Roteiristas de plantão devem ficar atentos à história dos brasileiros Renato Dutra Pereira, 28, e Tiago Ximenez, 29.
Os dois são paranaenses, de Foz do Iguaçu, e conseguiram a façanha de fugir de penitenciárias em três países diferentes: Brasil, Paraguai e Argentina. Neste último, escaparam duas vezes.
No último dia 20, a dupla, junto a outros 11 presidiários, cavou um túnel no presídio de segurança máxima Ezeiza, em Buenos Aires.
Os bandidos saíram sem nenhum guarda ter visto nada há suspeitas de que eles tenham sido ajudados.
Pereira e Ximenez são considerados os mentores da fuga cinematográfica pelo know-how' que têm.
Hoje, os brasileiros figuram na lista dos mais procurados pela polícia argentina.
A recompensa para quem der alguma pista concreta de seus paradeiros é de 500 mil pesos (R$ 207.850).
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Presídio de segurança máxima Ezeiza, em Buenos Aires, de onde dois brasileiros fugiram no dia 20 |
INTERNACIONAIS
A primeira escapada de Pereira e Ximenez rumo à "carreira de fugitivos", aconteceu em 2006, em território brasileiro, na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu, onde cumpriam pena por homicídio, roubo qualificado e formação de quadrilha.
Eles serraram as grades da cela e se meteram em uma passagem de ar de 20 cm x 20 cm, de acordo com a Secretaria de Justiça do Paraná. Os dois atravessaram ainda duas cercas com arames cortantes e ganharam a liberdade.
A dupla fugiu então rumo ao Paraguai e continuou a agir. Acabaram apanhados novamente e foram levados a um presídio de Ciudad del Este. Uma vez ali, não demorou para que armassem outra fuga de cinema.
Junto com outros bandidos, os brasileiros provocaram uma briga entre alguns presidiários para distrair os guardas enquanto cavavam um túnel. O plano quase foi literalmente por água abaixo.
Durante a escavação, um cano de água estourou, e a ação foi descoberta. Alguns fugitivos foram pegos, mas os brasileiros conseguiram escapar mais uma vez.
Do Paraguai, viajaram à província do Chaco, na Argentina. Ali, continuaram suas atividades: fizeram roubos à mão armada e sequestros.
Presos pela terceira vez, foram mandados à penitenciária da cidade de Resistência.
Em março de 2007, colocaram em prática o terceiro plano de fuga, ajudados por alguém de dentro da prisão.
Serraram novamente as grades da cela e conseguiram escapar pelo teto. Os guardas de plantão viram e começaram a atirar. Três detentos que estavam com a dupla brasileira foram alcançados.
Ximenez e Pereira, no entanto, tinham uma arma e conseguiram escapar sequestrando uma pessoa na saída da prisão. Uma denúncia anônima levou a polícia ao paradeiro deles.
Quando foram recapturados, a Justiça argentina decidiu que os dois deviam ir para a penitenciária de segurança máxima, em Ezeiza. O resto da história vocês já sabem.