Ao discursar na convenção do PRB, Pereira também criticou políticos que veem a eleição em São Paulo como "trampolim"
O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, criticou
neste sábado (30) partidos e candidatos que enxergam a eleição municipal
em São Paulo como "trampolim" e ironizou os boatos que atribuíam a
nomeação do senador Marcelo Crivella (RJ) para o Ministério da Pesca
como parte de um acordo com o governo federal para derrubar a
candidatura de Celso Russomanno na capital paulista.
— Desde o dia em que Marcelo Crivella foi indicado para o Ministério da
Pesca, eu não parei mais de responder à seguinte pergunta: 'e agora,
vocês vão manter a candidatura de Celso Russomanno?'. Chegaram a me
dizer que tínhamos rifado a candidatura de vez, mas eu dizia 'não, nós
vamos manter a candidatura'. E quem viveu está vendo.
Ao discursar na convenção em que o PRB lançou oficialmente a candidatura
de Russomanno, Pereira afirmou que o indicado do partido é o "melhor
candidato que São Paulo já teve" porque não é um político que "só fica
dentro do gabinete".
— Ele é gente como a gente, um homem do povo, e é por isso que vamos
fazer uma nova história para a nossa cidade tão querida e tão sofrida.
O presidente do partido criticou as supostas pretensões de adversários
de Russomanno, que estariam disputando a eleição deste ano não para
governar a cidade, mas por outras motivações políticas.
— Nós não queremos fazer trampolim para subir a rampa do Palácio do
Planalto. Queremos trazer dignidade para as pessoas que moram nessa
cidade.
Crivella, que também foi à convenção, ressaltou que Russomanno é hoje o
segundo colocado nas pesquisas e lembrou a arrogância dos "poderosos que
diziam que a eleição em São Paulo seria polarizada entre os grandes
partidos [PT e PSDB]".
Muitos diziam que a eleição já estava definida, mas os números das
pesquisas surpreenderam a todos. O povo rejeitou essa ideia, o povo quer
que a eleição seja decidida pela consciência de cada um dos cidadãos.
Eleição não pode ser no conchavo, não pode ser ganha de véspera em
acordos daqueles que se creem os donos do poder.
Ele também negou que sua ida para o primeiro escalão do governo Dilma
Rousseff tenha sido uma contrapartida para que o PRB desistisse de
Russomanno e apoiasse o petista Fernando Haddad em São Paulo.
— Insinuaram na imprensa que havíamos negociado nossa candidatura por um
cargo no governo federal. Temos plena autonomia nas decisões políticas,
e já tomamos a nossa decisão: vamos até o final.