GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

“DIAZEPAM”

Após ser procurado por alguns senhores (a) e receber por inúmeras ligações de pessoas que foram humilhadas por um grupo que esta sendo formado e menosprezando os demais pré-candidatos, com a historinha de que este tal grupo vai eleger 03 (três) vereadores nas próximas eleições. Eu quero deixar bem claro, que isso não passa de mera utopia e especulação de alguns oportunistas, com interesses pessoais, que não conhecem nada de políticas partidárias e a prova é que estas pessoas mal conseguem se firmar em um partido político... “Observe a ficha partidárias dessas pessoas” que estão fazendo isso.
O pior é saber que um deles nem filiado esta em nenhum partido e já falava em nome do partido, até chegou a comentar que ele ia escolher quem poderia ser os candidatos para as próximas eleições.

Meus amigos e seguidores, estes loucos desvairados precisam tomar a medicação conhecida como “DIAZEPAM” e serem conduzido urgente para uma clinica para tratamento psiquiátrico urgente.

Bonner movimenta web ao perguntar estação favorita de Maju no 'JN':'Vídeo Show'

Entrosamento entre Bonner e Maria Júlia Coutinho costuma chamar atenção dos internautas

Seria mais uma noite comum para Maju no "Jornal Nacional", mas William Bonner resolveu fazer uma brincadeira em relação à chegada da primavera, já que agora o âncora segue uma linha mais descontraída. "Maju, qual é a sua estação favorita?". A jornalista pensou e respondeu: "O outono, por causa da iluminação e das temperaturas amenas". Renata Vasconcellos entrou na brincadeira e disse gostar do inverno, "porque tem um sol ótimo no Rio de Janeiro".
Bonner concordou e continuou o papo descontraído. "Estou protestando pelo fim do inverno, que não existiu", brincou o jornalista, culpando a moça do tempo - que foi homenageada no 'Rio Sem Preconceito' - pelo calor. Maju riu e argumentou que a motivo das altas temperaturas do Rio de Janeiro nos últimos meses era o fenômeno "El Niño".
Os internautas que acompanham o telejornal logo se manifestaram. "Eu mereço esse jornal, fala sério!", criticou uma espectadora. "Jornal Nacional enchendo linguiça para render e a novela começar mais tarde", disse um usuário do Twitter, em referência à competição da Globo com a novela "Os Dez Mandamentos", que já venceu "A Regra do Jogo" em audiência. "E essa conversa parelela no Jornal Nacional? Daqui a pouco vira o 'Vídeo Show'", disse outra espectadora, comparando a conversa fiada com o vespertino apresentado por Monica Iozzi e Otaviano Costa.
Mas houve quem se divertisse com a situação inesperada e aprovasse a relação dos âncoras com a garota do tempo, elogiada por Glória Maria. "Altos papos entre a Maju e Bonner", riu uma usuária do Twitter. "Amando esse jornal", opinou um internauta. "William Bonner parou o 'Jornal Nacional' para pergunta a Maju qual é a estação do ano favorita dela. Gente, eu amo esse homem", derreteu-se mais uma espectadora.

Bolsonaro chama refugiados de "escória do mundo"

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse, que os refugiados que chegam ao Brasil são “escória do mundo”. 
A declaração foi dada pelo parlamentar durante uma entrevista, logo após participar do I Workshop da Justiça Criminal em Goiânia. 
Após ser questionado sobre a situação dos militares no Brasil, o deputado diz que eles estão “desaparelhados”. 
O deputado Jair Bolsonaro
“Não sei qual é a adesão dos comandantes, mas, caso venham reduzir o efetivo [das Forças Armadas] é menos gente nas ruas para fazer frente aos marginais do MST, dos haitianos, senegaleses, bolivianos e tudo que é escória do mundo que, agora, está chegando os sírios também. A escória do mundo está chegando ao Brasil como se nós não tivéssemos problema demais para resolver”, disse. 
"Assim como a luta armada começou em 1966, e eles não estavam tão aparelhados assim, por isso foram derrotados, agora eles estão muito melhores preparados do que nós, o que é pior", disse.
Infartada ou com câncer
Jair Bolsonaro disse, ainda, que, se dependesse dele, Dilma Rousseff deixaria o cargo imediatamente.
"Espero que o mandato dela acabe hoje, infartada, com câncer ou de qualquer maneira", disse. "O Brasil não pode continuar sofrendo com uma incompetente, ou ‘incompetente’, à frente de um país tão grande e maravilhoso como esse aqui”. 

Atenção vereadores (a), 03 (três) coisas que dão mau hálito e vocês não sabiam

Reprodução

Que atire a primeira pedra quem nunca teve um amigo com mau hálito. Além de ser um problema desagradável para quem tem, o bafo é extremamente incômodo para os que estão em volta também. E as causas do mau hálito podem ser mais banais do que você imagina.
Listamos três coisas que causam esse cheiro ruim pra você ficar esperto e tentar evitar. Fique ligado!

Mastigação errada

Mastigação
Procure mastigar bastante o alimento antes de ingerir. Mastigar pouco diminui o atrito dos alimentos com a língua, não fazendo com que os pedaços eliminem a saburra lingual (o depósito de células mortas na parte superior da língua), a grande responsável pela eliminação do enxofre e do mau cheiro.

Longos períodos sem comer

Tempo

Evite ficar por longos períodos sem comer, ainda que seja pra beliscar só um biscoito ou um tira gosto nos intervalos das principais refeições. Na falta de se alimentar o estômago produz mais suco gástrico, o que interfere no hálito. O atrito do alimento com a língua também ajuda a eliminar a saburra.

