CURITIBA – O governador do Paraná Beto Richa assinou o decreto de calamidade pública para os municípios de Morretes e Antonina, atingidos pelas chuvas dos últimos dias, na manhã desta terça-feira, em Curitiba. A medida agiliza a liberação de recursos para atendimentos emergenciais para as mais de 30 mil vítimas das chuvas no litoral do Paraná.
Quatro pessoas morreram, segundo a Defesa Civil. Uma ponte metálica, que está sendo montada pelo Exército, vai tirar Morretes do isolamento.
Segundo o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 18h, o número de pessoas afetadas pela chuva chegou a 30.968, em oito municípios. O número de desabrigados é de 14.363 e o de desalojados, 2.487. Três mil residências ficaram danificadas e 540, destruídas. (Leia também:
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De acordo com o governo paranaense, com o decreto, a contratação de serviços pode ocorrer sem a necessidade de licitações, o que facilita a contratação de empresas para a realização das obras de recuperação e outras medidas que são necessárias para atender a população atingida pelas chuvas do último final de semana. (
Veja fotos dos estragos causados pela chuva no Paraná)
Na manhã desta terça-feira, o governador Beto Richa recebeu um telefonema da presidente Dilma Rousseff , que ofereceu ajuda federal para a recuperação da região afetada pelas chuvas no litoral do Paraná.
A presidente determinou o envio de uma ponte metálica do Exército para substituir temporariamente uma das pontes que foi derrubada pela enxurrada. A ponte está sendo instalada na PR-408, sobre o Rio Sagrado Três. Com isso, Morretes voltará a ter comunicação com a BR-277. A montagem da ponte está sendo feita pelo 5º Batalhão de Engenharia do Exército e começou nesta terça-feira.
O governador também conversou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pediu a liberação de um helicóptero do Exército para transportar um equipamento necessário para recompor o funcionamento da estação de tratamento de água de Paranaguá.
Chuvas fracas ainda atingem os municípios do litoral do Paraná. Os municípios de Guaratuba e Paranaguá decretaram situação de emergência.
As chuvas causaram transtornos também para os motoristas, que enfrentam problemas em algumas rodovias. A BR-376, que liga Curitiba ao litoral de Santa Catarina, está interditada entre o km 672 e o km 657 (Guaratuba), por causa de quedas de barreira em alguns pontos. A concessionária Autopista Litoral Sul ainda não tem previsão de quando o tráfego voltará a fluir na região e orienta os usuários a evitar a estrada.
A BR-277, que liga Curitiba ao litoral do estado, está liberada, mas de maneira controlada, por causa das obras de recuperação das quatro pontes derrubadas pelas chuvas. A concessionária Ecovia informou que todos os caminhões que estavam antes da praça do pedágio foram liberados para seguir viagem até Paranaguá. A operação teve início na noite de ontem e durou toda a madrugada de hoje. O tráfego para o litoral continua com restrição para veículos pesados devido às obras de recuperação das quatro pontes que caíram ou sofreram danos estruturais com as fortes chuvas. Não houve interdição na praça de pedágio nesta manhã.
O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Airton Vidal Maron, disse que a movimentação de mercadorias pelo Porto de Paranaguá ainda não foi afetada pelas chuvas. Segundo ele, estão sendo escoados os granéis armazenados no porto. Ele afirmou, entretanto, que se forem prolongados os períodos de interrupção da BR-277, pode faltar carga para exportar.
Cerca de 200 caminhões que estavam na Serra do Mar já chegaram ao terminal e mais 300 devem seguir nas próximas horas. Os caminhões estão sendo liberados gradativamente, por causa da instabilidade da pista. A ferrovia, que também traz cargas até o porto, está interrompida e só deverá voltar a operar amanhã. Existem, de acordo com a administração, 600 vagas no pátio de triagem da Appa, mas a liberação de senhas para envio de caminhões continua suspensa, para evitar que os veículos se acumulem em filas na rodovia. A orientação é que os exportadores não liberem caminhões não cadastrados para evitar mais filas na BR-277.