O atacante Robinho, do Milan, e a Nike, que patrocina o jogador desde 2002, vivem uma batalha judicial que viajou da Holanda para o Brasil. O craque foi condenado pela justiça holandesa a pagar uma multa milionária, no valor de R$ 700 mil por dia, por quebra de contrato, caso não use o material esportivo da marca. E por conta disso acionou o patrocinador na 5ª Vara Cível de Santos, alegando que a Nike renovou de forma automática seu contrato até 2014 sem o seu consentimento.
O detalhe é que a confusão foi gerada por suposta diferença de texto entre o contrato em inglês e em português. No entanto, a empresa afirma desconhecer qualquer diferença, e só se pronunciará oficialmente após a decisão da Justiça brasileira.
O conflito teve início ainda em 2005, ano em que Robinho deixava o Santos para jogar pelo Real Madrid. No contrato em inglês à época, uma cláusula admitia a renovação automática no valor pago no último ano do contrato anterior. Por isso, a empresa se apressou para pagar os valores menores praticados enquanto o jogador era do Santos. Mas Robinho se baseou no texto em português.
Cada jogador que assina com a Nike recebe valores de patrocínio diferentes, de acordo com o clube em que está jogando, e se defende a seleção brasileira. Curiosamente, Robinho ficou de fora da última convocação feita pelo técnico Mano Menezes.
- Em 2005, dois dias depois de o Robinho ir para o Real, mandaram uma correspondência dizendo que faltava um ano para o contrato terminar, e tentaram fazer a prorrogação automática, alegando que não precisaria de um novo documento. A resposta dos advogados do Robinho foi que eles tinham que sentar e negociar - conta a advogada Marisa Alija, que defende o jogador.
Agora, Robinho luta pelo fim do contrato, através do qual recebe hoje valor anual inferior a multa diária estipulada pela justiça holandesa. Caso semelhante já aconteceu com o meia Diego, ex-Santos, que ganhou a ação da empresa. O atacante justifica que a cláusula sobre a renovação obrigatória não vale mais justamente por ele defender Milan. O clube não pertence ao grupo chamado Série A, que no contrato com a Nike permitiria que o vínculo fosse prorrogado sem negociação.