Estresse e ansiedade

Estresse

Quando estamos estressados ou ansiosos demais, geralmente salivamos menos e, assim, a boca seca mais rápido. Isso facilita a proliferação da saburra. Procure diminuir seus níveis de estresse e tente se hidratar com frequência.


O senador Aécio Neves utilizou avião do governo mineiro para viagens ao Rio

<p>De acordo com a Folha de S. Paulo, há também registros de viagens Florianópolis, onde morava a esposa do político, Letícia Weber.</p>

Levantamento feito pelo governo de Minas Gerais - comandado pelo PT - a pedido de um deputado estadual do PSDB, mostra que o presidente nacional do partido tucano, Aécio Neves, usou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens ao Rio de Janeiro no período em que governou Minas gerais - sete anos e três meses.
De acordo com fontes há também registros de viagens Florianópolis, onde morava a esposa do político, Letícia Weber, quando os dois ainda eram namorados. A maioria dos voos listados ocorreu de quinta-feira a domingo.
Uma especialista em direito administrativo ouvida pelo jornal paulista disse que, segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o uso de carro oficial para fins particulares é caracterizado como improbidade administrativa. Porém, o termo não trata da utilização de aviões. A assessoria de Aécio emitiu nota alegando que "as viagens ocorreram com registros oficiais e em conformidade com o estabelecido pelas normas".

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Hora do basta.

No meu entendimento ninguém no Brasil esta acima da legislação tão pouco o prefeito de Caraguatatuba senhor Antonio Carlos da Silva, seus secretários municipais e os vereadores que mais uma vez erram ao desprezar o senso comum e a inteligência dos munícipes que nasceram, moram e vivem na cidade de Caraguatatuba.

Fernando Henrique diz a jornal Les Echos que Brasil embarcou em projeto megalomaníaco

<p>Fernando Henrique descreve a situação do Brasil como "calamitosa".</p>

Em sua edição impressa desta segunda-feira (21), o diário econômico francês Les Echosdescreve a situação no Brasil como uma crise confusa e de final imprevisível. "A tensão política cresce com os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff num contexto de verdadeiro desastre econômico", afirma em manchete interna o jornal francês.
Les Echos afirma que a recessão no Brasil vai durar provavelmente mais do que dois anos. O endividamento vai aumentar porque o governo, sem credibilidade alguma perante a opinião pública, não consegue aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso, aprofundando os déficits.
"O real está em queda livre, tendo perdido 50% de seu valor diante do dólar desde o início do ano", uma crise que é explicada pela falta de confiança nas políticas do governo, segundo André Perfeito, chefe-economista da corretora Gradual, entrevistado pela reportagem.
FHC diz que Brasil está falido: O Les Echos também entrevistou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em busca de respostas para entender como a situação no país se degradou em um intervalo tão curto de tempo.
Fernando Henrique descreve a situação do Brasil como "calamitosa". O peessedebista diz estar preocupado com a desorganização do sistema institucional brasileiro, "por falta de orientação clara do governo". Ele afirma que o "zigue-zague de opiniões e propostas nas últimas semanas desorganizaram não só o governo, mas também a oposição".
FHC descreve o retrato de uma sociedade confusa, perdida e sem esperança. Questionado pelo jornal se os brasileiros vão retomar os protestos do ano passado, ele diz não ter a menor ideia. A entrevista transmite uma ideia de desânimo, caos, como se nenhuma força política no país fosse capaz de oferecer uma alternativa ao quadro atual.
FHC declara que os três maiores partidos do Brasil detêm menos da metade das cadeiras na Câmara, o que torna praticamente impossível governar nessas condições. O ex-presidente encerra a entrevista dizendo que o Brasil está praticamente falido. "A sociedade embarcou num projeto megalomaníaco que, todos veem hoje, é inviável", principalmente no caso das aposentadorias.

