A assistente social Edelvânia Wirganovicz ajudou a matar o menino Bernardo Boldrini, 11 anos, por R$ 20 mil. A informação foi obtida pelo jornal Zero Hora, de Porto Alegre, tendo em mãos o depoimento da mulher dado à polícia, em 14 de abril.
"Era muito dinheiro e não teria sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino", disse Edelvania. Ela está presa, assim como o pai da criança, o médico Leandro Boldrini, 38, e sua atual mulher, Graciele Ugulini.
Aos policiais, Edelvania relatou que todo o plano para matar e esconder o corpo de Bernardo é de Graciele, e que Leandro não saberia. "Ele não sabia, mas, futuramente, ele ia dar graças de se livrar do incômodo, porque Bernardo era muito agitado", teria ouvido da madrasta do menino.
Em 4 de abril, Bernardo foi levado à cidade de Frederico Westphalen, vizinha a Três Passos, onde mora, com a justificativa de visitar uma "benzedeira". Conforme o depoimento, Edelvania e Graciele, cujo apelido é Kelly, "mandaram ele deitar sobre uma toalha de banho cor azul. Que Kelly aplicou na veia do braço esquerdo com uma seringa e ele foi apagando".
Nenhuma das duas conferiu se Bernardo ainda tinha pulsação ao ser enterrado. Ele foi despido e colocado na cova, feita dias antes por Edelvania. Graciele jogou soda - para que o corpo fosse consumido mais rápido - e tapou Bernardo com pedras e terra.
Segundo Edelvania, Graciele lhe confidenciou que já pensava em matar o menino há um tempo. Teria, inclusive, tentado asfixiá-lo. Essa tentativa foi narrada por Bernardo a uma babá, que avisou a avó materna do garoto. Através de seu advogado, a aposentada Jussara Uglione comunicou a rede de proteção à criança de Três Passos - Conselho Tutelar e MP -, mas aparentemente a resposta tardou a ser dada.
Edelvania disse que recebeu R$ 6 mil, usado para pagar uma parcela do apartamento adquirido por R$ 96 mil. O acerto total seria R$ 20 mil. Entretanto, Graciele teria se disposto a pagar o total que faltava para quitar o apartamento.