O ex-ministro Fernando Pimentel afirmou ontem que tem "confiança" em seu assessor no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, José Afonso Bicalho, réu no processo do chamado mensalão mineiro que tramita na Justiça mineira. O petista, cuja pré-candidatura ao governo de Minas foi lançada em evento com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou a possibilidade de Bicalho ajudar na coordenação da campanha. A notícia de que ele era assessor do ministério que Pimentel deixou nesta semana foi revelada ontem pelo jornal O Globo.
Bicalho era presidente do extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) em 1998, quando, segundo o Ministério Público, foram desviados recursos de estatais mineiras para financiar a campanha pela reeleição do então governador e hoje deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou declarações finais ao Supremo Tribunal Federal no processo que tem como réu o tucano, para quem pediu 22 anos de prisão.
"Ele foi meu secretário na prefeitura, foi secretário do prefeito Marcio Lacerda até ele romper com o PT, foi meu assessor no ministério. Continua como assessor do ministro Mauro Borges. Acredito que vá continuar", afirmou Pimentel. "O fato de estar sendo processado não quer dizer nada, não foi condenado. Tenho convicção da inocência dele. Vamos esperar o resultado da Justiça" completou.
Além de Bicalho, o senador Clésio Andrade, também réu do mensalão mineiro, poderá participar das eleições em Minas: o PMDB já o lançou como pré-candidato ao governo.
De saída. Outro réu do mensalão mineiro, o jornalista Eduardo Guedes, anunciou que rompeu o contrato que tinha com o PSDB nacional, comandado pelo senador Aécio Neves, para não causar constrangimentos ao pré-candidato da legenda à Presidência da República. Guedes tinha contrato com os tucanos desde 2009, quando o partido era comandado por Sérgio Guerra. / M. P.
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