Analistas questionam capacidade de implementação do ajuste



O pacote de cortes de gastos e aumento de impostos anunciado nesta semana pelo governo mostrou a preocupação de reverter o quadro de déficit primário e pode até ter garantido um tempo com as agências de classificação de risco, dizem analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Mesmo assim, existe uma preocupação muito grande com a capacidade de execução dessas ações, em razão do clima político difícil no Congresso, fora o fato de a grande maioria das medidas não ter caráter estrutural.
O Bradesco, dono da gestora BRAM, onde o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, trabalhava antes de ir para o governo, disse em relatório que as medidas refletem uma mudança de atitude do governo na direção de equacionar a piora das contas públicas. "Apesar de reconhecermos as dificuldades em aprová-las, o ajuste deverá permitir que o governo alcance um superávit em 2016. Por mais que continue altamente desafiador atingir a meta de 0,7% do PIB no ano que vem, o cenário de déficit primário pode ser descartado", escreveram os economistas do banco. O Itaú Unibanco, por sua vez, afirmou que as ações são positivas, mas a implementação é difícil. "As medidas somam R$ 72 bilhões, mas somente R$ 14 bilhões não dependem da aprovação do Congresso", indicou a instituição.
Alberto Ramos, diretor de pesquisas para a América Latina do banco Goldman Sachs, explicou que há uma tendência de crescimento dos gastos obrigatórios do governo, que aumentam de 0,2% a 0,3% do PIB ao ano. "A desvinculação do gasto obrigatório é essencial para elevar os investimentos do governo, o que é muito importante para estimular o crescimento", acrescentou. Carlos Kawall, economista-chefe do banco Safra, explicou que para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB é preciso um primário de 2,5% do PIB e isso só será obtido se o governo adotar medidas estruturais, como a reforma da Previdência.
O economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Luís Oreiro, lembrou que a arrecadação do governo depende do desempenho econômico e, assim, pode haver novas frustrações nas receitas se não houver uma recuperação na atividade.
"O Brasil poderá ganhar tempo até o final do ano, caso seja aprovado pelo Congresso esse conjunto de ações. Nesse contexto, o governo pode evitar a perda de grau de investimento perante a Moody's neste ano", afirmou Italo Lombardi, economista-sênior para a América Latina do banco Standard Chartered, logo após o anúncio das medidas. Para ele, a perda do grau de investimento pela Standard & Poor's gerou um "choque de realismo" no governo sobre a necessidade do ajuste fiscal.
O empresário Jorge Gerdau afirmou que a demora do governo em anunciar o pacote de medidas de austeridade é um sintoma da gravidade da crise política brasileira. "Não é possível que tenha sido preciso uma agência de rating rebaixar o Brasil para o governo começar a trabalhar de forma mais rápida. Não tem cabimento que o ministro Joaquim Levy, em um momento de crise como esse, não consiga avançar por conta de conflitos políticos", criticou.
Na avaliação de Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson, diante das atuais condições das finanças do País os cortes de despesas eram inevitáveis, mas são apenas um "tapa-buraco" para 2016. "As reduções de gastos deveriam também envolver medidas para diminuir o déficit da Previdência Social, onde está o principal problema fiscal do Brasil", afirmou.
O ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências, Gustavo Loyola, também considerou que as medidas não são as ideais, mas que até a volta da CPMF é compreensível no atual contexto. "Se ocorrerem sinais de apoio do Congresso às medidas anunciadas, especialmente a elevação de impostos, isso reduzirá a aversão a risco de investidores em relação ao País", comentou ontem, após o anúncio do governo.
Já Fábio Klein, especialista em contas públicas da Tendências Consultoria Integrada, chamou atenção para os cortes de benefícios para o funcionalismo público, que devem enfrentar resistência dos servidores.
Vilma Pinto, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou que a eliminação do abono de permanência (incentivo para que servidores em idade para se aposentar continuem trabalhando) e a suspensão de concursos públicos para o ano que vem podem na verdade aumentar os gastos do governo, em vez de reduzi-los.


Caixa fecha cerco a inadimplentes do Minha Casa e imóveis serão retomados

O governo federal decidiu retomar os imóveis dos beneficiários mais carentes do programa Minha Casa Minha Vida que estão inadimplentes há mais de três meses. A Caixa Econômica Federal apertou a cobrança das prestações que estão atrasadas. Passou a ligar e a enviar SMS para os beneficiários logo após os primeiros dias de vencimento.
A mudança de postura em relação aos calotes da chamada faixa 1 do programa – famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil – se deve a dois fatores: o agravamento da crise, que não permite ao governo ser leniente com a inadimplência em momento de frustração de recursos, e o temor da fiscalização dos órgãos de controle, já que até 95% desses imóveis são bancados com dinheiro público. 
Minha Casa Minha Vida: Cerca de 4 milhões de unidades foram contratadas nas duas primeiras fases do Minha Casa
A inadimplência do faixa 1 fechou o primeiro semestre deste ano em 22%, dez vezes superior aos atrasos dos financiamentos imobiliários tradicionais. O nível é também destoante das operações das outras duas faixas de renda do Minha Casa: a parcela de atrasos acima de 90 dias nessas faixas está por volta de 2%. Os dados foram repassados pelo Ministério das Cidades. Segundo o governo, um quarto dos contratos do MCMV faixa 1 está há mais de 90 dias em atraso. De acordo com as regras do programa, as prestações para as famílias da faixa 1 não podem ultrapassar 5% da renda do beneficiário, com valor mínimo de R$ 25 pagos pelo período de dez anos. 
O primeiro passo para retomar os imóveis dessas famílias foi dado no fim do ano passado pela presidente Dilma Rousseff. Ela modificou uma lei para determinar que os imóveis tomados devem ter um tratamento diferenciado. Em vez levar a leilão, como costuma acontecer nos financiamentos imobiliários, a Caixa tem de reincluir o imóvel no programa, para ser direcionado a outro beneficiário que está na lista de espera do Minha Casa.
A alteração na lei evita que o imóvel retomado seja comprado por uma família com renda superior à dos beneficiários do programa, o que seria uma desvirtuação do programa. Essas casas ou apartamentos têm um tratamento tributário diferenciado, ou seja, são construídos com menos impostos. 
Na época, o Ministério das Cidades informou que o programa não tinha objetivo de retomar os imóveis no caso de inadimplência, mas ajudar as famílias a superar as dificuldades financeiras e colocar as prestações em dia. Ressaltou o fato de que a faixa 1 do Minha Casa não era um financiamento como outro qualquer, mas uma política social para reduzir o déficit habitacional.
O discurso, porém, mudou. O Ministério das Cidades informou agora que adotará o que diz a lei para os casos de inadimplência, ou seja, entregar o imóvel para outra família. “Hoje, o Ministério das Cidades e o agente operador do programa estão discutindo a forma de implementação da lei”, informou. 
“Tolerar a inadimplência como ocorreu até pouco tempo é inadmissível. O imóvel é bancado com dinheiro da sociedade. Não consigo entender por que não tomaram essa decisão antes”, diz Flávio Prando, vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP, o sindicato de empresas do setor em São Paulo. Ele considera que as condições são “exageradamente favoráveis” para o calote e que falta uma qualificação mais precisa das condições financeiras das famílias. 
Para Lauro Gonzalez, coordenador do centro de estudos de microfinanças e inclusão financeira da FGV, parte considerável dos beneficiários do programa poderia pagar uma prestação superior à de 5% da renda. Ele defende que o caminho seria uma espécie de microcrédito orientado para essas famílias, com análise do potencial de pagamento de cada uma. “Isso diminuiria a inadimplência e o subsídio empregado no programa”, diz.

