Em quase três horas de depoimento nesta sexta-feira, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu admitiu ao juiz Sérgio Moro que Milton Pascowitch, lobista e colaborador da Operação Lava-Jato, realmente pagou a reforma de sua casa, em Vinhedo, no interior de São Paulo.
As melhorias no imóvel custaram R$ 1,8 milhão e os investigadores acreditam que ela foi paga com propina oriunda de desvios de contratos públicos da Petrobras. Milton Pascowitch atuava em nome da empreiteira Engevix.
De acordo com o advogado de Dirceu, Roberto Podval, o ex-ministro admitiu “pecados”.
De acordo com Dirceu, como iria receber pagamentos de Milton Pascowitch por seu trabalho de consultoria, resolveu incluir o trabalho e pediu para que ele pagasse diretamente os fornecedores dos matérias de construção. Dirceu disse ter ciência de que Pascowitch podia usar seu nome em negociatas ilegais, mas negou que fosse o mentor do esquema de corrupção.
A força-tarefa da Lava-Jato sustenta que a JD Consultoria, empresa do ex-ministro, era uma fachada para o recebimento de propinas de empreiteiras. No total, Dirceu teria recebido R$ 11 milhões.
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