BELO HORIZONTE - Diante da repercussão negativa, o governo de Minas estuda encaminhar à Assembleia Legislativa um projeto de lei que acabe com as pensões vitalícias pagas a ex-governadores e herdeiros no Estado. A concessão do benefício entrou na mira do Ministério Público, que instaurou inquérito civil e pretende ajuizar uma ação para anular os atos que autorizaram os pagamentos.
A intenção do Executivo é se adiantar a uma eventual manifestação do Ministério Público e tomar a iniciativa de, 'no limite de sua competência', propor a revisão da norma prevista na lei 1.654, de 1957, que instituiu os pagamentos, durante o governo de Bias Fortes.
Depois de ser reticente na divulgação dos beneficiários e do valor pago - com o argumento de que, por lei, os gastos com salários de pensionistas só podem ser divulgados com autorização do beneficiado -, o governo mineiro passou a confirmar nesta semana que no Estado quatro ex-governadores e uma viúva recebem pensões vitalícias, o que representa um custo R$ 47.250 por mês para os cofres públicos.
A avaliação no Palácio Tiradentes é que a versão mineira para as chamadas aposentadorias vitalícias ganhou repercussão maior e contornos de 'caixa preta' por um equívoco na interpretação da legislação e de comunicação.
O assunto causou constrangimentos aos ex-governadores e aos senadores eleitos Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS), que, na semana passada, pediram ao governo que divulgasse nota esclarecendo que eles não requereram e não recebem a pensão. O deputado eleito Newton Cardoso (PMDB) também diz que não pediu o benefício.
O governo alega agora que está impedido por uma lei estadual apenas de divulgar o valor dos vencimentos de cada um dos beneficiários. Mas a lei é clara: os ex-governadores têm direito a salário integral, que atualmente é de R$ 10,5 mil. As viúvas e filhos têm direito a 50%. Filhos podem receber até os 18 anos e filhas têm direito a pensão vitalícia caso sejam viúvas ou solteiras e não tenham rendimentos.
Meio termo
Na quarta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, provocou os Executivos estaduais ao lembrar que eles podem se antecipar ao Supremo Tribunal Federal e acabar com as leis que concedem as pensões para ex-governadores. No Palácio Tiradentes fala-se também em um 'meio-termo', que não confronte direitos adquiridos. Por isso, uma hipótese aventada é a de que uma proposta de lei barre apenas a concessão de novos benefícios.
Em licença para uma viagem particular, o governador Antonio Anastasia (PSDB) volta ao trabalho no dia 2 de fevereiro. Nada deve ser decidido até lá.
A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público instaurou inquérito na segunda-feira e encaminhou requerimento de informações à Secretaria de Planejamento e Gestão. O promotor João Medeiros não pretende questionar os pagamentos já realizados, argumentando que, a princípio, os beneficiários não agiram com 'má-fé'.
O argumento do Ministério Público é que a lei 1.654, que criou o benefício, não foi 'recepcionada' pela Constituição e fere os princípios previstos no artigo 37, de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência na administração pública direta e indireta.
A intenção do Executivo é se adiantar a uma eventual manifestação do Ministério Público e tomar a iniciativa de, 'no limite de sua competência', propor a revisão da norma prevista na lei 1.654, de 1957, que instituiu os pagamentos, durante o governo de Bias Fortes.
Depois de ser reticente na divulgação dos beneficiários e do valor pago - com o argumento de que, por lei, os gastos com salários de pensionistas só podem ser divulgados com autorização do beneficiado -, o governo mineiro passou a confirmar nesta semana que no Estado quatro ex-governadores e uma viúva recebem pensões vitalícias, o que representa um custo R$ 47.250 por mês para os cofres públicos.
A avaliação no Palácio Tiradentes é que a versão mineira para as chamadas aposentadorias vitalícias ganhou repercussão maior e contornos de 'caixa preta' por um equívoco na interpretação da legislação e de comunicação.
O assunto causou constrangimentos aos ex-governadores e aos senadores eleitos Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS), que, na semana passada, pediram ao governo que divulgasse nota esclarecendo que eles não requereram e não recebem a pensão. O deputado eleito Newton Cardoso (PMDB) também diz que não pediu o benefício.
O governo alega agora que está impedido por uma lei estadual apenas de divulgar o valor dos vencimentos de cada um dos beneficiários. Mas a lei é clara: os ex-governadores têm direito a salário integral, que atualmente é de R$ 10,5 mil. As viúvas e filhos têm direito a 50%. Filhos podem receber até os 18 anos e filhas têm direito a pensão vitalícia caso sejam viúvas ou solteiras e não tenham rendimentos.
Meio termo
Na quarta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, provocou os Executivos estaduais ao lembrar que eles podem se antecipar ao Supremo Tribunal Federal e acabar com as leis que concedem as pensões para ex-governadores. No Palácio Tiradentes fala-se também em um 'meio-termo', que não confronte direitos adquiridos. Por isso, uma hipótese aventada é a de que uma proposta de lei barre apenas a concessão de novos benefícios.
Em licença para uma viagem particular, o governador Antonio Anastasia (PSDB) volta ao trabalho no dia 2 de fevereiro. Nada deve ser decidido até lá.
A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público instaurou inquérito na segunda-feira e encaminhou requerimento de informações à Secretaria de Planejamento e Gestão. O promotor João Medeiros não pretende questionar os pagamentos já realizados, argumentando que, a princípio, os beneficiários não agiram com 'má-fé'.
O argumento do Ministério Público é que a lei 1.654, que criou o benefício, não foi 'recepcionada' pela Constituição e fere os princípios previstos no artigo 37, de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência na administração pública direta e indireta.
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