Ele já foi peão, boxeador, pintor e até vilão, mas vem se especializando mesmo é na função de pai. Na sua última novela, "Fina Estampa", interpretou um personagem que criava o filho com todo amor; agora, em Amor à Vida, tem outro papel no qual é capaz de tudo para proteger a filha Paulinha (Klara Castanho).
“Não sei se foi coincidência ou se o Walcyr Carrasco, autor de 'Amor à Vida', resolveu apostar porque deu certo. O fato é que tanto o Quinzé quanto o Bruno foram pai e mãe ao mesmo tempo”, lembrou Malvino ao site oficial da novela.
“A diferença dessa vez é que o Bruno sabe que não é pai biológico, mas isso não importa para ele. Talvez ele se sinta até mais pai do que se a Paulinha fosse filha de sangue. Ele a encontrou no momento de maior sofrimento da vida dele e projetou toda sua felicidade na missão de cuidar dela”, diz o ator.
Apesar de toda essa dedicação, criador e criatura sabem que é impossível preencher completamente a falta de uma mãe - não é à toa que, na novela, o sonho do corretor de imóveis era encontrar uma companheira que o ajudasse a criar a filha.
“Achei linda a cena em que o Bruno agradece à Paloma (Paolla Oliveira) por ter conversado com a Paulinha sobre menstruação. Ele sabe que essa figura é necessária e insubstituível”, opina Malvino.
“Um dos grandes prazeres de fazer esse personagem é justamente isso: experimentar uma relação que não vivi. Eu tenho uma filha, mas minha relação é outra. Minha filha tem mãe, mora com a mãe dela, é completamente diferente. Então é muito interessante viver o Bruno, de alguma forma a gente aprende com o personagem também”, explica o ator.
Malvino é pai de Sofia, de 4 anos, e faz questão de ser amoroso e presente na vida da sua pequena. “Educar não é nada fácil. Para você criar uma criança tem que dedicar muito carinho, afeto, atenção, e saber cobrar respeito. O grande barato é ir descobrindo em que momento se deve cobrar mais, exigir menos, fazendo com ela construa a personalidade dela, tenha consciência do que ela quer ser, mas também saiba controlar impulsos negativos, como o egoísmo, que todo ser humano está sujeito a sentir. Mas acima de tudo tem que ter amor, isso é fundamental para uma boa educação”, afirma.
É comum pais de meninas sentirem uma pontinha de ciúme quando as filhas crescem e querem sair com os amigos, ter o primeiro namorado e outras situações típicas da adolescência. Malvino garante que está preparado para essa fase.
“Não vou dizer que não terei ciúme, pode acontecer, mas acho que o importante na educação de uma criança, seja menina ou menino, é criar para a vida, e passar informações para ela saber se cuidar, ter discernimento de não entrar numa roubada, evitar uma gravidez indesejada ou se machucar num relacionamento com um malandro que só quer uma aventura. O bacana é quando o pai dá liberdade e deixa claro que é alguém que pode dar bons conselhos”, aponta.