos que morem a até 7 quilômetros da escola, como previsto no programa Caminho da Escola.
Os beneficiados vão passar por cursos de formação pela Secretaria de Educação do DF e pelo Detran, além de uma avaliação física.
SEGURANÇA
A bicicleta escolar foi testada em laboratório credenciado pelo Inmetro e tem as opções de aros 20 e 26, quadro reforçado, selim anatômico, para-lamas, bagageiro traseiro e descanso lateral, além de itens de segurança como espelho retrovisor, campainha e refletores dianteiro, traseiro, nas rodas e pedais. Como acessórios, tem bomba manual para encher pneu e ferramentas de montagem e regulagem.
Nessa fase do programa, mais de 26 mil estudantes da rede pública de 70 municípios vão receber bicicletas escolares e capacetes. Até o fim do ano letivo, estudantes de aproximadamente 300 municípios serão atendidos com 100 mil bicicletas.
Para receber bicicletas e capacetes escolares ainda em 2011, os municípios com até 20 mil habitantes devem concluir o cadastro do Plano de Ações Articuladas (PAR) do MEC e incluir o pedido.
Com informações do site do MEC
FEA desiste de criar curso de Administração Pública na USP Leste
"Fachada da FEA: faculdade não vai criar curso para USP Leste"
O pedido de Rodas, revelado em maio pelo Estadão.edu, também gerou desconforto entre docentes da FEA. Professores chegaram a discutir o assunto, mas levantaram uma série de restrições à criação do novo curso - entre elas o fato de já existir uma graduação com proposta semelhante em funcionamento na USP Leste.
A decisão da faculdade foi tomada última sexta-feira, 19, após o diretor, Reinaldo Guerreiro, reunir-se com uma comissão de professores e o diretor da EACH, Jorge Boueri. 'Fizemos uma análise detida e vimos que ficaria difícil oferecer um curso de Administração Pública junto com o de Gestão de Políticas Públicas', afirmou Guerreiro ao Estadão.edu nesta quarta-feira, 24. 'Essa ideia (de criar o curso) não vai para frente.'
A EACH espera agora ser recebida pelo reitor para 'aparar as arestas'. Antes, a ideia era divulgar uma carta aberta questionando o pedido de Rodas à FEA.
Poli. A Escola Politécnica (Poli) também havia sido provocada por Rodas este ano para transferir o curso de Engenharia da Computação para a USP Leste - e também disse 'não'. Pela proposta, o bacharelado deixaria de abrir vagas para ingresso na Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste, e passaria a ser oferecido no câmpus da zona leste. O Departamento de Computação e Sistemas Digitais da Poli vetou a sugestão por julgá-la 'inadequada'.
Preso em SP homem com R$ 5 milhões em notas falsas
A Polícia Civil de São Paulo prendeu hoje na região dos Jardins, zona sul da cidade, um homem suspeito de participar de um esquema de notas falsas. O homem carregava R$ 5,6 milhões em cédulas de R$ 50. Segundo o delegado do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), Francisco Solano de Santana, o suspeito pretendia espalhar as notas ou utilizá-las em um golpe.
Os investigadores abordaram o vendedor de carros Flávio Rodrigues Dutra, de 50 anos, na rua Bela Cintra. No interior do veículo encontraram quatro malas pretas contento R$ 1 milhão cada. No porta-malas estavam outros quatro pacotes que totalizaram R$ 1,6 milhão. Dutra não explicou a procedência das notas, que apresentavam tarjas idênticas às do Banco Central.
Os investigadores abordaram o vendedor de carros Flávio Rodrigues Dutra, de 50 anos, na rua Bela Cintra. No interior do veículo encontraram quatro malas pretas contento R$ 1 milhão cada. No porta-malas estavam outros quatro pacotes que totalizaram R$ 1,6 milhão. Dutra não explicou a procedência das notas, que apresentavam tarjas idênticas às do Banco Central.
Dilma quer requalificação da reforma agrária para evitar processo de 'favelização rural', diz Gilberto Carvalho | Age
Brasília - A liberação do crédito suplementar de R$ 400 milhões para a reforma agrária deverá ser acompanhada de uma 'requalificação' do processo de desapropriação de terras e assentamento de famílias sem terra, disse hoje (26) o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
'A presidenta Dilma decidiu liberar esta suplementação para este ano com a condição de, internamente, fazermos um trabalho de requalificação do próprio processo de reforma agrária. Ela demonstrou preocupação de que os assentamentos sejam feitos com qualidade, para gerar, de fato, conforto e produtividade, e não criar um processo de favelização rural', declarou o ministro ao visitar o acampamento dos trabalhadores rurais montado em Brasília para a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária.
Os recursos foram negociados entre o governo e os movimentos sociais ligados à terra, que passaram a semana em Brasília e tiveram audiências em 11 ministérios. Na terça-feira (23), um grupo de trabalhadores rurais sem terra ocupou o prédio do Ministério da Fazenda para pressionar a negociação.
