Conforme revelou VEJA no ano passado, Alexandra Marcondes Teixeira procurou uma delegacia em 2010 para acusar o então marido de agredi-la com socos e chutes. Na ocasião, Mourão assinou um laudo corroborando o relato de Alexandra - e é justamente sobre este documento que ele vai falar amanhã na Justiça Federal do Rio.
VEJA localizou Mourão por telefone no fim de semana. Sem demonstrar vontade de conversar sobre o caso, o perito afirmou ter dificuldades de lembrar-se de cada vítima que atendeu no Instituto Médico-Legal (IML) em 16 anos de profissão: "Não me lembro deste laudo. Naquela época fazíamos cerca de 50 exames por dia", afirmou o perito, hoje lotado na Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca.
Desde o início deste ano, o caso começou a ter uma reviravolta com novos depoimentos dados por Alexandra e a babá do casal, Ana Paula Bernardes. Alexandra gravou um vídeo dizendo que foi ela quem agrediu Pedro Paulo após descobrir uma traição. E Ana Paula, que depôs como testemunha da vítima em 2010, disse que não havia presenciado nenhuma agressão no passado. A Polícia Federal chegou a pedir o arquivamento do caso, mas o Ministério Público pediu o depoimento de Mourão para concluir as investigações.
VEJA também questionou Mourão sobre o laudo apresentado pela defesa de Pedro Paulo assinado pelo perito Roger Vinicius Ancillotti. O documento desacredita por completo o exame de corpo de delito feito em 2010. Foi o único momento que Mourão mudou um pouco o tom da sua fala: "O que vale é o que eu escrevi no laudo. Nada mais ou nada menos. Estou dentro do túnel Rebouças, tenho que desligar o telefone".
Na Corregedoria da Polícia Civil, Roger Ancillotti é investigado em um procedimento para apurar se o servidor 'violou o código de ética da instituição ou se forneceu informações inexatas' ao atuar na defesa de Pedro Paulo. O perito contratado chega a levantar a hipótese de Alexandra ter praticado autoflagelação para ficar com as marcas detectadas no laudo do IML.
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