GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 25 de junho de 2013

O castigo veio de ônibus

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Ainda não é possível mensurar os efeitos práticos das manifestações que ganharam as ruas de todo o Brasil na última semana, mas sabemos exatamente onde e por que elas começaram. O reajuste de R$ 0,20 na tarifa de ônibus em São Paulo, autorizada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no início de junho, despertou a população paulistana não somente pelos centavos a mais no valor do transporte, mas pelo descumprimento de suas principais bandeiras de campanha amplamente difundidas.
Até então desconhecido pela grande massa, Haddad, ex-ministro da Educação, responsável inclusive pelos descalabros do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), prometeu implantar na capital o que ele batizou de Bilhete Único Mensal. Sua equipe de marketing fez das tripas coração para vender a ideia que, com R$ 140 mensais, o cidadão portador do bilhete poderia fazer viagens ilimitadas nos ônibus da cidade. Quatro meses após ter assumido a prefeitura, Haddad e sua equipe trataram de dizer que “não é bem assim”. O valor será maior.
Durante a campanha eleitoral ano passado, o PRB e seu candidato, Celso Russomanno, que liderou as pesquisas 90% do tempo, sofreram um dos mais mentirosos ataques, “nunca antes visto na história desse país”. Justamente Haddad, o “homem novo” que resolveria todos os problemas do transporte público da cidade, usou boa parte da sua propaganda para descredibilizar nossa proposta de tarifa proporcional largamente utilizada em diversos países. Ele e sua equipe foram às ruas afirmar que o cidadão pagaria mais caro por residir longe do seu trabalho.
Russomanno e o PRB não defendem tão somente preços mais justos na passagem, mas uma ampla reformulação no transporte público de São Paulo. Como afirmamos anteriormente, os ônibus não oferecem qualquer conforto aos usuários porque são montados sobre chassis de caminhão, feitos parar carregar carga, não gente. Os veículos não têm ar condicionado e raramente cumprem os horários previstos. Ou seja, a questão não é apenas o aumento ou a redução da tarifa, mas o enfrentamento do problema como um todo.
Fica claro, contudo, que os R$ 0,20 (ou R$ 0,40 – tudo que vai, volta) foram a gota d’água para uma nação cansada de tanta insensibilidade da parte dos governos. Diferente de 20 anos atrás, quando alguns poucos ditavam as regras de comportamento ou posicionamento político, a internet proporcionou uma comunicação horizontal onde a voz da população ecoa com força, intensidade e velocidade. O cidadão que votou e elegeu um candidato por suas propostas pode cobrá-lo pelo que prometeu. É o que acontece hoje não só em São Paulo, mas no Brasil.
O PRB não só defende como apoia toda manifestação pacífica em torno dos interesses coletivos. Nosso partido nasceu sob a égide do republicanismo e da democracia, onde a coisa pública e as demandas do povo estão em primeiro lugar. Assim temos agido em nossos mandatos parlamentares e nas prefeituras onde governamos. É dessa forma que vamos avançar.
Embora tenhamos sofrido na pele uma campanha difamatória pelo atual prefeito de São Paulo, torcemos para que ele e sua equipe tomem as melhores decisões. Que os mentores do seu governo chamem a sociedade para o diálogo e, principalmente, que cumpram tudo o que prometeram durante o processo eleitoral de 2012. Diferente do conhecido ditado popular, desta vez “o castigo veio de ônibus”.
Marcos Pereira – advogado e presidente nacional do PRB

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