A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a morte de um feto no hospital Stella Maris, em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Segundo a família, o bebê teve a cabeça arrancada durante o parto no último dia 29 de junho. O médico foi afastado das atividades na unidade.
A moradora de Ilhabela, Kawana Santos, de 24 anos, foi internada no dia 28 de junho por conta da gravidez, considerada de risco. Ela estava no sexto mês de gestacão.
A família acusa um dos médicos do hospital de ter induzido o parto normal. “O médico rompeu a bolsa dela, apesar de o bebê não estar encaixado com a cabeça para baixo, e o puxou pelos pés. Ele o fez com tamanha brutalidade, que o corpo se partiu”, relatou a avó paterna, Luciana Costa.
A avó contou ainda que o filho assistiu ao parto e ligou para a família para comunicar a morte da criança, que se chamaria Valentina. “Ele ligou em estado de choque e me disse que a Valentina não sobreviveu, que o corpinho saiu e a cabeça não”, afirmou.
A família acusa ainda o hospital de ter enterrado o feto sem consentimento da família, que conseguiu reaver o corpo depois de registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher, na última quarta-feira (1º). O feto foi enterrado pela família em Ilhabela (SP) após perícia na quinta-feira (2).
De acordo com o delegado Vanderlei Pagliarini, responsável pela investigação, o laudo da perícia deve ser entregue ainda nesta semana. “Pedi um laudo muito minucioso para saber as causas da lesão. Aparentemente o feto teve a cabeça arrancada. O membro superior estava costurado ao corpo de forma bem artesanal”, disse ao G1.
Outro lado
Em nota, o hospital Stella Maris declarou que o caso foi encaminhado para análise do Conselho de Ética Médica do Hospital e o médico que fez o parto está suspenso até o posicionamento final do conselho.
Já a Prefeitura de Caraguatatuba informou que tomou conhecimento do caso e aguarda relatório da direção da Casa de Saúde Stella Maris, que é referência regional, indicada pelo Estado, para atendimento de casos de gestação de alto risco.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo comunicou que não teve conhecimento sobre o caso e que não encontrou nenhum registro de pena pública no prontuário do médico acusado pela família.
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