GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Antonio Carlos justifica que falta de participação em discussões regionais ocorre pela necessidade em focar nos problemas do município

Em seu terceiro mandato à frente da administração de Caraguatatuba, o prefeito Antonio Carlos da Silva (PSDB) fez uma avaliação dos dois primeiros anos de gestão do atual governo. Em entrevista exclusiva ao Imprensa Livre, ele apontou os avanços e desafios da cidade, assim como abordou suas expectativas para os próximos dois anos e seu futuro político.

Imprensa Livre – Se o senhor avaliasse esses dois anos de mandato e pudesse dar uma nota de 0 a 10, que nota seria essa?
Antonio Carlos – Pelo resultado da gestão eu daria uma nota seis, mas pelo esforço, pela vontade que se tem de trabalho, eu daria uma nota nove. A vontade é grande, a dedicação é grande, mas infelizmente é muita que se tem para fazer e a gente não consegue fazer tudo, apesar de ter avançado.

I.L – Nesse período de dois anos, quais seriam as grandes conquistas que o município teve?
A.C. – Caraguatatuba nesse período recebeu mais de R$ 80 milhões em investimentos de infra-estrutura, escola, creche. A implantação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) foi uma grande conquista, não só para Caraguá, mas para o Litoral Norte, assim como a ETEC (Escola Técnica), o Poupatempo, todos em parceria com o Governo do Estado. Ainda temos feito muita coisa pela cidade. Até o final do ano Caraguatatuba estará com mais de 200 quilômetros de rua pavimentada e perenizada, com guia e sarjeta. É um grande avanço. Estamos construindo três CIDs, que serão referencia para a educação. Cada unidade terá cerca de 11 mil metros em construção, com piscina olímpica, ginásio coberto, auditório para 250 pessoas, creche, pré escola e escola de ensino fundamental. Eles funcionarão em horário integral com várias políticas públicas em funcionamento.
Ainda estamos construindo o prédio da Secretaria de Saúde, o AME municipal e o CEO (Centro de Especialidades Odontológicas). Houve melhorias no sistema viário, como quatro pontes de concreto que ligam algumas áreas importantes, tais como a
Ponte Seca ao Rio do Ouro. Estamos duplicando a Avenida da Praia, vamos inaugurar até o mês que vem. Já estamos terminando o projeto para poder dar continuidade a duplicação, que pretendemos chegar até o Porto Novo, com iluminação, ciclovia, entre outras melhorias.
A frota da Prefeitura foi toda renovada. Adquirimos novos caminhões e maquinários, para melhorar a estrutura dos serviços da Prefeitura. É uma luta, desafio e apesar de não conseguir fazer tudo, acho importante avançar, melhorar.

I.L – Como o senhor avalia as condições da educação em Caraguatatuba?
A.C – A situação está indo muito bem na educação. No mês que vem vamos entregar mais uma creche à população, para atender 500 crianças. Fizemos a reforma de todas as escolas, estamos ampliando três creches. A cidade atende bem a demanda da educação. Com essa nova creche, serão quase seis mil crianças atendidas com idades entre três meses e quatro anos. Eu diria que é um dado único no país. Não sei se há outro município que atenda um número desse proporcionalmente.

I.L – A cidade recebeu a AME, como o senhor disse, mas ainda assim é comum ouvirmos reclamações na área da saúde. O que já foi feito por esse setor nesses dois anos e o que a população pode esperar até o final de seu mandato?
A.C. – O governador falou durante a campanha sobre o Hospital Regional. Nós acreditamos que será colocado em prática. Acho que com isso melhoraremos a saúde da região. Agora a saúde é sempre um grande desafio. Mas posso responder a você sobre isso pela vontade política. A lei obriga que 15% do orçamento seja investido em saúde e em Caraguatatuba, no ano passado, investiu 30%, ou seja, o dobro do que a lei determina. Em 2008 a Santa Casa recebeu menos de R$ 9 milhões de repasse, enquanto em 2010, no primeiro ano de governo, repassamos mais de R$ 14 milhões. Mesmo com a vontade política, saúde não é fácil.

I.L – Temos uma dificuldade em toda a região que é a destinação do lixo e muitas discussões foram feitas a esse respeito em 2010. Em algumas ocasiões a impressão que se teve é que o senhor busca uma solução especifica para a cidade e não apóia alternativas regionais sobre o assunto. Como está efetivamente essa situação?
A.C. – Veja bem, estou prefeito aqui pela terceira vez e a minha preocupação é que eu termine esse mandato e não resolva a questão do lixo. Porque nós temos que resolver a situação do aterro regional. Se for em São Sebastião, eu vou colocar lá. A única coisa é que eu não acredito muito nesse projeto, até porque eu acho que o aterro deveria ser em Caraguá, principalmente por uma questão geográfica. Se a solução estiver em São Sebastião, os caminhões de Ubatuba vão cruzar meu município inteiro para poder levar o lixo. É uma questão logística que precisa ser analisada.
um problema sério no sistema viário, quando você não consegue trafegar, porque não tem estrada, tem que tirar o máximo de conflito possível. Mas se São Sebastião sair na frente com a usina, a gente vai colocar o lixo lá. O que se paga hoje é um absurdo para transportar o lixo.

