Começou às 9h desta terça-feira, no 3º Tribunal do Júri de Niterói (RJ), o julgamento de Carlos Adílio Maciel Santos, um dos policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato da juíza Patrícia Acioli, 47, em agosto do ano passado.
O primeiro a ser ouvido foi o delegado Felipe Ettore que presidiu a investigação. Por volta das 11h30, um investigador da Delegacia de Homicídios do Rio, na época, prestava depoimento em juízo.
No total, estão previstos depoimentos de oito testemunhas de acusação e defesa. O réu responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada.
Adílio Santos é um dos 11 policiais militares suspeitos de envolvimento no crime. O policial estava preso quando o assassinato ocorreu, em agosto de 2011. Ele responde na Auditoria de Justiça Militar pelo desvio de munições do 7º Batalhão da Polícia Militar, em São Gonçalo, região metropolitana.
Em janeiro deste ano, a Justiça do Rio condenou três policiais por participação no crime, também por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. Eles receberam penas distintas, todas em regime de reclusão inicialmente fechado. O cabo Jefferson de Araújo Miranda foi condenado a maior pena, 26 anos de prisão. O cabo Jovanis Falcão foi condenado a 25 anos e seis meses, e o soldado Junior Cezar de Medeiros, a 22 anos e seis meses.
Em dezembro de 2011, ocorreu o julgamento do primeiro réu, o cabo da PM Sérgio Costa Junior, um dos executores do crime. Costa Junior decidiu colaborar com as investigações, e obteve o beneficio da delação premiada. Ele teve a pena reduzida em 15 anos, e foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado.
Carlos Adílio, os quatro já condenados e os seis policiais suspeitos de participação aguardam decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre recurso em relação ao julgamento. Entre os apontados como mentores do crime estão: o ex-comandante do Batalhão de Polícia Militar de São Gonçalo, o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva, e o tenente Daniel Santos Benitez Lopes - que ainda serão julgados - sem data prevista
Patrícia Acioli era responsável pelo Tribunal do Júri de São Gonçalo. Ela foi assassinada com 21 tiros na porta de casa em um condomínio em Piratininga, na região oceânica de Niterói, quando voltava do fórum. A juíza tinha 47 anos de idade e era conhecida por atuar no combate a crimes cometidos por milicianos e policiais.