Refugiados no Brasil, sírios tem dificuldade de encontrar empregos e moradia

Com um gentil “Sallaam Aleikum”, cumprimento árabe cujo significado é “que a paz esteja convosco”, Hanaa Nachawaty cumprimenta os clientes, em uma calçada do Leme, na zona sul do Rio de Janeiro. Ela e a família vendem esfirras, quibes e pastas árabes em uma banquinha com duas bandeiras da Síria. Como a maior parte dos refugiados que chegaram ao Brasil, eles elogiam a acolhida no país, mas enfrentam dificuldades em conseguir emprego e moradia definitiva.
Há dois anos no Brasil, Hanaa e a família sobrevivem da venda de salgados, o principal meio de sustento da família de cinco pessoas, incluindo uma criança de 5 anos. Ela alega ter escolhido o país pelas facilidades de conseguir asilo. Desde 2011, o Brasil acolheu 2.077 refugiados sírios, o maior número na América Latina e bem à frente da Argentina, que recebeu 268.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a organização não governamental Open Society Foundation, o Brasil está atrás apenas da Alemanha, que recebeu 45 mil pessoas nos últimos quatro anos. Diferentemente da Europa, destino preferencial da maioria, os asilados que chegam ao país não recebem uma casa ou auxílio financeiro até reorganizarem a vida. É tudo por conta do refugiado, que, muitas vezes, fica abandonado à própria sorte até conseguir ajuda.
Conseguir uma casa é exatamente o maior problema da família Nachawaty desde que chegou ao Brasil. Atualmente, eles vivem em um apartamento emprestado, que terão de devolver em breve. “O dono nos pediu de volta e não temos para onde ir”, disse um dos filhos de Hanna, Armin Nachawaty, 24 anos. A família prepara em casa os salgados que vendem nas ruas. Se perderem a casa, perdem o sustento.
Em São Paulo, onde estão 65% dos sírios que chegaram desde 2014, por causa da guerra, a Sociedade Beneficente Muçulmana (SBM) também reconhece que o acesso à moradia é uma dificuldade. Sem políticas habitacionais específicas e com condições de aluguel, que, muitas vezes, exigem fiador ou pagamento de altas quantias como garantia, a entidade, que oferecia cestas básicas, além de colchões e cobertores aos refugiados, passou a servir marmitas na instituição. Isso porque muitos não tinham sequer onde cozinhar.
“O grande objetivo deles é ir para e Europa, então, eles chegam aqui com as mesmas expectativas das pessoas que foram para lá”, explica a coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas no Rio de Janeiro, Aline Thuller, que trabalha no acolhimento aos estrangeiros. Porém, os trâmites em alguns países são lentos ou exigem que as famílias fiquem confinadas em campos de detenção, como na França. “[Lá] é comum que as pessoas cheguem ao extremo de cometer suicídio, por frustração, por se sentir improdutivo”, completa.
Educação e emprego
No Brasil, destaca Aline, a grande vantagem é a possibilidade de conseguir um emprego. Assim que o refugiado chega, ele tem direito a carteira de trabalho, com os mesmos benefícios trabalhistas que qualquer brasileiro, como férias, horas extras e décimo terceiro salário.
Mesmo com a possibilidade de trabalhar, conseguir uma vaga não é tão fácil. O nível educacional dos refugiados sírios é alto, mas eles não têm documentos para comprovarem a formação acadêmica ou revalidarem o título das universidades. “Eles vem de um nível social e educacional alto, mas ficam aqui em uma situação complicada”, reconheceu Aline. “Muitos acabam em subempregos, dando aula de inglês ou trabalhando em serviços gerais”, lamenta.
Falando inglês fluente, Armin, o filho mais velho da família Nachawaty, que estudou hotelaria na capital da Síria, Damasco, não consegue uma recolocação profissional. Ele prefere vender comida árabe nas ruas a lavar pratos por 12 horas em restaurantes na Lapa. “Sabemos de um caso em que o sírio era discriminado e tinha mais trabalho que os outros funcionários”, revelou. O pai, conta, era um pequeno empresário do ramo imobiliário e perdeu tudo nos bombardeios.
Há um ano no Brasil, Rabia Kafouzi, 29 anos, graduada em letras, deixou o seu país e emprego há três anos. “Havia bombardeios aéreos e de tanques [na Síria]. Sequestravam jovens para colocar no exército e, por causa disso, muitos amigos e parentes foram mortos”. Até hoje, não conseguiu emprego por causa do idioma. É o marido que dá aulas de inglês, mas que na Síria trabalhava com informática, o responsável por sustentar a família com duas filhas pequenas.
Na Igreja Ortodoxa de Antioquia do Rio, que recebeu duas famílias refugiadas, a situação se repete. O padre Ignatios Al Sayegh empregou um sírio, também com nível superior, na paróquia. Outro, com menos escolaridade, foi aceito em uma fábrica têxtil. As mulheres ficam em casa, enquanto as crianças estão em escolas católicas. Como ainda não falam português e tem medo de prejudicarem parentes que ficaram no país de origem, preferem não dar entrevistas.
O sírio Armin Nachawaty, 25 anos, vende esfirras com a família no Rio de Janeiro, onde vivem refugiados da guera na Síria (Frazão/Agência Brasil)

