GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Fatores condicionantes da adesão dos alunos ao Programa de Alimentação Escolar no Brasil

Olá pessoal,
Este post será voltado para expor uma publicação científica “Fatores condicionantes da adesão dos alunos ao Programa de Alimentação Escolar no Brasil” de Sturion et al., 2005, publicado na Revista de Nutrição. Tal artigo problematiza a questão do Programa Nacional de Alimentação do Escolar, que não tem sido alvo de avaliações contínuas em prol da melhoria dos recursos utilizados.
Na época em que o programa era descentralizado, havia a problemática em relação ao alvo do programa e quem este programa realmente está atingindo, havendo distorções quanto às regiões beneficiadas (região Sudeste mais que a região Nordeste, por exemplo) e distorções entre o beneficiamento de crianças desnutridas de áreas rurais (63,4%) e urbanas (82,8%).
Com a descentralização, a qualidade dos serviços melhorou, alterações na sistemática de compras, implantação de produção alternativa de alimentos e utilização de maior volume de alimentos básicos e in natura foram os procedimentos alternativos incorporados ao Programa. No entanto, são escassas as pesquisas quanto à avaliação do programa após a descentralização.
Assim, o artigo visou verificar o nível de adesão dos escolares ao Programa e identificar as  principais variáveis que a afetam, de modo a refletir mais adequadamente a realidade nacional.
Segue abaixo o resumo do artigo:

Objetivo
Verificar o nível de adesão dos alunos ao Programa de Alimentação Escolar e identificar as principais variáveis que a afetam.
Métodos
A pesquisa baseou-se em amostra composta por dez municípios brasileiros, sendo dois de cada região geográfica. As informações foram obtidas a partir de visitas às escolas (duas por município) e entrevistas junto a 2.678 escolares. Foram consideradas no modelo estatístico as variáveis: gênero, idade, práticas alimentares, estado nutricional e condições socioeconômicas dos alunos. Utilizaram-se os testes de qui-quadrado e o modelo de lógite para identificar a influência simultânea das variáveis acima consideradas.
Resultados
Verificou-se que 46% dos alunos consomem diariamente a alimentação oferecida na escola, enquanto 17% não participam do Programa. As variáveis renda familiar per capita, escolaridade dos pais, idade, estado nutricional dos alunos e a maior freqüência de consumo de alimentos nas “cantinas escolares”, ou seja, cantinas comerciais existentes nas escolas, são inversamente associadas à adesão diária ao Programa. Nas escolas que não dispõem de tais cantinas, o estado nutricional é a única variável inversamente associada à adesão diária ao Programa.
Conclusão
Pode-se inferir que a adesão ao Programa de Alimentação Escolar é baixa e que, embora concebido para ser universal, na prática, assume caráter focalizado, beneficiando principalmente os escolares comprometidos nutricionalmente, cujas famílias possuem menores rendimentos e escolaridade. Espera-se que o presente estudo possa contribuir para a reformulação do Programa, visando promover a adequação do seu atendimento às características dos beneficiários. E que possa, também, subsidiar pesquisas futuras para identificar os motivos da rejeição da alimentação escolar por expressiva parcela da população alvo.

O artigo pode ser conferido na íntegra no seguinte endereço eletrônico:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732005000200001&script=sci_arttext&tlng=pt

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