Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental alertam população para os riscos que o fogo na mata pode causar às moradias e aos motoristas, quando próximo das rodovias
Litoral Norte – Esta época do ano, quando o tempo tende a estar mais seco, há um risco natural do aumento no número de queimadas, em especial na mata. Quando a ação do homem entra em cena, a situação fica mais complicada ainda. Isso tem sido visto nas diversas ocorrências atendidas tanto pelo Corpo de Bombeiros como pela Polícia Ambiental. Até ontem, a quantidade de fogo em mata registrada na região era maior que o ocorrido no mesmo período do ano passado. Ontem mesmo, os bombeiros de São Sebastião tiveram trabalho para controlar um incêndio registrado na mata próximo à praia da Pitangueira, na região central. Eles tiveram de ir buscar mais água para controlar as chamar. Eram três bombeiros tentando abafar o fogo, cuja causa provável para o início pode ter sido o descarte de uma ponta de cigarro acesa.
Na semana passada, moradores do bairro da Topolândia, também na região central de São Sebastião, reclamaram de uma queimada que ameaça as casas. O fogo teve início por volta das 11h05, na rua Onofre Santos. Levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros mostra que somente no dia 20, foram registradas cinco ocorrências na cidade – Topolândia, Centro, Pitangueiras e Topovaradouro.
De acordo com o tenente Marco Aurélio Ribeiro da Silva, comandante interino da 3ª Companhia da Polícia Ambiental, no caso da Topolândia, foi atingida uma área extensa, mas sem vegetação significativa (basicamente arbustivas e gramíneas). Ele explica ainda que as causas prováveis foram de ação humana para uma “limpeza” de terreno (atear fogo em vegetação seca, dispensando a capina, prática de alto risco à vida e ao patrimônio).
O comandante interino do 4º Subgrupamento de Bombeiros, tenente Felipe Leanza Paes Marques, informou que de janeiro até ontem a corporação havia registrado 95 focos de incêndio em matas em toda a região, sendo que a maior quantidade foi em São Sebastião com 27 casos, 25 em Ilhabela, 22 em Ubatuba e 21 em Caraguatatuba,
contra 84 no mesmo período, com 25 em Ilhabela, 23 em São Sebastião, 19 em Ubatuba e 17 em Caraguá.
Pela Polícia Ambiental, segundo o tenente Marco Aurélio, este ano foram 24 casos de queimada em mata em Caraguá, 10 em Ubatuba e 18 em São Sebastião e Ilhabela. Em 2010, os policiais ambientais contabilizaram nove ocorrências em Caraguá e sete em São Sebastião e Ilhabela.
A maior dificuldade é identificar o responsável por atear fogo na mata. O alerta para a população é de não praticar queimada, por envolver riscos à vida, saúde pública e ao patrimônio podendo, dessa forma, responder por crimes previstos no Código Penal, Lei de Crimes Ambientais e Contravenções Penais.
Em caso de fogo em mato, as pessoas devem ligar para o Corpo de Bombeiros pelo 193 ou autoridades competentes para controle, registros de ocorrência e autuações, caso comprovada a autoria.
Outra orientação, segundo o tenente Paes, do Corpo de Bombeiros, é evitar a limpeza do terreno nesta época de seca com a utilização do fogo, “pois ele se propaga de forma descontrolada, por meio até de uma simples fagulha, causando grandes perdas”.
Embora as pessoas se refiram a queimada o fogo na mata, o comandante da Polícia Ambiental esclarece que a queimada é considerada o fogo controlado, enquanto o incêndio é o fogo sem controle. “As formas de controle de fogo não são 100% garantidas de modo que a prática de queimada oferece riscos consideráveis à população e expõe a saúde pública”.