Para desvendar Búzios por inteiro, como poucas vezes se viu, converse com um pescador, ele é o intérprete e a platéia desse show diário que é a península. Apenas os homens do mar traduzem com simplicidade as mudanças enfrentadas por esta pequena aldeia de pescador da costa atlântica que se transformou em destino turístico internacional.
Casas de pau a pique cobertas por sapé ou telhas colonial e iluminadas por lamparinas. Não está longe o tempo que os moradores carregavam na cabeça a água potável dos raros poços e se alimentavam de peixe, farinha e banana. A visita da atriz francesa Brigitte Bardot em 1964 encurtou o tempo, revelou Búzios para o mundo e estimulou as transformações desta península com recantos únicos, que encanta quem a visita e é um dos destinos mais sofisticados do país.
A cidade recebe correntes marítimas do Equador de um lado e do Pólo Sul do outro, o que faz com que tenha praias de águas mornas e geladas. O contraste talvez seja o maior encanto: águas frias e quentes, simplicidade e sofisticação, cidade pequena ao mesmo tempo em que cosmopolita, casas de pescadores e mansões.
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A vinda de Brigitte Bardot atraiu a atenção de visitantes de todas as partes do mundo e transformou o turismo na grande locomotiva da economia. Hoje a antiga aldeia de pescador recebe turistas do mundo inteiro e é conhecida como a Saint Tropez brasileira.
Com 30 mil moradores, Búzios é uma cidade admirável: além das belas paisagens naturais, abriga moradores de mais de cinquenta nacionalidades. Houve mudanças desde a descoberta, mas o encanto da península não sofreu estragos: a beleza das praias, o charme da antiga aldeia de pescador, o impecável campo de golfe, as butiques famosas, alguns dos melhores restaurantes do Brasil, o festival anual de cinema, a arquitetura diferenciada com telhas de barro e madeira rústica, a concorrida Rua das Pedras (ponto de encontro noturno), o charmoso cinema, os bares, as boates. Sem falar na natureza agreste e no mar de ventos olímpicos, que transformam Búzios numa das melhores raias para a prática da vela. A mistura de raças e culturas transformou a península numa sociedade única, o encanto está na convivência comunitária, que vai se revelando aos poucos, a olhares atentos.
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Relato das origens
Foram os bandos nômades, há cerca de 2.500 anos, os primeiros brasileiros a descobrir as riquezas que Búzios oferecia. Na trilha histórica aberta por esses pés descalços, passaram índios Tupinambás, escravos fugidos, colonizadores franceses e portugueses, fazendeiros, pescadores e nobres.
Boa parte da história do Brasil teve Búzios como palco. E não poderia existir melhor cenário. O pau-brasil (Caesalpinia echinata), encontrado em abundância na região, era contrabandeado por portugueses e franceses, que buscavam a valiosa madeira de lei utilizada como lenha pelos índios. A briga colonizadora no século XVII dizimou grande parte dos Tupinambás, que transmitiram em herança nomes como jerivá ou jeribá (palmeira onde florescem coquinhos doces) e que, anos mais tarde, deu nome a uma praia, mas com a escrita modificada pelos buzianos para Geribá.
Do contrabando de pau-brasil os portugueses passaram a traficar escravos africanos, que eram desembarcados nas praias da Rasa e de José Gonçalves e transportados para o Rio de Janeiro. Não por acaso, após a assinatura da Lei Áurea, escravos fugidos e ex-escravos libertos estabeleceram-se na região, formando um quilombo. O pesquisador Márcio Werneck da Cunha, numa incansável e contínua análise da história, revelou que com a evolução da colonização, famílias influentes lotearam as terras organizando-se em comunidades formadas por nativos, negros e distintas raças de visitantes que escolheram Búzios como morada.
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Origem do nome
A península resguarda muitos tesouros a serem descobertos. Como a história de seu nome, um dos incontáveis temas abordados pelo pesquisador Márcio Werneck da Cunha. Impressionados com a quantidade de conchas em formato espiralado espalhadas nas areias e no fundo do mar, os portugueses batizaram a região de Ponta dos Búzios, como revela o mapa desenhado por Luiz Teixeira em 1575. Os tupinambás comiam os moluscos e com as cascas confeccionavam colares e brincos. Os maiores eram colocados na ponta de bambus e se transformavam em trombetas de guerra.
