Enquanto a período eleitoral ainda não começa (pelo menos para os eleitores!), os grupos políticos acabam se organizando para ver quem ficará ao lado de quem nas eleições. No caso das eleições municipais (que acontecerão este ano – veja o calendário eleitoral 2012), as alianças acabam sendo muito abertas. Como não há “hierarquia de cargos” (ex: presidente mais importante que governador), cada partido de cada cidade acaba fazendo a ligações políticas que acha mais conveniente. Até partidos de esquerda acabam se coligando com partidos de direita em cidades menores. É justamente sobre este processo de coligações que vamos falar hoje.
Como são feitas as coligações em eleições municipais?
O ambiente político no Brasil é bem heterogêneo. Um partido que pode ser o dominante em uma cidade pode ser insignificante em um município vizinho. Cabe a estes partidos que não detém grande parte do poder político se juntarem a outros para conseguir ganhar as eleições. Esta é a principal motivação de uma coligação: ter mais força e espaço durante a campanha eleitoral para poder ter mais condições de ganhar uma eleição.
Mas cuidado, coligações não podem ser feitas de qualquer forma!
Há sempre a preocupação de não coligar com políticos com ideologias muito adversas, mesmo que através de uma pesquisa eleitoral identifiquemos um perfil complementar dos candidatos, a população nunca aceitará que duas pessoas que sempre foram como água e vinho, situação e oposição, por exemplo, se unam. Certamente um dos lados sairá perdendo.
As coligações podem ser feitas com a formulação da chapa que vai concorrer as eleições. Ex: candidato a prefeito do partido A + candidato a vice-prefeito do partido B. Elas também podem ser formadas com vereadores que apoiam o prefeito. Ainda há a negociação de partidos que apoiam a coligação conseguir alguma secretaria se a chapa for vencedora nas eleições. Tudo é válido, se a pesquisa eleitoral indicar um aumento significativo de intenções de votos. Mas cuidado de novo: sempre deve haver coerência.
Há grandes problemas a serem resolvidos na hora de uma formulação de coligação política.
O primeiro deles é ideológico. É preciso verificar se a junção de dois ou mais partidos com plataformas e estatutos tão diferentes não acabem causando uma rejeição no eleitorado. Dois grandes exemplos: o primeiro foi a chapa do presidente Lula na eleição que ganhou em 2002. José Alencar era do PL, partido muito diferente do PT. Mesmo assim, só com esta aliança é que Lula venceu. O segundo caso foi a procura de Gilberto Kassab do recém-formado PSD para apoiar o PT nas eleições municipais deste ano. O acordo acabou não sendo fechado.
Outro problema é na hora da própria negociação dos cargos. Todo mundo quer os melhores cargos. Então é preciso muita negociação para conseguir se chegar a um acordo de quem será candidato ao cargo eletivo, a vice e quem só ajudará na eleição ao executivo. Sabe o que pode ajudar nesta decisão? Claro, as pesquisas.
Como as pesquisas ajudam a resolver problemas de coligação
No caso do problema de coligações com ideias distintas, uma pesquisa para ver a reação do público em relação a isso pode ser muito importante na hora de decidir se faz ou não uma coligação. A melhor pesquisa neste caso seria uma enquete para ver o que as pessoas pensam da união de partido A+B e do índice de aceitação e rejeição dos pré-candidatos. O estudo da imagem nesse caso, de acordo com o perfil do eleitorado, é essencial!
No segundo caso, a questão pode ser resolvida com uma pesquisa de popularidade. Obviamente, o partido que tiver mais força no município deve ter o candidato a prefeito. Uma enquete para saber qual é o candidato mais adequado pode ajudar a resolver esta discussão.
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