A verba emergencial vai ser repassada ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para obtenção de terras a fim de assentar as famílias de trabalhadores rurais sem-terra que vivem nos acampamentos. O Movimento dos Trabalhares Rurais Sem Terra (MST) calcula que será possível assentar 20 mil das 60 mil famílias acampadas atualmente em todo o país.
Segundo Carvalho, o governo também vai liberar R$ 15 milhões para o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) a fim de financiar 'um amplo programa de alfabetização' nos assentamentos.
Já a renegociação da dívida da agricultura familiar, outro item da pauta de reivindicações dos trabalhadores do campo, terminou a semana sem uma solução. O governo ofereceu uma linha de crédito de até R$ 20 mil por família para refinanciamento da dívida, com juros de 2% ao ano e sete anos de prazo para amortização. No entanto, para fechar o acordo, os movimentos sociais querem um bônus de adimplência, para que as famílias que pagarem em dia tenham desconto nas parcelas.
A secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Márcia Quadrado, disse que a proposta do governo pode reinserir milhares de famílias da pequena agricultura e de assentamento da reforma agrária, que estão sem acesso a crédito por causa de endividamento.
TAM cancela voos para Nova York por chegada do furacão Irene
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A TAM cancelou quatro voos do Brasil para Nova York e outros quatro na rota oposta, neste fim de semana, em consequência da passagem do furacão Irene pela Costa Leste dos Estados Unidos, informou a companhia aérea nesta sexta-feira.
Três voos que partiriam de São Paulo e um do Rio de Janeiro para a cidade norte-americana no sábado e no domingo foram cancelados, além de dois voos de NY para SP e outros dois para o Rio.
'A TAM está prestando a assistência necessária aos passageiros afetados por essas alterações. Eles serão reacomodados nas próximas opções de voos disponíveis, após a normalização da situação', informou a companhia em comunicado.
O furacão Irene, o primeiro da temporada do Atlântico a atingir os EUA, já causou efeitos nesta sexta na Costa Leste dos EUA, ameaçando uma área onde vivem 55 milhões de pessoas -- sendo 8 milhões só em Nova York.
Há previsão de fortes ventos na noite de sábado ou na manhã de domingo. A prefeitura de NY determinou a retirada de mais de 250 mil pessoas e se prepara para tirar todos os transportes públicos de circulação -- duas medidas inéditas causadas pela aproximação do furacão Irene.
A Delta e a American Airlines também cancelaram voos do Rio de Janeiro e de São Paulo para Nova York no fim de semana em consequência do furacão.
Embaixador líbio no Brasil anuncia apoio a rebeldes
BRASÍLIA (Reuters) - O embaixador da Líbia no Brasil, Salem Zubeide, anunciou nesta sexta-feira apoio aos rebeldes líbios, que nesta semana assumiram o controle da capital do país e derrubaram o líder Muammar Gaddafi.
'Depois de várias semanas analisando a situação do meu país, concluí que o povo líbio está ao lado do Conselho Nacional de Transição', disse Zubeide a jornalistas na embaixada do país, em Brasília.
O embaixador, que representa a Líbia no Brasil desde 2007, disse que seguirá no cargo, mas afirmou ter colocado seu cargo à disposição do Conselho.
Na sexta-feira passada, cerca de 30 pessoas pró e contra Gaddafi, incluindo funcionários da embaixada, se enfrentaram na representação diplomática líbia em Brasília.
A confusão começou quando grupos contrários a Gaddafi substituíram a bandeira da Líbia pela que simboliza os rebeldes. Na ocasião, Zubeide pôs-se a favor de Gaddafi.
A bandeira dos rebeldes foi hasteada nesta semana na embaixada, após rebeldes terem assumido o controle da capital, Trípoli, depois de mais de seis meses de confrontos no país, pondo fim aos 41 anos do regime de Gaddafi. O paradeiro do líder deposto, no entanto, é desconhecido.
Segundo Zubeide, as relações entre Brasil e Líbia devem melhorar com o novo governo e os projetos de empresas brasileiras no país serão respeitados. Entre as empresas que operam na Líbia estão a Petrobras e as construtoras Odebrecht e Queiroz Galvão.
O governo brasileiro não reconhece a legitimidade do Conselho de Transição líbio.
O Brasil foi um dos países que se abstiveram, em março, da votação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorizou o uso da força para impor uma zona de exclusão aérea na Líbia.
Quase US$ 3 bilhões somem de fundo líbio, diz líder rebelde
Cerca de US$ 2,9 bilhões (R$ 4,6 bilhões) em depósitos desapareceram do fundo soberano da Líbia, disse nesta sexta-feira o líder do Conselho Nacional de Transição líbio (CNT), Mahmoud Badi.
Segundo Badi, as investigações apontam 'uso indevido, desvio e má gestão do fundo', gerido pela Autoridade Líbia de Investimentos.
O fundo, estabelecido em 2006 por Saif-al-Islam, filho do coronel Muamar Khadafi, concentra investimentos na ordem de US$ 70 bilhões (R$ 112 bilhões).
A Autoridade Líbia de Investimentos tem várias aplicações no exterior, como ativos do banco italiano UniCredit, além de participação no clube de futebol italiano Juventus.
