GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sábado, 19 de novembro de 2011

Petroleiros ficam confinados em unidades e são liberados após 42 horas de serviço Sindicato aciona justiça e apresenta medida cautelar para liberação de operadores

Operadores da Petrobras do Terminal Almirante Barroso (Tebar) em São Sebastião e da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA) trabalharam por mais de 40 horas ininterruptas e só foram liberados após expedição de medida cautelar para liberação dos petroleiros, devido à greve da categoria iniciada na última quarta-feira. De acordo com o dirigente sindical Gervásio Fernandes da Silva, cerca de 12 operadores, que iniciaram o turno de serviço às 24h de quarta-feira, não puderam ser rendidos em função da greve e tiveram que ficar em serviço por 42h, o que seria proibido por lei.
Silva informou ainda que o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) tentou intervir na situação através da apresentação de um ofício à Petrobras exigindo a liberação dos funcionários na manhã de ontem. Porém, segundo Silva, não foi possível a negociação. “Depois desta tentativa em vão, acionamos o corpo jurídico do sindicato que entrou em contato com o juiz para a expedição de um mandato de soltura, pois os operadores estavam confinados. Desde que a greve começou não houve rendição, e os operadores tiveram que continuar dentro do terminal. O que é um absurdo. A Petrobras sabendo do que estava acontecendo deveria ter acionado o procedimento de contingência, e os operadores rendidos, pois a carga de horário é excessiva”.
Alguns operadores foram liberados por volta das 18h de ontem, antes da chegada do oficial de justiça, e conversaram com a reportagem. Segundo eles, em nenhum momento os operadores foram hostilizados, receberam tratamento para higiene pessoal, e alimentação. De acordo com os operadores, o único problema foi a carga horária excessiva. “Entre nós, estávamos fazendo um revezamento de duas em duas horas, enquanto um estava operando o equipamento o outro estava dormindo, mas chegamos a um ponto em que as duas horas dormidas não significavam mais nada, o desgaste físico foi enorme. Vale ressaltar também que impedimos a liberação de novos navios que atracaram no porto, porque nós operadores que estávamos em serviço não tínhamos mais condições de dar continuidade ao trabalho”.
Os operadores revelaram ainda que um grupo de contingência, formado por engenheiros, foi convocado para assumir o posto de serviço. Contudo, eles declararam que a execução do serviço poderá não ser feita da forma correta. Pois, o trabalho de segurança no bombeamento é de aprendizado contínuo, podendo trazer assim, riscos à sociedade.

A luta vai continuar


O Sindipetro informou que a greve ainda permanece por tempo indeterminado, e que estão sendo realizadas em todo o país reuniões com os grevistas para demonstração do cenário nacional de adesão ao movimento.

Segundo o dirigente sindical, a Petrobras teria oferecido uma contraproposta às reivindicações da categoria, entretanto, a proposta não foi aceita pelos petroleiros, pois não está atendendo a todos os anseios do movimento. “Nosso maior problema é em relação à Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS). Além de estarmos lutando pela exclusão da cláusula 69 do Acordo Coletivo vigente”, explicou.
Silva declarou que a cláusula que deve ser extinta do Acordo, atualmente dispõe sobre demissão de funcionários, no qual eles podem ser demitidos através de uma comissão formada por três membros da estatal, sem consulta do Sindicato. “Ou seja, o cidadão já vai ser julgado sem as mínimas condições de defesa, todos ali, que vão julgá-los vão decidir a favor da empresa. O funcionário pode até se defender, mas dificilmente sua inocência será comprovada. Já tivemos muitos companheiros demitidos em virtude deste sistema”.

Cenário Regional


Os petroleiros do Litoral Norte entraram no segundo dia de greve por tempo indeterminado. A intenção é pressionar a direção da Petrobras a apresentar uma contraproposta que atenda a pauta reivindicatória da categoria. As principais reivindicações são 10% de aumento real no salário-base, melhoria e extensão da AMS para todo o Sistema Petrobras, o fim da terceirização e a adoção de uma nova política de segurança. Só neste ano, 16 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho. Ontem, os trabalhadores fizeram novas concentrações na porta das unidades e, logo em seguida, voltaram para as suas casas. Todas as unidades de terra na região foram afetadas pelo movimento. Nas duas unidades da Petrobras no Litoral Norte, Tebar e UTGCA, todos os trabalhadores do Turno participaram da greve. No administrativo, cerca de 90% dos empregados aderiram ao movimento.


A versão da estatal


A Petrobras esclareceu, através de nota oficial, que as mobilizações das entidades sindicais não afetam nem a produção nem as operações da empresa. A companhia reforçou a importância da mesa de negociação como melhor meio de manter o diálogo aberto e transparente com os representantes dos empregados durante a campanha salarial referente ao Acordo Coletivo 2011.

De acordo com a estatal, esse processo tem garantido o bom relacionamento entre as partes e a companhia nos últimos anos. Coerente com esse princípio, a Petrobras mantém sua agenda de negociação, já tendo apresentado sua proposta de acordo coletivo aos representantes dos empregados e mantendo reuniões constantes, na busca de uma solução favorável a ambas as partes.
A companhia ressaltou que está propondo um reajuste de 10,71%, entre outros itens econômicos, e diversos avanços em AMS, no plano de saúde dos empregados, entre outras cláusulas sociais. A Petrobras vai aguardar a manifestação favorável dos empregados em relação à proposta.

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