Mais Médicos: 820 profissionais já desistiram do programa

Faz mais de 45 anos que Iara Nazareno de Lima se formou em Medicina. Já William Hastenreiter terminou o curso há pouco mais de dois anos, em junho de 2013. Além da carreira, ambos têm outro ponto em comum: são alguns dos 820 profissionais que acreditaram no Mais Médicos, lançado em julho de 2013, mas que saíram do programa. Os motivos vão da aprovação em residência médica até problemas pessoais e de saúde, mas há também críticas às condições de trabalho.
Assim como eles, quase 90% dos desistentes são médicos que já tinham registro profissional no Brasil. É o caso de quem se forma no país ou consegue revalidar o diploma obtido no exterior. Os desligamentos ocorrem em todos os estados e na maioria das capitais, mas se concentram no Nordeste e nas cidades pequenas.
Segundo o Ministério da Saúde, existiam 17.790 médicos ativos no programa no começo de agosto. Ou seja, para cada desistente, 21,7 médicos estavam trabalhando. Os dados foram obtidos pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação.
O Ministério da Saúde identificou nove razões para o abandono do programa. Segundo o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Aurélio Pinto, o médico não precisa informar o motivo na hora de solicitar o desligamento. Assim, as saídas a pedido, sem maiores detalhes, responderam por mais da metade das desistências: 470.
Há um número significativo de profissionais que foram aprovados em residência médica e, por isso, não podem mais participar do programa: 181. Ausência injustificada é o terceiro motivo mais comum, com 56 afastamentos, todos de cubanos, o que indica que desertaram da missão oficial de seu país. Completam a lista: motivos pessoais (46 casos), mudança de cidade (22), aprovação em concurso público (16), motivos de saúde (12), dificuldade de deslocamento ao local de trabalho (9) e incompatibilidade de carga horária (8).
Iara Nazareno, de 74 anos, mora no Recife e já estava aposentada quando se inscreveu no programa, em 2013. Foi alocada em Olinda, que integra a região metropolitana da capital pernambucana. Em dezembro de 2014, ela resolveu se desligar por questões de saúde. Iara Nazareno apoia o programa, mas aponta alguns problemas.
A gente fica com medo do lugar onde há muitos pontos de venda de droga. Os agentes de saúde também tinham medo, descreve: A estrutura do posto foi reformada. Quando saí de lá, precisava de reparos de novo. Acho que a reforma que fazem não tem fiscalização. Era horrível. Pingando água no posto quando chovia.
Problemas semelhantes são relatados por William. Formado no Rio, ele escolheu trabalhar em Itaboraí. Começou em setembro de 2013, mas deixou o programa quando foi chamado para fazer residência médica em otorrinolaringologia, em Belo Horizonte. Segundo ele, a área onde trabalhava também era controlada por traficantes, embora eles não criassem problemas com os profissionais de saúde.
As condições de trabalho são precárias. Falta material para atendimento, disse.