O fundo líbio também tem participação no grupo Pearson, controlado do jornal britânico Financial Times.
Badi disse que o CNT vai 'utilizar todos os meios disponíveis e contatar todas as instituições com ligações com o fundo'.
Mais cedo, Ahmed Jehani, chefe da Equipe de Estabilização da Líbia, que faz parte do CNT, disse que a reconstrução da infraestrutura do país deve levar pelo menos dez anos.
Segundo ele, a infraestrutura do país estava em condições deploráveis já antes do início do conflito, devido à 'negligência'.
De Benghazi para Trípoli
O Conselho de Transição, baseado originalmente em Benghazi, anunciou que metade de seus integrantes já estão em Trípoli, onde ainda há bolsões de resistência do regime.
Segundo membros do CNT, as autoridades rebeldes se estabeleceram nos arredores da capital. O chefe do Conselho disse, no entanto, que figuras-chave do movimento rebelde ainda permanecem em Benghazi por questões de segurança.
Os rebeldes também prosseguem seu esforço para liberar mais investimentos líbios congelados em contas bancárias no exterior, bem como na busca de reconhecimento oficial.
Na quinta-feira, a ONU fechou um acordo para liberar US$ 1,5 bilhão em ativos congelados do governo líbio para atender necessidades humanitárias urgentes.
O dinheiro havia sido congelado por sanções da própria ONU contra o regime de Khadafi.
A Itália anunciou que irá liberar mais de US$ 500 milhões em ativos congelados do regime líbio para ajudar o Conselho.
Fontes do governo da Suíça e dos Estados Unidos disseram que fundos líbios serão liberados em breve. A Turquia também anunciou ajuda ao governo rebelde.
Nesta sexta-feira, a Alemanha anunciou a liberação de um empréstimo ao Conselho no valor de 100 milhões de euros.
Outro líder do CNT, Mahmoud Jibril, disse que os rebeldes poderão enfrentar uma crise de legitimidade se os bens líbios que estão congelados não forem liberados logo.
Governo
O CNT diz que precisa do dinheiro para pagar salários atrasados de servidores líbios e para manter funcionando os serviços e instalações de petróleo, considerados vitais na recuperação do país.
O líder do Conselho, Mahmoud Jibril, fez nesta semana um giro por países europeus. Na quarta-feira, ele se encontrou com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que convocou uma reunião de 'países amigos' da Líbia, para discutir a reconstrução do país.
Além dos países que participaram da campanha militar contra Khadafi, Sarkozy foram convidou para o encontro Brasil, Rússia, Índia e China, países que formam o grupo conhecido como Bric.
Brasil
Na quinta-feira, outro líder do CNT, Mustafa Abdel Jalil, disse que os países que apoiam o Conselho terão facilidades no processo de reconstrução da Líbia.
O Brasil ainda não reconheceu o Conselho de Transição líbio. Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que a queda do líder líbio é insuficiente para normalizar a situação no país.
Empresas brasileiras como a Odebrecht, Andrade Gutierrez e Petrobrás têm grandes investimentos na Líbia.
Em entrevista à BBC Brasil, o embaixador brasileiro no Egito, Cesario Melantonio Neto, disse ter recebido dos rebeldes garantias de que os contratos serão respeitados, após reunião com o CNT em Benghazi.
Nesta sexta-feira, o embaixador da Líbia no Brasil, Salem Al Zubaidi, anunciou apoio ao movimento rebelde. Até o começo da semana, Zubaidi se dizia fiel ao regime de Khadafi.
Mais cedo, a União Africana, com forte liderança da África do Sul, pediu um governo de transição inclusivo na Líbia, mas evitou reconhecer o Conselho de Transição como a autoridade legítima do país.
A decisão foi tomada em uma reunião do bloco na Etiópia.
O que quer uma mulher? - Martha Medeiros
Uma mulher quer que suas unhas não quebrem nem descasquem. Uma mulher quer se sentir atraente com o peso que tem. Uma mulher quer ver seu trabalho valorizado. E quer ganhar dinheiro com ele. Uma mulher quer ser amada. Quer viver apaixonada. E quer se divertir.
Poderíamos encerrar a questão neste primeiro parágrafo, mas como a página necessita ser preenchida, avante.
Uma mulher quer ter filhos. Ou já quis um dia.
Uma mulher com filhos quer ter mais tempo para si mesma. E uma mulher com tempo de sobra quer uma rotina mais agitada. Uma mulher só não quer o tédio.
Uma mulher quer um cabelo que não precise ser constantemente pintado, arrumado, escovado. Uma mulher quer conversar. Uma mulher quer ficar em silêncio. Uma mulher quer que lhe telefonem de surpresa e lhe digam coisas que a façam ficar sem palavras. Uma mulher quer deixar um homem maluco. E ter, ela mesma, o direito de enlouquecer.
Uma mulher quer aprender a ser mais egoísta. Quer, ao menos uma vez na vida, pensar só nela e em mais ninguém.
Uma mulher quer inspirar um poema. Quer ser musa. Mas não quer ser confundida com essas mulheres que não controlam a própria vaidade, perdem a noção e pagam mico nas páginas das revistas.
