O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, nesta quarta-feira (31), diminuir a taxa básica de juros da economia em 1 ponto porcentual. Com o corte, a Selic passou de 11,25% para 10,25% ao ano. Essa foi a sexta redução consecutiva da taxa básica de juros.
A intensidade do corte não surpreendeu economistas, que esperavam por uma manutenção do ritmo da queda neste mês após as denúncias contra o presidente Michel Temer reduzirem as expectativas sobre uma recuperação rápida da economia, já que tornou mais difícil o caminho para a aprovação de reformas, como a da Previdência. Antes da divulgação da delação feita por executivos da JBS, os economistas apostavam em um corte maior, que poderia chegar a 1,25 ponto porcentual.
Com a queda da Selic, a poupança continua rendendo menos do que outras aplicações conservadoras. Contudo, a diferença na rentabilidade que o investidor tem ao deixar o dinheiro aplicado na caderneta, em um CDB ou fundo de renda fixa com taxa de 1% ao ano é de apenas 0,27 ponto porcentual, em um período de seis meses. Para prazos mais longos, a diferença aumenta.
Ou seja, o nível ainda alto dos juros mantém rentáveis os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) com taxas pós-fixadas, os fundos DI (que agora têm nova nomenclatura) e o Tesouro Selic, título público negociado pelo Tesouro Direto que paga ao investidor a variação da taxa básica de juros.
Essas três opções têm seu rendimento atrelado à taxa Selic ou à taxa DI (CDI), que é bem próxima ao patamar do juro básico. Já o retorno da poupança só fica atrelado à Selic quando ela é menor ou igual a 8,5% ao ano.
Pela regra atual, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR) quando a taxa básica é inferior ou igual a 8,5% ao ano e, quando a taxa é maior do que 8,5%, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês mais a TR.
Veja abaixo quanto seria o valor final da aplicação de 5 mil reais na poupança, no CDB, no fundo DI e no Tesouro Selic em diferentes prazos. Os cálculos foram feitos pelo professor Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper.
* A TR considerada foi de 2,5% ao ano. Não há desconto de Imposto de Renda nesta aplicação.
** Taxa DI considerada foi de 10,38% ao ano.
*** Houve desconto de uma taxa de 0,5% (CBLC + corretagem) e de Imposto de Renda: 22,5% na simulação para 6 meses, 20% na simulação para 12 meses, 17,50% na simulação para 18 meses e 15% nas simulações para 24 e 30 meses.
Os valores já descontam o Imposto de Renda, que é cobrado em todas as aplicações. A exceção é a poupança, que é isenta do tributo.
Nas outras aplicações, para resgates em até 180 dias a alíquota do imposto é de 22,5%; de 181 dias a 360 dias o imposto cai para 20%; de 361 dias a 720 dias vai para 17,5%; e acima de 721 dias é aplicada a menor alíquota, de 15%, de acordo com a tabela regressiva do IR.
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