Não há nenhuma discussão sobre arbitragem no futebol inglês, dois dias depois da trágica rodada que contou com erros a favor do Arsenal, Everton e Manchester United. Por lá, a discussão é o racismo.
O árbitro Mark Clattenburg pode até ser impedido de participar de qualquer jogo de futebol no futuro e já está ausente da escala da próxima rodada, por ter sido acusado de ofensas ao volante nigeriano Mikel e ao atacante espanhol Mata. A Mikel, teria feito ofensas racistas. A Mata, teria ofendido com a expressão "espanhol de m..."
A arbitragem não está em questão. É como se todos partisse da premissa que fez nascer a regra. O árbitro é o cidadão escolhido para definir o que é ou não é falta. Se errou e está dentro do limite humano, vale.
Diferente a questão do racismo. O árbitro não tem o direito de dirigir ofensas racistas ou xenófobas a nenhum jogador. Ou pagará por isso, o que pode acontecer com Mark Clattenburg.
No Brasil, na Espanha, na Itália, há diferenças.
Os espanhois passaram anos atribuindo à arbitragem a supremacia do Real Madrid, dono de nove troféus entre 1961 e 1973, período do mais longo jejum de taças do Barcelona. Hoje, uma parcela dos madriistas atribuem aos árbitros a vantagem do Barcelona.
É mais grave quando as autoridades da arbitragem não conseguem mostrar preparo.
Ontem, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmidt, pronunciou-se com correção ao afirmar que não via erro de direito no gol de mão anulado em Internacional 2 x 1 Palmeiras. Mesmo assim, pediu esclarecimentos à comissão de arbitragem. "O quarto árbitro, senhor Jean Pierre, observou que o gol foi fruto de mão na bola". Esse é o texto que recebeu como respostas da comissão de arbitragem.
Embora a súmula eletrônica publicada no site da CBF contenha apenas a expressão "Nada houve de anormal", o documento detalhado precisa ser preenchido, na visão de Paulo Schmidt, e deve conter a participação do quarto árbitro para explicar a anulação do gol. Isso invalida qualquer tipo de protesto do Palmeiras. O caso vai ao STJD e provavelmente não representará a anulação da partida -- e nem deve representar.
Mas para a opinião pública, de modo geral, a ideia é que o sexteto de arbitragem escondeu o problema. Pior ainda quando o chefe da comissão de arbitragem afirma que o quarto árbitro viu o braço de uma camisa verde, num jogo onde o Palmeiras atuou de branco.
Os homens de boa vontade podem entender o incompreensível. Que Aristeu Tavares não demonstra desonestidade ao fazer tal afirmação.
Demonstra despreparo.
Também é muito grave.
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