O presidente do Senado, Renan Calheiros, emprega em seu gabinete 12 filiados e ex-filiados ao seu partido em Alagoas. A lista de colaboradores inclui até um ex-vereador de Maceió cassado por compra de votos. Após os protestos de junho, o Senado aprovou resolução que proíbe a nomeação, para cargos em comissão, de condenados, em decisão transitada em julgado ou de órgão colegiado, por delitos previstos na Lei da Ficha Limpa. Além de ter de apresentar certidões negativas de órgãos, como a Justiça, o pretendente tem de declarar que não tem vínculo de parentesco com senador ou servidor.
A norma, que passou a valer em agosto, mereceu elogios de Renan, que destacou o "protagonismo" do Senado em implantar a ficha limpa para comissionados. Em junho, porém, ele havia admitido em seu escritório político em Alagoas, como assistente parlamentar júnior, Nerigleikson Paiva de Melo, o Nery, que perdera a vaga na Câmara de Maceió em 2009 sob acusação de trocar dinheiro e combustível por votos nas eleições de 2008. À época, Nery era filiado ao PV.
A cassação foi por decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). Nery recorreu, sem sucesso, ao Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a resolução do Senado, é vedada a contratação de condenados por "corrupção eleitoral ou captação ilícita de sufrágio".
"O Renan vinha numa tônica moralizadora em sua gestão e tem de rever a contratação", disse ontem o coordenador jurídico do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) em Alagoas, Adriano Argolo.
Questionado sobre a situação do assessor, Renan informou, por sua assessoria, ter determinado a exoneração de Nery, ainda a ser publicada.
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