O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (22) o nome do novo secretário da Educação. O escolhido foi o desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, de 70 anos.
Além de ex-presidente do TJ, Nalini foi ex-presidente da Academia Paulista de Letras, é professor universitário e autor de livros.
A pasta estava sem titular desde o dia 4 de dezembro, data em que o ex-secretário Herman Voorwald pediu para deixar o cargo após Alckmin anunciar a suspensão da reorganização escolar. A carta com o pedido de demissão foi entregue ao governador, que aceitou a decisão de Voorwald.
Alckmin suspendeu a reestruturação que afetaria mais de 300 mil alunos e fecharia cerca de 90 escolas. Na mesma data também foi divulgado pelo instituto Datafolha que o governador teve seu índice de popularidade mais baixo, com apenas 28% de aprovação.
No dia 5 de dezembro, um decretou oficializou o adiamento das mudanças. Durante os protestos, a Polícia Militar (PM) foi criticada por agir com truculência com os estudantes que interditaram vias públicas da capital paulista.
O governo paulista defende que a reorganização iria melhorar o ensino. Os alunos, porém, contestaram e reclamaram que não foram ouvidos pelo governo sobre as mudanças e sobre o fechamento das unidades onde estudam. Em protesto, eles passaram a ocupar escolas em todo o estado.
Ao longo das manifestações contra a proposta de reorganização escolar, iniciadas no começo de novembro, o Sindicato dos Professores (Apeoesp) chegou a afirmar que 213 escolas foram ocupadas. A Secretaria Estadual da Educação confirmou 200.
A Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, foi a primeira a ser ocupada na cidade de São Paulo. Os estudantes entregaram as chaves e deixaram o prédio após 55 dias de ocupação.
As duas últimas escolas ocupadas pelos alunos da rede estadual de São Paulo foram desocupadas nesta terça-feira (19), segundo a Secretaria da Educação. Os alunos das escolas estaduais Godofredo Furtado, em Pinheiros, e Anhanguera, na Lapa, reivindicavam melhorias na estrutura das unidades.