O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse ontem na conferência anticorrupção que o julgamento do mensalão criou um novo paradigma para o Judiciário brasileiro, mas não deve iludir a sociedade quanto à sua eficácia no combate à corrupção e à impunidade, porque o Brasil tem um dos piores sistemas processuais do mundo. "Uma questão que permanece intocada é a dificuldade no andamento dos processos judiciais no Brasil", afirmou. Segundo Hage, o Brasil mantém uma quantidade de recursos que não existe em nenhum sistema judicial do mundo, em favor da impunidade. "Temos recursos copiados de Portugal que vêm da Idade Média e que até lá foram extintos e continuam existindo aqui. Quando falamos com pessoas de outros países, elas não acreditam nas possibilidades de eternização de um processo no Brasil."
Hage ressaltou, no entanto, que o julgamento do mensalão tem sido visto como demonstração de independência do Poder Judiciário do País. Em que medida isso vai se espalhar por todo o Judiciário? "Temos de esperar para ver", observou o ministro.
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