Uma mulher quer colocar comida na mesa e que as crianças raspem o prato, uma mulher quer seus filhos saudáveis e felizes, uma mulher quer que eles durmam a noite toda, de preferência em casa.
Uma mulher quer desligar a tevê. Uma mulher quer sexo. Uma mulher quer devorar um pão de meio quilo sem culpa. Uma mulher quer sair bonita na foto. Uma mulher quer dormir mais cedo. Uma mulher quer ser reparada na festa. Uma mulher quer que seu carro não a deixe na mão. Uma mulher quer ser escutada. E quer escutar os homens, que pouco se abrem.
Uma mulher quer fazer algo pela sociedade. Quer ajudar quem precisa. Quer ser útil. Em troca, quer que a ajudem com as sacolas. E que a amparem na dor.
Uma mulher quer ter o gostinho de dizer não para os cafajestes. Por mais que ela queira dizer sim.
Uma mulher quer morrer de rir. Uma mulher quer que não a levem tão a sério. Quer batalhar por seus ideais sem se embrutecer.
Uma mulher quer de vez em quando demonstrar seus dotes de atriz. Uma mulher quer brilhar no escuro.
Uma mulher quer paz. Uma mulher quer ler mais, viajar mais, conhecer mais. Uma mulher quer flores. Quer beijos. Quer se sentir viva. E quer viver para sempre, enquanto for bom. Está respondido, doutor Freud. Não somos assim tão complicadas.
Poderíamos encerrar a questão neste primeiro parágrafo, mas como a página necessita ser preenchida, avante.
Uma mulher quer ter filhos. Ou já quis um dia.
Uma mulher com filhos quer ter mais tempo para si mesma. E uma mulher com tempo de sobra quer uma rotina mais agitada. Uma mulher só não quer o tédio.
Uma mulher quer um cabelo que não precise ser constantemente pintado, arrumado, escovado. Uma mulher quer conversar. Uma mulher quer ficar em silêncio. Uma mulher quer que lhe telefonem de surpresa e lhe digam coisas que a façam ficar sem palavras. Uma mulher quer deixar um homem maluco. E ter, ela mesma, o direito de enlouquecer.
Uma mulher quer aprender a ser mais egoísta. Quer, ao menos uma vez na vida, pensar só nela e em mais ninguém.
Uma mulher quer inspirar um poema. Quer ser musa. Mas não quer ser confundida com essas mulheres que não controlam a própria vaidade, perdem a noção e pagam mico nas páginas das revistas.
Uma mulher quer colocar comida na mesa e que as crianças raspem o prato, uma mulher quer seus filhos saudáveis e felizes, uma mulher quer que eles durmam a noite toda, de preferência em casa.
Uma mulher quer desligar a tevê. Uma mulher quer sexo. Uma mulher quer devorar um pão de meio quilo sem culpa. Uma mulher quer sair bonita na foto. Uma mulher quer dormir mais cedo. Uma mulher quer ser reparada na festa. Uma mulher quer que seu carro não a deixe na mão. Uma mulher quer ser escutada. E quer escutar os homens, que pouco se abrem.
Uma mulher quer fazer algo pela sociedade. Quer ajudar quem precisa. Quer ser útil. Em troca, quer que a ajudem com as sacolas. E que a amparem na dor.
Uma mulher quer ter o gostinho de dizer não para os cafajestes. Por mais que ela queira dizer sim.
Uma mulher quer morrer de rir. Uma mulher quer que não a levem tão a sério. Quer batalhar por seus ideais sem se embrutecer.
Uma mulher quer de vez em quando demonstrar seus dotes de atriz. Uma mulher quer brilhar no escuro.
Uma mulher quer paz. Uma mulher quer ler mais, viajar mais, conhecer mais. Uma mulher quer flores. Quer beijos. Quer se sentir viva. E quer viver para sempre, enquanto for bom. Está respondido, doutor Freud. Não somos assim tão complicadas.
Moisés Mendes - Maria Madalena e Patrícia Acioli
Maria Madalena, a que seguia Jesus, testemunhou a crucificação e depois o viu ressuscitar, é o mais bem-acabado ícone de uma difamação. Você sabe o que falam dela. Maria Madalena teria sido uma prostituta que decidiu seguir o salvador para se purificar.
A Bíblia, que se lê como quiser, nem em suas linhas mais labirínticas insinua que Maria Madalena se prostituía. Mas de onde tiraram a ocupação da moça? E daí, se era prostituta?
Se não sabemos os culpados, que se dane a vítima. Maria Madalena poderia ser um dos mitos intocáveis do cristianismo. Ela ofereceu a prova de que Jesus seria o filho de Deus, ao vê-lo sair do túmulo e voltar a andar. Ficou por aí como uma louca, uma coitada, uma mulher avulsa. Mulheres que se metem onde não devem são um mal bíblico.
