Testemunhas da execução de dois motoristas no Complexo do Chapadão, na Zona Norte, contaram à Divisão de Homicídios que sete motoristas e o dono da cooperativa de táxi executivo onde as vítimas trabalhavam tiveram que assistir a morte dos dois colegas. No meio dos cerca de 60 disparos, o proprietário da empresa, que é agente do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), correu e fugiu por uma ribanceira. Já os outros sete ficaram no local e começaram a rezar. De acordo com os depoimentos, os bandidos, então, decidiram liberá-los. “Não era para tudo isso ter acontecido”, teria dito um dos traficantes, segundo uma testemunha.
Agentes da DH cumpriram, nesta quinta, mandado de prisão contra Paulo Henrique Luiz Santos, de 25 anos, por envolvimento na morte do cabo do Exército Jorge Fernando Souza, de 24 anos, e do ex-militar Cleiton Felipe Massena, de 22. A dupla teria sido acusada pelos bandidos de repassar informações do tráfico para a polícia. O corpo dos dois ainda não foi encontrado pela polícia. Eles estão desaparecidos desde a madrugada da última segunda-feira. A DH já identificou outros suspeitos de envolvimento com a execução.
Ainda segundo o “Extra”, Paulo Henrique deu entrada no Hospital municipal Salgado Filho na noite da última terça-feira, atingido por tiros no braço e no abdômen. Quando chegou ao local, ele afirmou que foi vítima de um roubo a bicicleta. No entanto, testemunhas, na DH, o reconheceram como um dos participantes do homicídio dos motoristas. Segundo o depoimento de uma das testemunhas, foi Paulo Henrique quem atirou primeiro contra as vítimas. A Justiça expediu mandado de prisão contra o suspeito na madrugada desta quinta-feira.
Segundo depoimentos de testemunhas, no domingo passado, um bandido solicitou uma corrida para a Praia de Grumari, na Zona Oeste. No entanto, o motorista recusou a corrida, o que gerou desconfiança por parte dos traficantes, que, horas depois, marcaram uma reunião com os motoristas na localidade conhecida como Final Feliz.
No encontro, todos foram obrigados a entregar os respectivos celulares. Na mensagem que motivou os homicídios, o cabo afirma que estava na favela e avisa que “caso aconteça alguma coisa, você sabe onde eu estou”. O parente de Cleiton que recebeu a mensagem respondeu perguntando ao cabo se ele queria que a polícia fosse chamada, o que alertou os bandidos.
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