GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 8 de novembro de 2015

O NOSSO CONSELHO TUTELAR:

Tive a honra e a confiança dos eleitores de exercer dois mandatos consecutivos no I Conselho Tutelar em Duque de Caxias até janeiro de 2013. Atualmente estou Conselheiro Estadual do CEDCA e me sentindo envolvido, comprometido e participante da causa é que manifesto a seguir minhas observações, críticas e considerações não no sentido de julgo, mas de participação em um processo democrático que precisa ser melhor entendido e executado em todos os níveis.
Hoje no calendário oficial comemoramos o Dia da Criança e aproveito para parabenizar a todas as crianças deste nosso Brasil afora que brevemente serão adolescentes e no ciclo natural da vida, adultos e idosos. Que reconheçamos a condição peculiar de criança diariamente provendo-lhes de todas as condições dignas e de respeito à sua formação integral.
Parabenizo, também, a todos os Conselheiros Tutelares eleitos legitimamente no último domingo, 04 de outubro, em um processo unificado a nível nacional que apesar de previsto através da Lei Federal 12.696/12 não teve a atenção, a prioridade, o emprego de um planejamento mínimo e comprometimento da executiva nacional, do Tribunal Superior Eleitoral e de muitas prefeituras para que o processo acontecesse de forma ágil e minimamente confiável.
O processo foi interrompido em municípios centrais do país como Rio de Janeiro e São Paulo, como exemplos que ilustram o descaso com a política de proteção aos direitos de nossas crianças e adolescentes. A atenção dispensada a este pleito ao longo desses três anos já apontava esse desfecho decepcionante, onde se perdeu a oportunidade de dar um passo largo para o fortalecimento do órgão Conselho Tutelar.
Em Duque de Caxias, onde acompanhei de perto o processo no I distrito, se deu de forma confusa e exitosa, com deliberações que colocaram em cheques o preparo do CMDCA na condução do pleito e dos candidatos na aferição de seus conhecimentos básicos, com recursos minimamente constrangedores para o porte e histórico de um município como o nosso, e que foram acatados! A distribuição desproporcional dos locais de votações que desestimularam e dificultaram o acesso dos eleitores, quando mais uma vez o Jardim Gramacho não foi contemplado com um local sequer (!!), além do despreparo de muitas equipes nas seções eleitorais e uma histórica e inexistente fiscalização tanto do CMDCA, dos candidatos e MP nos postos.
Ouvi de muitos integrantes da organização, “que compareceu muita gente pra votar”. Ora, se tivemos um aumento de 100% no número de Conselhos Tutelares, passando de três para seis, é óbvio que com o número maior de candidatos mais pulverizados demandaria mais eleitores, envidando maior esforço por parte da comissão organizadora no planejamento e na oferta de uma estrutura maior, melhor e mais segura.
A apuração manual que já é naturalmente lenta e cansativa, se deu com muita interferência de pessoas alheias a apuração, apesar da presença do MP. Acredito que se tivesse começado no domingo, após a votação em escolas polo em cada distrito seria mais ágil... Já passou, mas o I distrito com o maior colégio eleitoral ter ficado por último com o resultado sendo anunciado após as 03:00 h de terça-feira foi um teste de resistência que poderia ter sido atenuado.
Não há nada de ilegal, imoral em você ter apoios de diferentes segmentos e níveis em suas propostas pessoais ou públicas como esta eleição. Buscá-los é importante. Porém, o que me chamou a atenção foi o grande número de candidatos com apoios de lideranças políticas e principalmente de políticos de mandatos que não tem ou tiveram atuações pouco expressivas na área de garantias de direitos de crianças e adolescentes, mas que estavam no local da apuração aferindo o poder de ‘resultado de eleição’. Do lado oposto só lembro-me da presença de um representante de instituição, segmento que deveria se fazer mais presente diante ao número expressivo de candidatos tão envolvidos com crianças e adolescentes.
Finalizando, chamo a atenção dos novos Conselheiros para a oportunidade de fazer melhor, se organizarem e produzir estatísticas, se apossarem do conhecimento da Lei 8069/90 - ECA e outros códigos legais para o pleno exercício do mandato, além da sensibilidade para tratar de violação de direitos de indivíduos em formação, para mobilizar os apoios políticos que se apresentaram nesta eleição para que a Comissão Permanente dos Direitos das Crianças e Adolescentes da Câmara Municipal atue efetivamente, identificando demandas, construindo políticas e fiscalizando os serviços e programas da área, como também legisle para o fortalecimento dos Conselhos, de uma condição mais digna de trabalho e de salários, com o reconhecimento da relevância desta função. Ao CMDCA que amplie e aprofunde os debates e se fortaleça cada vez mais com as participações paritárias, a capacitação continuada, construindo uma consistente rede de garantias em nosso município.
A todos, muito boa sorte na caminhada.
Grande abraço, 

Mr. Celso Lopes

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