Vaticano confirma interesse do Papa em voltar à Aparecida do Norte

O Papa Francisco pode realmente voltar ao Brasil em 2017, assegurou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. A declaração foi feita neste domingo (20) em Havana, primeira etapa da visita de quatro dias do sumo pontífice a Cuba.
Com colaboração de Richard Furst, de Havana,
“O Papa quer muito ir ao aniversário de Aparecida. Ainda é um desejo, mas ele tem insistido muito”, disse Lombardi à RFI. O interesse de voltar à Aparecida do Norte foi manifestado pelo próprio Papa Francisco durante um pronunciamento realizado na sua primeira visita à Basílica. “Rezem por mim. Em 2017, vou voltar”, disse o papa ao se despedir da cidade de Aparecida, em julho de 2013.
Em outubro de 2017, Aparecida do Norte vai celebrar os 300 anos da descoberta, no rio Paraíba do Sul, da imagem de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil. Caso seja confirmada a viagem, será um caso inédito de um retorno do Papa Francisco a uma mesma cidade. As viagens confirmadas do papa até agora são apenas a países africanos no fim do ano.
Visita a Cuba: Nesta segunda-feira (21), o papa Francisco visita Holguín, um dos redutos mais antigos do cristianismo na ilha e terra natal dos irmãos Castro. A cidade, na região sudeste, é conhecida no país por sua cruz emblemática, de cinco metros de altura e erguida em 1790 no alto de uma colina.
O Papa irá rezar neste local bastante simbólico, conhecido como "Loma da Cruz" e conceder uma benção à quarta maior cidade do país.
A província de Holguín é agrícola e na sua baía apareceu, em 1612, a imagem flutuante da Virgem da Caridade do Cobre, que se tornou padroeira de Cuba. Na manhã desta segunda-feira, o sumo pontífice irá celebrar uma missa ao ar livre para um público estimado de 150 mil fiéis.
<p>Nesta segunda-feira (21), o papa Francisco visita Holguín, um dos redutos mais antigos do cristianismo na ilha e terra natal dos irmãos Castro.</p>
Na sequência, à tarde, o Papa visitará o santuário da Virgem, localizado na cidade vizinha de Santiago de Cuba. Na cidade portuária, Francisco irá se encontrar com arcebispos do país.
Na terça-feira, o Papa deixará Santiago de Cuba depois da última missa no país e vai partir para os Estados Unidos.
Passagem por Havana: O primeiro dia de viagem do Santo Padre a Cuba foi marcado pelo encontro com uma multidão na Praça da Revolução com muitos cânticos e com a insistência de Francisco em ajudar países em dificuldade. Ele fez uma menção pedindo paz na Colômbia. Depois de um encontro “em clima familiar” com Fidel Castro, Francisco se encontrou com os jovens na capital cubana e pediu que a juventude “não pare de sonhar”, uma referência aos problemas econômicos e políticos que a ilha enfrenta.
Gabriel Silva Gonzalez, um jornalista da cidade de Holguín, uma das três localidades que Francisco percorre nos quatro dias de viagem a Cuba, acredita que a visita do Papa é capaz de trazer transformações ao país.
“Muitas das mudanças em Cuba têm a ver com a relação com os Estados Unidos, que é um ponto que Francisco já colaborou muito. Eu vejo que ele não quer ser se destacar como um mediador, mas é alguém que agora quer ouvir”, declarou. “O Papa vai se encontrar com gente também, por meio dos jovens que vão se reunir. E, além do mais, ele já conhece o nosso problema, por ser latino e por ter participado de debates antes sobre Cuba”, acrescentou o jornalista.
Pressão sobre opositores: Duas opositoras ao regime cubano disseram terem sido impedidas de ver o Papa Francisco no domingo. Elas foram detidas pela polícia. Miriam Leiva e Martha Beatriz Roque afirmaram ter recebido convites para assistir a cerimônia com o chefe da Igreja Católica na noite deste domingo na catedral de Havana. No entanto, elas disseram que as autoridades cubanas as impediram de participar a qualquer evento com o sumo pontífice.
Segundo a Comissão Cubana para os Direitos Humanos e para a Reconciliação Nacional, cerca de 50 opositores ao regime foram detidos e impedidos de se aproximarem do papa Francisco. A maioria foi liberada horas mais tarde. No entanto, a União Patriótica de Cuba (Unpacu), principal grupo de oposição no país, informou que quatro militantes ainda estavam atrás das grades até a noite de domingo.