A juíza Patrícia Amorim, assassinada com 21 tiros ao combater as máfias do Rio, é a nossa mais nova Maria Madalena. Você sabe o que falam de Patrícia. Era valente, sim, mas metia o dedo na cara dos policiais que viraram bandidos. Não se enquadrava nas liturgias da magistratura. Namorou um cabo da polícia militar que lhe servia de escolta. Apanhava do cabo. O policial seria de uma facção adversária das milícias condenadas pela juíza. Dizem mais de Patrícia. Ela sabia que o cabo era torto, então também ela era torta. Dá para confiar numa juíza assim? De onde tiraram tudo isso? Do que se ouviu dizer, do que saiu de forma fragmentada na imprensa e da imaginação dos difamadores. Sai da boca de quem nos rodeia.
Patrícia poderia ser nossa heroína real, como contraponto civilizado ao capitão Nascimento, nosso herói primitivo de cinema. Iniciamos a destruição da memória de Patrícia no dia seguinte a sua morte, porque não nos consideramos merecedores do seu atrevimento. É nossa autoflagelação. A coragem da juíza não cabe na nossa acomodação. Vamos debater seus defeitos. Se nada sabemos dos assassinos, nos dediquemos à dissecação da vítima.
Você vai saber mais das “fraquezas” da juíza e é quase certo que não saberá quase nada dos criminosos. Matando Patrícia todos os dias, com nossos trabucos morais, nos livramos de um desconforto. O que vamos fazer dessa mártir imperfeita?
Por que lidar com uma heroína que não entendemos, se temos heróis – e masculinos – menos complexos? A juíza estaria no lugar errado, assim como Maria Madalena não tinha que se meter com aqueles cabeludos. Não há como enfrentar métodos seculares de difamação.
No listão de vestibulandos aprovados pela UFRGS no ano passado, há centenas de Lucas, Marcos, Tiagos, Mateus, Joões, Josés. Há 29 Marias – Marias de Fátima, Marias Cristina, Isabel, Aparecida, Eduarda, etc., mas nenhuma Maria Madalena. Tenho ciúme de quem batiza uma filha com o nome de Maria Madalena.
Se a moça bíblica foi prostituta, como dizem, no que isso a desqualifica? E se a juíza valente era mesmo “uma pessoa complicada”, como a define a moral mediana dos seguidores de detratores, no que isso compromete sua bravura? Os difamadores merecem o capitão Nascimento, que combate milícias e máfias sem complicar ainda mais nossas aflições.
A Bíblia, que se lê como quiser, nem em suas linhas mais labirínticas insinua que Maria Madalena se prostituía. Mas de onde tiraram a ocupação da moça? E daí, se era prostituta?
Se não sabemos os culpados, que se dane a vítima. Maria Madalena poderia ser um dos mitos intocáveis do cristianismo. Ela ofereceu a prova de que Jesus seria o filho de Deus, ao vê-lo sair do túmulo e voltar a andar. Ficou por aí como uma louca, uma coitada, uma mulher avulsa. Mulheres que se metem onde não devem são um mal bíblico.
A juíza Patrícia Amorim, assassinada com 21 tiros ao combater as máfias do Rio, é a nossa mais nova Maria Madalena. Você sabe o que falam de Patrícia. Era valente, sim, mas metia o dedo na cara dos policiais que viraram bandidos. Não se enquadrava nas liturgias da magistratura. Namorou um cabo da polícia militar que lhe servia de escolta. Apanhava do cabo. O policial seria de uma facção adversária das milícias condenadas pela juíza. Dizem mais de Patrícia. Ela sabia que o cabo era torto, então também ela era torta. Dá para confiar numa juíza assim? De onde tiraram tudo isso? Do que se ouviu dizer, do que saiu de forma fragmentada na imprensa e da imaginação dos difamadores. Sai da boca de quem nos rodeia.
Patrícia poderia ser nossa heroína real, como contraponto civilizado ao capitão Nascimento, nosso herói primitivo de cinema. Iniciamos a destruição da memória de Patrícia no dia seguinte a sua morte, porque não nos consideramos merecedores do seu atrevimento. É nossa autoflagelação. A coragem da juíza não cabe na nossa acomodação. Vamos debater seus defeitos. Se nada sabemos dos assassinos, nos dediquemos à dissecação da vítima.
Você vai saber mais das “fraquezas” da juíza e é quase certo que não saberá quase nada dos criminosos. Matando Patrícia todos os dias, com nossos trabucos morais, nos livramos de um desconforto. O que vamos fazer dessa mártir imperfeita?
Por que lidar com uma heroína que não entendemos, se temos heróis – e masculinos – menos complexos? A juíza estaria no lugar errado, assim como Maria Madalena não tinha que se meter com aqueles cabeludos. Não há como enfrentar métodos seculares de difamação.
No listão de vestibulandos aprovados pela UFRGS no ano passado, há centenas de Lucas, Marcos, Tiagos, Mateus, Joões, Josés. Há 29 Marias – Marias de Fátima, Marias Cristina, Isabel, Aparecida, Eduarda, etc., mas nenhuma Maria Madalena. Tenho ciúme de quem batiza uma filha com o nome de Maria Madalena.
