Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado desde a gestão Mário Covas, Robson Marinho acumula a pensão de R$ 10.021 mensais a que tem direito por ter exercido dois mandatos como deputado na Assembleia Legislativa com os cerca de R$ 20 mil líquidos que ganha no tribunal.
Marinho foi chefe da Casa Civil de Covas entre 1995 e 1996 e, em 1997, foi escolhido para ocupar um assento no TCE. Dono de uma ilha na baía de Paraty, que diz ter comprado por R$ 100 mil, é investigado por supostamente ter US$ 1 milhão em conta na Suíça e também por suspeita de ter recebido propina da multinacional francesa Alstom para garantir contratos da empresa com o Metrô de São Paulo.
Marinho argumenta que "não há incompatibilidade" no recebimento de salário no TCE com a pensão parlamentar. "São coisas distintas", diz.
O conselheiro afirma que, em janeiro de 1995, quando assumiu a Casa Civil, fez um requerimento desistindo de receber a pensão, e sustenta que durante dez meses não a recebeu. Contudo, diz que a Procuradoria-Geral do Estado emitiu um parecer no qual informava que ele não podia abrir mão do benefício porque havia "terceiros interessados", no caso sua mulher e seus filhos menores. Ele, então, recebeu pelos dez meses que ficara sem ganhar a pensão e continuou recebendo-a desde então.
Marinho ressalta que havia um desconto compulsório em folha, que lhe tirava 12% dos rendimentos todos os meses, motivo pelo qual alega nunca ter aberto mão da pensão. "Teria que me devolver tudo aquilo que paguei." Ele afirma que contribuiu há 47 anos e que poderia se aposentar como conselheiro do tribunal.
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