Polícia Militar voltará a agir para impedir arrastões em ônibus no Rio

Após um fim de semana com arrastões e confusão nas praias da zona sul, a Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro vai reavaliar o planejamento para os próximos sábado (26) e domingo (27), com o objetivo de inibir novos delitos. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que a polícia está “engessada” para atuar contra possíveis delitos e que as ações preventivas da PM vão voltar.
O secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, durante reunião com o ministro José Eduardo Cardozo (Elza Fiuza/ Agência Brasil)
Neste domingo (20), jovens da zona sul se reuniram e abordaram ônibus com menores que voltavam da praia, retiraram alguns deles dos coletivos e os espancaram. Segundo Beltrame, o objetivo da retomada do trabalho preventivo é tentar antecipar os fatos. "Vamos voltar a fazer ações preventivas. Se não fizermos, podemos estar suscitando um problema maior na frente. A minha preocupação é uma visão prospectiva de aonde isso pode chegar e aonde isso pode parar. Pensar nas consequências depois que as coisas acontecem é uma irresponsabilidade.”
Beltrame mostrou-se preocupado com ações de justiçamento de moradores da zona sul após a ocorrência de arrastões nas praias. "Essa medida de nos tirar a prevenção pode resultar em pessoas que queiram fazer justiça com as próprias mãos. Não vamos permitir, mas é mais um esforço que a polícia terá que fazer", disse o secretário. De acordo com Beltrame, a polícia vai agir, por temer a possibilidade de o problema do linchamento continuar.
No sábado (19), o comandante do 23º Batalhão, com sede no Leblon, coronel Joseli Cândido, estava em supervisão de policiamento na Praia de Ipanema na hora do tumulto e informou que, enquanto policiais conduziam da areia para o calçadão um acusado de furto, na altura do Posto 8, banhistas contiveram outro suspeito de furtar um cordão na areia. Durante a confusão, os banhistas feriram o suspeito, que foi levado para o Hospital Miguel Couto (Gávea) e posteriormente para a delegacia. Testemunhas da confusão também foram à delegacia. Antes disso, oito pessoas, todas acusadas de furto. tinham sido conduzidas à delegacia. As ocorrências foram próximas do Posto 8 e do Arpoador. Em Botafogo, policiais do 2º Batalhão detiveram 20 suspeitos de furto.
De acordo com informações da 12ª Delegacia de Polícia (DP), em Copacabana, policiais militares apreenderam cinco menores e, com eles, cordões, celulares e relógios. Na 14ª DP, no Leblon, os policiais apreenderam 14 menores, com os quais foram encontrados cordões de ouro e celulares. Segundo o comando do 23º Batalhão, foram registradas oito ocorrências de furto ao longo do dia, com 33 pessoas levadas para delegacias e abrigos. A PM informou que mais 40 policiais foram deslocados para reforçar o policiamento nas proximidades do Arpoador.
No dia 10 de setembro, o juiz Pedro Henrique Alves, titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, decidiu pelo impedimento da Polícia Militar na apreensão de crianças e adolescentes sem a comprovação de flagrante delito. A decisão foi tomada após a PM apreender menores que seguiam de ônibus da zona norte para as praias da zona sul  e atendeu parcialmente ao pedido de habeas corpus preventivo impetrado pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Beltrame disse que, com a decisão, a Polícia Militar foi tolhida em sua missão e cobrou a participação de outros órgãos na prevenção de delitos infracionais. “A PM precisa de outros atores para fazer seu papel porque o sistema está totalmente desequilibrado. Não podemos jogar tudo na responsabilidade da polícia, é preciso que setores que tenham a competência assumam a responsabilidade.” Segundo a decisão judicial, também estão incumbidos da ação de prevenção com menores em situação de risco e vulnerabilidade as secretarias Municipal de Desenvolvimento Social e Especial de Ordem Pública, a Guarda Municipal e a Polícia Civil.
O chefe operacional do Estado-Maior da PM, coronel Cláudio Lima Freire, disse que a corporação precisa contar com os órgãos citados pelo juiz para melhorar o patrulhamento e a prevenção de ações como as ocorridas no último fim de semana. “Não pode ficar conectada somente à PM a responsabilidade desses eventos na praia. Esses órgãos têm que estar presentes e assumir sua responsabilidade. Eles teriam que estar na praia para verificar a situação de vulnerabilidade do adolescente.”
TJ e Defensoria Pública se manifestam
Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) destacou que a sentença do último dia 10 não impede a Polícia Militar de cumprir sua atribuição na busca da segurança pública. “A PM tem o dever de proceder à abordagem policial, apreendendo aqueles que estejam praticando atos ilícitos, encaminhando-os à delegacia de polícia para as providências cabíveis. O ato do juiz da 1ª Vara da Infância, Juventude e Idoso da Comarca da Capital não tem o condão de impedir a atuação da PM, que pode abordar, apreender ou praticar qualquer outro ato, nos limites da lei.”
Também em nota, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro disse que a decisão não impede  qualquer ação preventiva, bem como de policiamento ostensivo pela Polícia Militar. “Medidas eficientes de prevenção à violência têm total apoio desta instituição, desde que não firam a lei a as garantias individuais do cidadão.”
Para a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, Julita Lemgruber, uma solução para o problema seria colocar policiais circulando nos ônibus, como já aconteceu em outras oportunidades no Rio de Janeiro. “Há momentos que você precisa disso para dar segurançaàa população. Essa garotada não pode ser retirada dos ônibus, mas você pode dar segurança a esses trajetos colocando policiais. Assim como você pode colocar policiais na praia com uma outra postura.”
Para Julita, a segurança pública passa por um momento delicado e singular. “A gente precisa da polícia qualificada, que passe sensação de segurança à população e não contribua para exacerbar os ânimos.”
Ministério Público não vê restrições à PM
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também divulgou nota sobre os arrastões. O texto destaca que, conforme informação do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e Juventude, a Recomendação 01/2014, dirigida pelo Ministério Público à Polícia Militar, em nada restringe a atuação policial no que tange à prática de atos desta natureza.
A recomendação repete norma da Constituição Federal, segundo a qual “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária”. Cita também o Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo qual “nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente”.
A nota do Ministério Público ressalta ainda que a medida não traz novidades, nem impede que a Polícia Militar exerça o dever de prevenir e combater ações delitivas, por meio de instrumentos legais, tais como patrulhamento ostensivo e busca pessoal nos casos de fundada suspeita, e zelando pela segurança pública.

Temer aconselha Dilma a não fazer reforma ministerial, para não gerar ‘instabilidade no Congresso’

O vice-presidente Michel Temer aconselhou a presidente Dilma Rousseff a não fazer reforma ministerial neste momento para evitar criar arestas com os partidos da base no momento em que o governo precisa aprovar as medidas de ajuste. Segundo ele, as mudanças poderiam gerar “instabilidade no Congresso”. A presidente se reuniu com Temer nesta segunda-feira, antes do encontro de coordenação política e durante a tarde. No início da noite, Dilma convocou o vice para mais uma reunião no Palácio da Alvorada. Ao deixar seu gabinete, Temer disse apenas que as “conversas estão caminhando”.
O vice-presidente ouviu de Dilma que ela não poderia voltar atrás na decisão já anunciada publicamente e disse a ela para ela ficar a vontade em relação aos ministérios do PMDB e que ele não fará indicação de nomes. Temer afirmou à presidente que é hora de cortar gastos e que o PMDB não será um empecilho para isso. Apesar do vice dizer que não nomeará ninguém, outros peemedebistas pressionam por mais espaço no governo.
A cúpula do PMDB tenta fechar posição para que o partido não faça novas indicações de nomes. A ideia está sendo trabalhada com os principais caciques do partido e a intenção é fechar um acordo interno para apresentar uma postura única nesse sentido. Nesta noite, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) recebeu o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), influente dentro do partido e pai do ministro da Pesca, Helder Barbalho, que deve perder o cargo caso a pasta seja fundida com a Agricultura.
O grupo que defende essa posição pretende deixar claro que, mesmo que algum integrante do partido seja escolhido por Dilma nessa reforma administrativa, esse eventual nome será da cota da presidente, e não da legenda.
Segundo interlocutores de Temer, o vice ainda irá conversa com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), para tentar fechar a posição do partido de não fazer indicações. Há expectativa de que ambos os parlamentares queiram consultar suas bancadas antes de tomar uma decisão.
Na tentativa de reforçar a interlocução com o PMDB antes da reforma ministerial, no início da tarde, a presidente Dilma convocou Temer, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Eunício Oliveira para uma reunião no Palácio da Alvorada no início da tarde.
De acordo com aliados de Temer, diante da decisão de fazer a reforma, o vice sugeriu à presidente que ela “negocie bem” com os líderes dos partidos aliados, para que não haja ainda mais problemas na relação com o governo.
Durante a manhã, a presidente havia decidido que iria apresentar detalhes dos cortes de pastas e trocas de comando a todos os líderes da Câmara e do Senado antes de anunciar as alterações. A reforma deve ser feita até quarta-feira, quando a presidente embarca para os Estados Unidos, onde fará a abertura da Assembleia Geral da ONU.
Dilma também conversou por duas vezes nesta segunda-feira com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, uma no Palácio do Planalto e outra no Alvorada. No primeiro encontro, a presidente pediu ajuda ao peemedebista auxiliar nas conversas com o PMDB.

