Crescimento de 70% do volume de negócios envolvendo fundos de ações fechados com cotas negociadas na bolsa (os ETFs), aumento de 60% das operações com empréstimos de ações e alta de 200% da quantidade de negócios com os fundos imobiliários. O balanço das operações da BMF&Bovespa em 2011 revela as tendências para o mercado.
Com o crescimento do mercado de capitais no Brasil, faz cada vez menos sentido para o investidor iniciante escolher, sozinho, uma carteira de ações para aplicar na bolsa. Por mais que procure usar os serviços de bancos e corretoras para identificar o perfil do investimento ou estude os relatórios detalhados que mostrem o desempenho das empresas listadas, será sempre mais eficiente começar investindo em fundos de ações.São poucos investidores que podem dedicar tempo para estudar detalhadamente os negócios das principais empresas que possuem ações em bolsa e, consequentemente, muitas vezes, o aplicador iniciante acaba investindo por meio das ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês).
Os prospectos dos IPOs são extensos, detalhados e bem elaborados, apesar de serem escritos em linguagem técnica. Os aplicadores que gostam de compreender os meandros de seus investimentos encontram nos documentos das ofertas públicas de ações um amplo material para embasar as análises e conclusões a respeito dos negócios da empresa.
No fim, as operações de IPO são vistas por muitos como uma solução que, na prática, economiza o trabalho de comparar todas as alternativas do mercado. Mas existem outras abordagens.
Alguns investidores iniciantes estudam os gráficos com o histórico das cotações das ações mais frequentemente negociadas.
O fascínio dos gráficos é oferecer a possibilidade para qualquer investidor iniciante, ao identificar os pontos históricos de compra e venda, se sentir confiante para começar a operar, desenvolver suas próprias teorias sobre o comportamento futuro dos pregões e defender suas posições junto a outros investidores. Rapidamente o iniciante se transforma em um aplicador experiente.
Comprando ações nos IPOs ou escolhendo os papéis a partir dos gráficos, no final de um determinado período é provável que o investidor fique com uma carteira pouco balanceada, com poucos papéis representando participações elevadas na carteira total. Também, é possível que existam diversas pequenas posições em grande quantidade de ações que resultem em pouco impacto para a rentabilidade total da carteira.
Os números da bolsa sobre o mercado de ETF, a sigla em inglês para fundos negociados em bolsa, indicam que diversos investidores descobriram que podem ganhar muito mais se diversificarem suas aplicações via fundos de investimento. No passado, os fundos estavam associados a produtos caros e pouco eficientes para os investidores relativamente sofisticados.
Com o crescimento do mercado dos fundos passivos, as taxas de administração caíram e as carteiras balanceadas e diversificadas ficaram mais acessíveis.
A operação de aplicação e resgate em ETFs é semelhante a uma operação de bolsa. Isso porque se você quiser aplicar, terá que comprar as cotas de alguém que queira vender.
Devido à forma como os ETFs são estruturados, diversos incentivos facilitam a criação de novas cotas, o que mantém a oferta em linha com a demanda e proporciona o aumento da liquidez, conforme apontaram os números do balanço da BM&FBovespa.
Outra vantagem que os investidores começam a descobrir é a possibilidade de alugar as ações com o objetivo de aumentar a remuneração do investimento. No caso do ETF BOVA11, o aluguel das cotas rende aproximadamente 2% ao ano.
E no mercado de fundos imobiliários, que hoje conta com mais de 60 carteiras negociadas na bolsa, a vantagem é a possibilidade de se aplicar em um investimento híbrido, que reúne tanto o conforto de um fluxo de caixa constante quanto à chance de ganho de capital devido à valorização dos imóveis.
As tendências identificadas nos números do relatório da bolsa devem se confirmar em 2012.
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