Centenas de milhares de venezuelanos cruzaram as fronteiras terrestres para o Brasil e a Colômbia nos últimos meses para tentar escapar da crise econômica, política e social que seu país está vivenciando. A Colômbia deu residência temporária para mais de 800.000. Centenas empreendem uma trajetória terrestre todos os dias para chegar ao Peru, Chile, Argentina e até ao Uruguai. O Peru, que há dois anos concede a eles uma permissão de trabalho temporário, estima que quase 400 mil venezuelanos se estabeleceram em seu território no período de um ano. O pico foi em 11 de agosto, quando em um único dia entraram 5.100.
No Equador, segundo o Ministério do Interior, pelo menos um milhão de venezuelanos cruzou a fronteira, embora os que permanecem no país sejam cerca de 250 mil. Confrontado com as críticas, o Governo eliminou a exigência de passaporte para a entrada de crianças e adolescentes venezuelanos desde que cheguem acompanhados por seus pais ou responsáveis que portem esse documento. As restrições administrativas tiveram efeito imediato e no sábado houve pouco influxo de venezuelanos na fronteira entre Equador e Colômbia, quando entrou em vigor a exigência de apresentação do passaporte. "Não há mais venezuelanos esperando em Rumichaca", informou a televisão equatoriana Teleamazonas, referindo-se à fronteira entre Equador e Colômbia.