Hélio Bicudo sugere 'governo interino' até nova eleição

Para o jurista Hélio Bicudo, de 93 anos, um dos signatários do principal pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff protocolado na Câmara dos Deputados, a crise política não se resolverá apenas com a saída dela do Palácio do Planalto. “O melhor seria convocar novas eleições gerais. Mudar toda a Câmara e o Senado seria o remédio mais democrático”.  
Sua ideia sobre a antecipação das eleições prevê um governo interino do vice-presidente Michel Temer que duraria 90 dias. “É possível antecipar por meio de um decreto partindo do Executivo. Vamos convocar e ver que bicho dá.” 
Hélio Bicudo: Para Hélio Bicudo, impeachment não é ‘golpe'
Cortejado pela oposição desde que decidiu assinar a petição, Bicudo passou a ser criticado pelos petistas nas redes sociais, que questionam o fato de ele ser classificado como “fundador do PT”. Para “corroborar” a tese de que o jurista estaria sendo “manipulado”, defensores da presidente divulgaram um texto escrito por um dos sete filhos de Bicudo, José Eduardo Pereira Bicudo, que afirmou que o pai “está sendo usado pelos articuladores do golpe”. 
“Criei meus filhos democraticamente. Nunca exigi fidelidade aos meus pontos de vista. Atuo segundo minha consciência”, afirma. O jurista foi candidato a vice de Luiz Inácio Lula da Silva em sua primeira disputa eleitoral, para o governo de São Paulo, em 1982. Depois disso, foi deputado federal pelo PT e ocupou vários cargos na sigla, tendo sido vice-prefeito de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo. Seu rompimento com o partido ocorreu em 2005, após a divulgação do caso do mensalão.
“Essas pessoas que me criticam hoje nas redes sociais talvez nem me conheçam. Faz dez anos que deixei o PT.” Apesar de dizer que não se incomoda com críticas de ex-aliados, Bicudo responde no mesmo tom. “O PT tornou-se ponto de partida para enriquecimento ilícito.” 
Ele também se irrita quando alguém classifica sua iniciativa como “golpe”. “Impeachment não é golpe coisa nenhuma. É um processo legal, jurídico. Dizer que é golpismo é escapismo, é fazer discussão política de baixo nível”, afirmou o jurista. 
Parceria. A parceria com Miguel Reale Júnior , que foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, no pedido de impeachment reuniu pela primeira vez os dois juristas no mesmo campo político. Em um ato simbólico, os dois foram juntos na semana passada a um cartório de São Paulo para registrar o documento que foi protocolado na Câmara. Na hora da assinatura, ativistas entoaram palavras de ordem contra o PT e foram aplaudidos por Bicudo. 
Ao falar sobre a aproximação com Reale, ele recordou de uma passagem curiosa. “Quando fiz a Faculdade de Direito na São Francisco nos anos 1940, nós estávamos unidos contra a ditadura do Getúlio Vargas. Havia na época uma reação muito forte contra o professor Miguel Reale, pai do Reale Júnior, porque ele era do Partido Integralista. Havia repulsa por ele ser professor. No dia em que foi dar sua primeira aula de Filosofia do Direito, em 1946, foi uma gritaria na Faculdade de Direito.” Segundo Bicudo, naquele tempo, o Largo de São Francisco era uma “praça de guerra”.
Jurista atuou contra grupo de extermínio
Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo na turma de 1947, Hélio Bicudo, de 93 anos, é uma referência na militância pelos direitos humanos. 
Como procurador de Justiça no Estado de São Paulo, ficou conhecido internacionalmente por combater o Esquadrão da Morte, durante a ditadura militar, e conduzir investigações sobre violações dos direitos humanos. Em 1982, foi candidato a vice de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo governo de São Paulo pelo PT. 
Em 1986, disputou o Senado pelo partido, ficando em terceiro lugar, atrás dos eleitos Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, então no PMDB. Foi secretário de Assuntos Jurídicos de São Paulo na gestão de Luiza Erundina de 1989 a 1990. Naquele ano, elegeu-se deputado federal. Em 200º, foi eleito vice-prefeito de São Paulo na chapa de Marta Suplicy, que governou a capital até 2004. Em 2016, Bicudo diz que pretende fazer campanha para que ela volte ao cargo, agora filiada ao PMDB. 
Filiado ao PT desde a sua fundação, saiu do partido em 2005, depois do escândalo do mensalão. Em 2010, declarou apoio a Marina Silva (PV) no 1.º turno e a José Serra (PSDB) no 2.º turno.