Cursos a distância somam 5,8 milhões de matrículas em 2012.
A educação a distância vai bem, obrigado: cresce e atrai cada vez mais alunos, inclusive entre os mais jovens. Esse pode ser um rápido resumo do Censo EAD.BR 2012, divulgado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) no fim de setembro.
Comparando os novos dados aos resultados de 2011, o estudo apontou um crescimento de 52,5% nas matrículas durante o período, alcançando a marca de quase 5,8 milhões de inscritos. Desse total, 74,4% das matrículas foram realizadas em cursos livres, 19,8% nos autorizados e 5,8% em disciplinas de cursos presenciais que podem ser realizadas a distância.
Ao mesmo tempo, a evasão caiu em 2011 e 2012. Dentre as principais causas de desistência apontadas destacaram-se a falta de tempo para estudar e participar do curso (23,4%), a falta de adaptação à metodologia (18,3%) e o aumento de tarefas no trabalho (15%).
Outro dado apresentado pelo Censo EAD.BR 2012 foi a concentração dos cursos reconhecidos e autorizados no nível superior: 53% das ofertas eram referentes a cursos de pós-graduação e 26% de graduação.
O estudo foi realizado com uma amostra de 231 instituições. Destas, 44,8% são privadas – com ou sem fins lucrativos – e 23,3% são públicas (16,2% federais e 7,1% estaduais). As instituições sem foco exclusivo na área educacional correspondem a 11,5%, seguidas de 10,3% das que compõem o Sistema S (Senac, Senai, Senar, Sesc, Sescoop, Sesi e Sest).
A maior parte das instituições que participou da pesquisa é da Região Sudeste (46,4%), seguida pela Região Sul (20,6%). Segundo a Abed, todas as regiões do Brasil tiveram representação no estudo, mas o destaque ficou para a Região Norte (7%), cuja participação vem aumentando nos últimos três anos.
O Sudeste do país também concentra a maioria das ofertas de cursos reconhecidos (49%) e livres (62%). A Região Sul é a segunda em volume, enquanto a Centro-oeste é a segunda em relação à oferta de cursos livres.
Novo perfil de alunos
O aumento no número de matrículas também apontou uma mudança no perfil dos estudantes que apostam na educação a distância. Hoje, a ampliação da oferta de cursos nessa modalidade já começa a atrair um público mais jovem.
Em 2011, a média de idade dos alunos que optava pela EAD era de 33 anos – faixa etária já bem mais jovem que a média de 40 anos apurada em meados da década passada. O estudo aponta que, em 2012, a maior parte dos estudantes tinha entre 18 e 30 anos – tanto nos cursos autorizados (50%) como nos livres (59%). E, nesse novo cenário, os alunos com idade entre 31 e 40 anos passaram a ser maioria apenas nos cursos corporativos.
A mudança do perfil não para por aí. O Censo EAD.BR 2012 também detectou que as mulheres com até 30 anos são maioria, representando 51% das matrículas nos cursos autorizados e livres. Mesmo em minoria, o número de homens cresceu em 2011 e 2012, saltando de 43% dos alunos de cursos autorizados e livres e 52% nos corporativos para 45% e 56%, respectivamente.
Com a mudança do perfil, os cursos a distância passam a atender alunos que buscam um diploma de curso superior ou querem atualizar os conhecimentos profissionais. Na prática, são estudantes que não começaram a graduação logo após o ensino médio, já trabalham e não têm condições de frequentar diariamente uma faculdade. Enfim, são alunos que veem o diploma como uma alternativa em busca da ascensão profissional e, mesmo diante de dificuldades, desejam se aprimorar.
De acordo com Luciano Sathler, diretor da Abed, a modalidade favorece a democratização do acesso à educação. E, dentre as principais vantagens desses cursos, destaca-se a flexibilidade de tempo e de espaço. "O aluno pode estudar no momento que for melhor e onde preferir, com a vantagem de que, no ambiente virtual, ele encontra um corpo de tutores e docentes para dialogar fora das aulas."
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