Se a moça bíblica foi prostituta, como dizem, no que isso a desqualifica? E se a juíza valente era mesmo “uma pessoa complicada”, como a define a moral mediana dos seguidores de detratores, no que isso compromete sua bravura? Os difamadores merecem o capitão Nascimento, que combate milícias e máfias sem complicar ainda mais nossas aflições.
XICO SÁ - O sexo e o vira-casaca
Por que não posso ser falso à minha bandeira inicial se ela já não mais me representa?
Amigo torcedor, amigo secador, é como digo: homem que é homem muda até de sexo, mas não muda de time. A máxima, porém, só vale para nós, os amadores, os últimos românticos. Aos profissionais aplica-se outra regra. Vale ser mais volúvel que uma moça da Augusta, vale beijar o escudo de cada clube e morrer de amor por ele até que a janela de transferência ou um pé na bunda os separem.
Daí que vemos como uma tremenda bobagem, meu bem, querer envenenar o clássico Palmeiras x Corinthians com a filiação do Gladiador, ainda nos seus verdes anos, à Gaviões da Fiel. É apenas engraçado, vale uma tiração, e não passa disso. Doutor, eu não me engano, seu coração é corintiano. Há alguém que represente de forma mais legítima a massa alvinegra e fiel do que o Magrão, o filósofo greco-paraense Sócrates Brasileiro?
Basta uma visita aos arquivos sagrados de dona Guiomar, a mãe do mais ateniense dos ribeirão- -pretanos, para flagrar Sócrates enquanto jovem santista, como o pai, seu Raimundo, fãs declarados do Coutinho, o maior atacante que o doutor diz ter visto em campo. Força aí, amigo, foi bom te rever inteiraço após o susto. Viver, para o bem e para o mal, é como aquele "uhhh" das arquibancadas. Viver é susto.
Tu és tão querido que acabei de ser parado aqui em uma praça de Ourinhos, no bravo interior paulista, por uma turma que queria saber como estavas. Homens de todas as cores, classes e times. No Bar Doce, não queriam me deixar pagar a conta, só por causa da nossa proximidade. Finalmente, Magrones, estás servindo para alguma coisa. Risos, evidentemente, risos.
Mas é hora de retomar o nosso mantra inicial: homem que é homem muda até de sexo, mas não muda de time.
São raros os destemidos que trocam de camisa. Ou são ruins da cabeça ou não gostam tanto da coisa, digo, do futiba. O vira-casaca, porém, não deixa de ser um personagem interessantíssimo. Também conhecido, no Nordeste, como tapioca. E daí, por que não posso ser falso à minha bandeira inicial se ela já não mais me representa? Haja destemor e coragem. Nada óbvio.
Tem também aquele torcedor que se aposenta, por uma desilusão, um trauma. Conheço vários. Como também existiria o homem que odiava futebol e, uma vez sabendo da saga proletária do Gigante da Colina, mudaria de ideia, como me soprou anteontem no Rio o escritor Mauro Rosso: "Lima Barreto seria vascaíno, evidentemente".
E não se fala mais nisso.
Em Cuba, a sociedade civil se constrói aos poucos diante do partido único
- Ignacio Estrada e Wendy Iriepa, um ex-seminarista e uma transexual, casaram-se em Cuba, em 13 de agosto, mesmo dia em que Fidel Castro completou 85 anos
Depois dos intelectuais, os gays, os negros e os advogados aspiram a mais autonomia
Na trilha aberta por intelectuais e artistas, os primeiros a conquistarem uma relativa autonomia, outros cubanos têm se esforçado para consolidar uma sociedade civil ainda incipiente, em um sistema socialista de partido único: a começar pelos homossexuais, pelos negros e pelos advogados.
Leannes Imbert Acosta, 34, vem tentando há meses obter o reconhecimento legal do Observatório dos Direitos dos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais (LGBT). Ela tem ciência de estar invadindo o território do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), dirigido por Mariela Castro, filha do chefe do Estado, Raúl Castro, cujos méritos ela reconhece. “Os transexuais que foram operados devem muito a ela”, admite a jovem. “Mariela apresentou um projeto de união homossexual, mas sua aprovação não depende dela”, diz a militante LGBT.
No entanto, para ter acesso à biblioteca do Cenesex, é preciso ter uma justificativa institucional. O Observatório quer criar um centro de informação aberto a todos. Segundo Leannes Imbert Acosta, o Cenesex limita seu trabalho pedagógico à reprodução e à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, ao passo que a educação nacional continua fechada à diversidade sexual.
“A Mariela é contra o Gay Pride, que ela considera uma manifestação de protesto que não teria razão de existir em Cuba”, explica a coordenadora do Observatório LGBT. “Ora, existem discriminações no trabalho, mesmo que elas sejam difíceis de provar.” No dia 28 de junho, respondendo ao apelo do Observatório, algumas dezenas de pessoas levando faixas e cartazes celebraram pela primeira vez o dia do orgulho gay em Havana, no bulevar do Prado, em meio a um forte dispositivo de forças de segurança.
