GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pistorius Blade Runner

adriana okokokoko Pistorius <i>Blade Runner</i>
O apelido foi uma invenção da imprensa. A imagem do corredor da África do Sul, Oscar Pistorius, remetia às figuras dos androides do filme famoso na década de 80.
Um problema genético fez com que ele tivesse as duas pernas amputadas aos 11 meses de vida. O garoto Oscar aprendeu a se equilibrar sobre duas próteses, aprendeu a correr e surpreendeu o mundo pela velocidade.
O desempenho dele se equiparava ao de muitos atletas de ponta. Com o detalhe de que ele não tinha pernas. Sim, pra ele era só um detalhe. Parecia mesmo algo sobrenatural, quase coisa de androide.
Assim ele ficou conhecido: o Blade Runner do atletismo. Essa foi uma das minhas perguntas ao corredor. Queria saber se ele se incomodava com o apelido.
E a resposta: "Nem gosto, nem deixo de gostar. É apenas um apelido que meus amigos não usam, mas que não me incomoda".
Nosso encontro foi num evento de promoção dos jogos paraolímpicos na última segunda-feira, em Manchester. Rodeado de outros atletas que, como ele, também superaram limitações extremas e se tornaram campeões, Pistorius foi a grande estrela do evento.
Todos queriam uma foto com o dono de quatro ouros nas edições das paraolimpíadas de Pequim e Atenas. Agora Pistorius está treinando para chegar às Olimpíadas de Londres, pra disputar com atletas sem deficiência.
Depois de provar na justiça esportiva que não leva vantagem sobre os adversários pelo uso das próteses, ele tem direito a disputar as provas convencionais do atletismo.
E já fez isso no ano passado. No mundial de atletismo da Coreia do Sul o atleta ajudou o país dele a conquistar a prata no revezamento.
Também já alcançou o índice olímpico, correu a prova dos 400 metros abaixo dos 45 segundos e 30 centésimos estipulados pela delegação sul-africana. Mas precisa repetir o feito até o fim de junho pra se garantir em Londres.
Se conseguir será a primeira vez no atletismo olímpico que isso acontece. Mas por que competir uma olimpíada se ele já é consagrado nas paraolimpíadas, respeitado e admirado no mundo inteiro?
Com serenidade ele responde: "Isso não faz a menor diferença. Sou apenas eu, correndo a mesma prova, na mesma pista, com as mesmas próteses, tentando ser o mais rápido que posso o melhor atleta que posso. Se isso me levar às paraolimpíadas, me sentirei abençoado. Se me levar às olimpíadas, também", diz.
Seja aonde chegar, Pistorius vai calmo, seguro. Confiante, sorridente. E me avisou: estará também no Rio de Janeiro em 2016.  De androide, não tem nada. Mas, sem dúvida, é um humano bem especial.

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