Pré-candidato à Presidência e presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) defendeu ontem em almoço com empresários paulistas propostas como diminuição da carga tributária e do número de ministros e declarou apoio a um projeto que reduz a maioridade penal em determinados crimes. O tucano prometeu levantar essa bandeira na campanha eleitoral ao Palácio do Planalto.
"Eu defendo a proposta do senador Aloysio (Nunes Ferreira, do PSDB paulista), inspirada na proposta do governador Geraldo Alckmin", afirmou Aécio a 400 convidados do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Pelo projeto, jovens de 16 a 18 anos envolvidos em crimes violentos ou reincidentes seriam avaliados pelo Judiciário e poderiam ser condenados a mais de 3 anos de reclusão, atual limite das penas socioeducativas estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "É uma discussão que precisamos enfrentar. Essa proposta que permite em determinados casos, em razão da gravidade e da reincidência, e há a relação dos casos em que seria possível, é uma proposta que eu defenderei na campanha", afirmou.
Outra promessa de Aécio aos empresários foi criar em até seis meses, se for eleito, uma secretaria extraordinária para promover a reforma tributária e reduzir os impostos cobrados no País. O tucano também repetiu a proposta de diminuir o número de ministérios, atualmente de 39 pastas. As duas propostas renderam aplausos do empresariado ao pré-candidato.
Em seu discurso, Aécio mencionou indiretamente a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff e os consequentes boatos de que ela abriria mão da candidatura à reeleição. "Ouço sempre que pode haver uma mudança de candidatura no campo governista. Mas para mim não importa se o adversário será o ex-presidente Lula ou a presidente Dilma", disse. "Quero é derrotar um modelo que não faz bem ao Brasil."
Agendas. Aécio aproveitou a passagem por São Paulo para articular uma agenda mais próxima à de Alckmin, que vai disputar a reeleição. O assunto foi discutido ontem em uma reunião reservada com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Aloysio Nunes Ferreira e o deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB-SP.
No encontro, na sede do Instituto FHC, Aécio relatou estar otimista com o engajamento de Alckmin. Apesar de militarem na mesma legenda, o governador vinha mantendo distância da pré-campanha de Aécio. Ele não participou dos 15 eventos regionais tucanos no interior paulista realizados desde o ano passado. Nas últimas semanas, porém, Alckmin deu sinais considerados "positivos" pela cúpula nacional do PSDB. Além de acompanhar Aécio ontem no almoço, o governador acompanhou o senador em Campos do Jordão, onde comeram pastel e caminharam juntos.
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