O mal-estar do Cenesex em relação a qualquer iniciativa que escape de seu controle assumiu um viés curioso quando uma funcionária do centro, a transexual Wendy Iriepa, foi penalizada por sua relação com Ignacio Estrada, soropositivo e coordenador da Liga Cubana contra a Aids. Seu casamento aconteceu no dia 13 de agosto, data do aniversário de Fidel Castro.
O pedido de legalização enviado ao Ministério da Justiça “protegeu” o Observatório LGBT, pois mostrou a intenção de agir em total transparência, dentro das leis em vigor, explica Leannes Imbert. O caso foi confiado à Associação Jurídica Cubana, que reúne dezenas de advogados, ela mesma à espera de reconhecimento legal. Essa associação também acompanha a iniciativa da Confraria da Negritude, que luta contra a discriminação racial, uma praga reavivada pelas crescentes desigualdades desde a implosão da União Soviética e a crise do “modelo cubano”.
Wilfredo Vallin nos recebe em um modesto apartamento do bairro popular de La Vibora. Sua perseverança e seu conhecimento dos meandros da legalidade socialista lhe permitiram vencer um primeiro round em janeiro, após dois anos de processo: uma instância de apelação admitiu que nenhuma associação jurídica cubana existia sob a mesma denominação.
“Não existe separação de poderes em Cuba, a Justiça é subordinada ao Executivo e recebe instruções da segurança do Estado”, observa Vallin. Somente os advogados reunidos nos “escritórios coletivos” - todos funcionários públicos – têm o direito de representar seus clientes nos tribunais. A recente autorização de 178 profissões que podem ser exercidas de forma autônoma ressalta a arbitrariedade de uma proibição profissional que se estende aos arquitetos, aos analistas de sistemas, aos professores e aos médicos.
O código penal cubano pune atos que não são punidos em outros países. Resultado: as prisões estão lotadas. “Detentos esperam por dois, três anos antes de serem julgados, razão pela qual queremos restaurar o habeas corpus”, afirma Vallin. O proprietário de uma vaca não pode abatê-la sem autorização oficial, mesmo que seja para alimentar uma criança doente.
O desacato a uma figura do Estado ou a tentativa de deixar a ilha sem permissão também são passíveis de pesadas penas de prisão. A Constituição autoriza os cubanos a escolherem seu local de residência, mas a polícia desaloja qualquer um que se estabeleça em Havana sem a permissão prévia da administração. Assim, Leannes Imbert, originária de Guantánamo, onde é forte a homofobia, reside na capital correndo o risco de ser uma clandestina em seu próprio país.
A Associação Jurídica cubana tem conduzido uma ação de formação cívica, com cursos sobre direito constitucional, direito penal e o código de processo penal. Ela pede pela ratificação e pela difusão dos pactos das Nações Unidas sobre os direitos civis e políticos e os direitos econômicos, sociais e culturais, assinados pelo governo cubano em 2008.
A Constituição atribui um papel dirigente ao partido único: e isso não bloqueia a evolução da sociedade? “A questão do Partido Comunista, do qual sou militante, se coloca em termos de democratização, de mais representatividade ou de participação”, acredita Rafael Hernández, diretor da revista de ciências sociais “Temas”, que lembra o número de membros do PC cubano: 800 mil. “O multipartidarismo não é a única alternativa ao partido único”, reforça um outro intelectual reformista, Júlio César Guanche.
Antonio Rodiles, um jovem economista que estudou no México, vê as coisas de outra forma. Ele coordena, em sua própria casa, um fórum de discussão chamado “Estado de Sats”, cujos debates depois circulam na internet e sob forma de DVD ou de pendrives. A sessão dedicada à emergência de uma sociedade civil em Cuba chamou a atenção.
“O governo pode até reiterar sua fidelidade ao socialismo, mas as pessoas nas ruas agora pensam em termos de mercado, elas não querem mais depender do Estado”, garante Rodiles. “Mesmo que elas sejam a favor da saúde e da educação gratuitas, elas não descartam mais serviços privados nesses domínios.” Mas ele se mantém reservado: “Eu vivo mais em função do futuro que do presente”, conta.
Apesar dos obstáculos à mudança, Vallin está otimista. De acordo com ele, as iniciativas individuais e das associações mostram que o medo está mudando de lado em Cuba: “Eu sempre cito uma frase de Montesquieu: ‘A República é um despojo, sua força não é nada além do poder de alguns cidadãos e da licença de todos’”.
Leannes Imbert Acosta, 34, vem tentando há meses obter o reconhecimento legal do Observatório dos Direitos dos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais (LGBT). Ela tem ciência de estar invadindo o território do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), dirigido por Mariela Castro, filha do chefe do Estado, Raúl Castro, cujos méritos ela reconhece. “Os transexuais que foram operados devem muito a ela”, admite a jovem. “Mariela apresentou um projeto de união homossexual, mas sua aprovação não depende dela”, diz a militante LGBT.
No entanto, para ter acesso à biblioteca do Cenesex, é preciso ter uma justificativa institucional. O Observatório quer criar um centro de informação aberto a todos. Segundo Leannes Imbert Acosta, o Cenesex limita seu trabalho pedagógico à reprodução e à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, ao passo que a educação nacional continua fechada à diversidade sexual.