Quando o rei de Portugal mandou construir em 1730 uma instalação litorânea para a pesca de baleias, o balneário passou a se chamar Armação de Baleia dos Búzios, suprimindo o termo Ponta. Com o declínio da atividade, a península passou em 1806 a se chamar Armação dos Búzios, como revelou Márcio Werneck, fundamentado na reclassificação metódica de trabalhos científicos multidisciplinares sobre os principais aspectos geográficos e pré-históricos dessa pequena cidade no litoral brasileiro. Werneck sabia que Búzios é uma cidade tão desconcertante que ainda é possível desvendá-la, quer simplesmente conhecendo a história do nome que a designa.
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Brigitte Bardot e Búzios
Aroeiras, pitangueiras, cuícas, maritacas, micos leões dourados. Não ao acaso a União Internacional para Conservação da Natureza considera Búzios um dos pontos prioritários de preservação da Terra. As mais de quinhentas espécies vegetais e animais fazem de Búzios um ponto singular no planeta.
Todas as pessoas do mundo deveriam conhecer Búzios. Nem que fosse por um dia na vida, só para acompanhar a rotina curiosa desta cidade, onde é comum as pessoas se sentirem em perfeita sintonia com seu relógio biológico. Assim foi com a atriz francesa Brigitte Bardot em 1964, quando veio a Búzios. O namoro entre Brigitte Bardot e Bob Zagury (marroquino naturalizado brasileiro) teve como cenário a aldeia de pescador, cidade dos amores, paraíso exuberante.
Encantada com a simplicidade da península, a atriz encontrou em Búzios o refúgio que a protegeu da imprensa e, ainda que não quisesse, desvendou para o mundo – de maneira explosiva – a pequena aldeia de homens do mar, quando suas fotos caminhando descalça pela areia, mergulhando no mar e tocando violão, clicadas por Denis Albanése, foram manchete de jornais e revistas.
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Passados mais de cinquenta anos, Búzios e Brigitte Bardot conservam os mesmos sonhos. Apelando a Dinamarca contra o massacre dos golfinhos, a atriz francesa faz uso da notoriedade e da fama para militar pela defesa ecológica e dos animais e, assim como Búzios, busca uma sociedade que deseje o bem-estar não apenas social, mas um estado de tranquilidade que atenda também aos seres da natureza.
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Jose Bento Ribeiro Dantas, nasceu em Porto Alegre em 16-05-1904, filho de Maria Luiza e Aristarco Dantas. Perdeu o pai com menos de um ano de idade. Mudou-se para o Rio de Janeiro ainda jovem, morou com o avo, Bento Ribeiro, oficial de engenharia do exercito, que ascendeu ao generalato e foi prefeito do rio de Janeiro, o subúrbio de Bento Ribeiro leva o seu nome.
Passou 2 anos na Alemanha e matriculou-se num curso de engenharia em Berlim. Apos 2 anos retornou ao Rio e formou-se em direito.
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Era piloto de aeronaves e ingressou no Banco do Brasil como advogado. Foi convidado pela empresa aérea alemã Sindicato Condor para dar acessória jurídica e aproveitou para voar como piloto comandante.
Com a guerra, em 1942, a Condor foi desapropriada pelo governo Brasileiro e o então ministro Osvaldo Aranha incumbiu Jose Bento Ribeiro Dantas de constituir uma empresa nacional para assumir as linhas da Condor e manter o transporte aéreo, vital para pais principalmente em tempo de guerra. Foi presidente da empresa ate sua morte, em Búzios, em abril de 1969.
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Jose Bento Ribeiro Dantas veio a Búzios pela primeira vez em 1954 ou 1955, e apaixonou-se pelo lugar, vindo a freqüentá-lo com assiduidade. Com seu grande espírito publico, foi, na prefeitura de Antonio Castro, administrador regional, dedicou-se a varias obras que executou sem remuneração e muitas vezes financiando-as de seu bolso, entre muitas: a escola que leva seu nome, o primeiro posto de saúde de Búzios, a época anexo a escola, a igreja de Santa Rita, que não teve o prazer de vê-la terminada, o cais e enrocamento que protegeram a igreja de Santana(foto em anexo), ameaçada pelo avanço do mar, a estrada que ligou a Rasa a RJ, e muitas outras pequenas obras, como por exemplo manter em sua casa as únicas doses de soro antiofídico da cidade.
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