I.L – Falando sobre as propostas de campanha de Geraldo Alckmin que contemplam a região, o senhor acredita que elas sairão do papel nessa gestão?
A.C. – Eu conheço o governador há muitos anos. Ele já tinha um compromisso lá atrás com a Tamoios, mas sabemos que não foi possível ser viabilizado por conta de necessidades prioritárias que surgiram. Agora tem compromisso de campanha e acredito que vá fazer, não só a duplicação, mas o Hospital Regional.

I.L – Um aspecto já abordado no Litoral Norte é que o senhor tem ficado muito focado ao município e não tem dado muita importância para as discussões regionais, até mesmo deixando de participar de encontros com os outros prefeitos do litoral. Como o senhor define isso? O senhor de fato não tem essa preocupação com a regionalização?
A.C. – Tem momentos na vida. Eu estou no meu terceiro mandato, já fui presidente da Aprecesp (Associação das Prefeituras das Cidades Estâncias do estado de São Paulo), do Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba), fundador e 1º presidente da Bacia de Recursos Hídricos do Litoral Norte. Fui deputado, representei a região, sou cidadão das quatro cidades do litoral. Então sempre tive participação regional. Porém, agora, nesses dois anos, meu município está passando por muitas dificuldades e precisava de uma atenção especial. Por isso tenho procurado focar mais aqui. Meu filho, o vice prefeito é que tem coberto um pouco mais a participação em reuniões. Estou sempre disposto a dar uma opinião, a fazer uma participação, quando julga que é importante. Na verdade é falta de disponibilidade mesmo.

I.L – Como foi durante esses dois anos seu relacionamento com o Poder Legislativo municipal e qual sua perspectiva para o próximo biênio com a nova presidência?
A.C. – Eu sempre tive um bom relacionamento com o parlamento, sempre tive respeito. São poderes distintos e autônomos. Espero que continuemos assim, com um bom relacionamento, até mesmo porque nosso objetivo deve ser o desenvolvimento do município. Não tenho nenhuma preocupação em relação a Câmara, porque vou mandar para lá coisas de interesse da cidade, da população.

I.L – O senhor disse durante as eleições presidenciais que Serra seria a melhor opção para Caraguatatuba. Como será agora seu relacionamento com o Governo Federal, agora que Dilma Rousseff assumiu a presidência?
A.C. – Eu sempre achei que isso seria o melhor para o país, para Caraguá nem se fale. Mas a
está montando um bom governo e eu espero que ela seja a melhor presidente que o país já teve, porque antes de tudo eu sou brasileiro. Tenho avaliado a questão política e a gente tem que saber a hora de parar. O governo federal, desde que o PT assumiu nunca colocou um real em Caraguatatuba. Coloca só a questão federativa, que é automática. Mas nada adicional. Espero que tenha essa atenção, principalmente com a Petrobras investindo aqui. Nós vamos buscar esses recursos, nem que for para eu deixar meu partido, porque antes de tudo sou Caraguá. Se for preciso, para o PT investir aqui que eu deixe o PSDB, eu deixo. Até porque eu não pretendo mais sair candidato. Estou pensando muito sobre isso, de até deixar meu partido para não prejudicar Caraguá na questão política.

I.L – Como está a tendência de crescimento da cidade: A região sul deve crescer e se tornar um pólo industrial?
A.C. – Não há meios de fazer uma previsão de crescimento da cidade, sem pensar no crescimento da região sul. É a que tem maior espaço territorial e certamente vai crescer. Nosso plano diretor contempla um distrito industrial na região sul. Tem muitos acontecimentos para lá e vai explodir em questão de desenvolvimento. Estamos discutindo sobre a questão da mudança do Centro Cívico para lá, porque precisamos de parcerias, como a do Governo do Estado.

I.L – O senhor diz que não tem intenção mais em se candidatar. Essa informação é real: O senhor já pensa em algum nome que indicaria: O vice-prefeito, Antonio Carlos da Silva Junior seria um nome em potencial?
A.C. – Dizem que a gente entra na política porque quer e não sai porque seu adversário político não deixa. Mas eu não pretendo mesmo continuar. Agora quanto a indicar o Junior não tem nada a ver. Ele é meu vice e está fazendo seu trabalho político. Sair ou não candidato é algo que vai depender dele. É muito prematuro falar sobre isso. É mais importante você poder ser candidato e não querer, do que querer e não poder. Nesse momento é muito prematuro dizer que seria ou não candidato, até porque não tenho pesquisa e não sei da viabilidade. Mas eu prefiro chegar lá na frente podendo ser candidato e não querendo, do que querendo e não podendo.

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