Os cuidados com a criação de focos do mosquito devem existir durante o ano inteiro
Com a queda da temperatura as preocupações de novas notificações de dengue diminuem, porém as campanhas e visitas dos agentes não param na região. De acordo com a cartilha do Ministério da Saúde, o calor acelera a multiplicação do vírus dentro do mosquito. Por tanto no verão, a fêmea do mosquito tem mais chance de transmitir a doença antes de morrer.
Segundo dados atuais da Secretaria de Saúde, por meio da assessoria de imprensa, dos últimos 6 meses, no Litoral Norte, foram notificados 5.859, desses 1.430 foram positivos, e 1.255 descartados, no entanto 3.167 aguardam as respostas.
Em Caraguatatuba foram notificados 2.082, dessas 667 foi confirmado e 419 negativos, enquanto 996 aguardam o resultado.
Já na cidade de São Sebastião, as notificações foram de 1.092, os positivos atingiram 189 autóctones (contraído na própria cidade) e 58 pessoas que foram infectadas em outros municípios. Desse número de notificações foram descartadas 377, no entanto 468 aguardam respostas.
Na cidade de Ubatuba foram notificadas 2.370, desses 459 foram confirmados autóctones e 4 casos importados. Nesse total, 267 foram descartados, e 1.640 aguardam os resultados.
Em Ilhabela, as notificações foram de 315, sendo 57 confirmados e 192 negativos, enquanto 66 aguardam respostas.
Segundo a Secretaria de Saúde, por meio da assessoria de imprensa da cidade de Caraguatatuba mesmo com palestras para conscientização dos munícipes sobre o trabalho dos agentes de combate a dengue, ainda existe a resistência de alguns moradores, com relação às vistorias.
Ainda segundo a secretaria, existe uma orientação para que os próprios proprietários façam inspeção em suas residências.
De acordo com a assessoria, até maio deste ano, 102.648 imóveis foram visitados, só 72.658 foram vistoriados, já que 29.990 estavam fechados ou os moradores não permitiram a entrada dos agentes.
A Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Saúde, informa que tem intensificado as ações em combate à dengue. Eles trabalham com 20 agentes do Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue (PIACD), 56 agentes comunitários de saúde que atuam no combate à doença.
De acordo com a assessoria, o Poder Público não tem medido esforços para combater a doença. São realizados mutirões nos bairros, visitas nas casas com orientações e trabalhos de educação ambiental nas escolas. “Mas é preciso que a comunidade também assuma sua responsabilidade”, destaca.
Para a Secretaria de Saúde, os moradores devem manter os terrenos limpos, eliminar utensílios que podem se tornar criadouros para as larvas do mosquito.
De acordo com a assessoria de imprensa, outra solução que a cidade recorreu, é a fiscalização sobre veículos, embarcações e outros bens particulares que estiverem abandonados em vias públicas, “fazendo valer o artigo 8° da Lei 96/2002, que dispõe sobre o Programa de Controle e Combate aos Vetores Transmissores de Doenças”.
De acordo com eles, depois de aprendidos, se os proprietários não reclamarem em certo tempo, o bem será leiloado.
O superintendente de proteção à saúde de Ubatuba, Neilton Nogueira de Lima, conta que a recusa dos moradores com relação as vistorias dos agentes acontece em número pequeno. E nos últimos tempos os números de denúncias aumentaram, porque as pessoas estão mais atentas. Ele acrescenta que nesse período, novas notificações nem aparece, e que tudo está mais calmo. “Essa doença é efeito dominó, tanto para mais, quanto para menos. No caso é para menos”.
Segundo ele, as campanhas, visitas e orientações permanecem o ano inteiro. No entanto em setembro são sempre intensificadas. Podendo agora, dar férias aos trabalhadores dessa área. “Trabalhos em escolas, a parte educativa são sempre rotineiros”, conta.
De acordo com a Coordenadora do Programa Municipal de Combate a Dengue, Lidiomar Conelian de Oliveira, a conscientização da população ainda é a melhor atitude. “Ninguém melhor que o próprio morador para remover os criadouros de seu domicílio, minorando assim os riscos a que cada um se expõe”, explica.
Ainda segundo ela, um dos problemas é a falta de acesso nas casas de veraneios e residências de trabalhadores que só é possível encontrá-los
nos fins de semana. “Ainda existem sim pessoas que não permitem o acesso às suas residências, mas os agentes tentam conversar e convencer da importância do trabalho”, conta.
Para Lidiomar a Secretaria de Saúde possui no Programa de Combate a Dengue uma equipe que trabalha com Informação, Educação e Comunicação (IEC) que traça estratégias de acesso a população através de parcerias com escolas, associações de bairro, igrejas, mutirões e palestras.
“A produção do mosquito não para. Por isso é preciso ficar alerta com a dengue, em todas as épocas do ano”, cartilha do Ministério da Saúde