“A Mariela é contra o Gay Pride, que ela considera uma manifestação de protesto que não teria razão de existir em Cuba”, explica a coordenadora do Observatório LGBT. “Ora, existem discriminações no trabalho, mesmo que elas sejam difíceis de provar.” No dia 28 de junho, respondendo ao apelo do Observatório, algumas dezenas de pessoas levando faixas e cartazes celebraram pela primeira vez o dia do orgulho gay em Havana, no bulevar do Prado, em meio a um forte dispositivo de forças de segurança.
O mal-estar do Cenesex em relação a qualquer iniciativa que escape de seu controle assumiu um viés curioso quando uma funcionária do centro, a transexual Wendy Iriepa, foi penalizada por sua relação com Ignacio Estrada, soropositivo e coordenador da Liga Cubana contra a Aids. Seu casamento aconteceu no dia 13 de agosto, data do aniversário de Fidel Castro.
O pedido de legalização enviado ao Ministério da Justiça “protegeu” o Observatório LGBT, pois mostrou a intenção de agir em total transparência, dentro das leis em vigor, explica Leannes Imbert. O caso foi confiado à Associação Jurídica Cubana, que reúne dezenas de advogados, ela mesma à espera de reconhecimento legal. Essa associação também acompanha a iniciativa da Confraria da Negritude, que luta contra a discriminação racial, uma praga reavivada pelas crescentes desigualdades desde a implosão da União Soviética e a crise do “modelo cubano”.
Wilfredo Vallin nos recebe em um modesto apartamento do bairro popular de La Vibora. Sua perseverança e seu conhecimento dos meandros da legalidade socialista lhe permitiram vencer um primeiro round em janeiro, após dois anos de processo: uma instância de apelação admitiu que nenhuma associação jurídica cubana existia sob a mesma denominação.
“Não existe separação de poderes em Cuba, a Justiça é subordinada ao Executivo e recebe instruções da segurança do Estado”, observa Vallin. Somente os advogados reunidos nos “escritórios coletivos” - todos funcionários públicos – têm o direito de representar seus clientes nos tribunais. A recente autorização de 178 profissões que podem ser exercidas de forma autônoma ressalta a arbitrariedade de uma proibição profissional que se estende aos arquitetos, aos analistas de sistemas, aos professores e aos médicos.
O código penal cubano pune atos que não são punidos em outros países. Resultado: as prisões estão lotadas. “Detentos esperam por dois, três anos antes de serem julgados, razão pela qual queremos restaurar o habeas corpus”, afirma Vallin. O proprietário de uma vaca não pode abatê-la sem autorização oficial, mesmo que seja para alimentar uma criança doente.
O desacato a uma figura do Estado ou a tentativa de deixar a ilha sem permissão também são passíveis de pesadas penas de prisão. A Constituição autoriza os cubanos a escolherem seu local de residência, mas a polícia desaloja qualquer um que se estabeleça em Havana sem a permissão prévia da administração. Assim, Leannes Imbert, originária de Guantánamo, onde é forte a homofobia, reside na capital correndo o risco de ser uma clandestina em seu próprio país.
A Associação Jurídica cubana tem conduzido uma ação de formação cívica, com cursos sobre direito constitucional, direito penal e o código de processo penal. Ela pede pela ratificação e pela difusão dos pactos das Nações Unidas sobre os direitos civis e políticos e os direitos econômicos, sociais e culturais, assinados pelo governo cubano em 2008.
A Constituição atribui um papel dirigente ao partido único: e isso não bloqueia a evolução da sociedade? “A questão do Partido Comunista, do qual sou militante, se coloca em termos de democratização, de mais representatividade ou de participação”, acredita Rafael Hernández, diretor da revista de ciências sociais “Temas”, que lembra o número de membros do PC cubano: 800 mil. “O multipartidarismo não é a única alternativa ao partido único”, reforça um outro intelectual reformista, Júlio César Guanche.
Antonio Rodiles, um jovem economista que estudou no México, vê as coisas de outra forma. Ele coordena, em sua própria casa, um fórum de discussão chamado “Estado de Sats”, cujos debates depois circulam na internet e sob forma de DVD ou de pendrives. A sessão dedicada à emergência de uma sociedade civil em Cuba chamou a atenção.
“O governo pode até reiterar sua fidelidade ao socialismo, mas as pessoas nas ruas agora pensam em termos de mercado, elas não querem mais depender do Estado”, garante Rodiles. “Mesmo que elas sejam a favor da saúde e da educação gratuitas, elas não descartam mais serviços privados nesses domínios.” Mas ele se mantém reservado: “Eu vivo mais em função do futuro que do presente”, conta.
Apesar dos obstáculos à mudança, Vallin está otimista. De acordo com ele, as iniciativas individuais e das associações mostram que o medo está mudando de lado em Cuba: “Eu sempre cito uma frase de Montesquieu: ‘A República é um despojo, sua força não é nada além do poder de alguns cidadãos e da licença de todos’”.
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