Marc Jacobs: De tirar o chapéu! E ao tirá-lo, livre-se também das sobreposições fantásticas, das misturas de texturas e do ar melancólico que fez do desfile de outono de Marc Jacobs tamanho momento mágico no mundo fashion. A coleção de primavera, Jacobs disse durante uma mostra, será mais contida. E "muito, muito brutal. Brutal em sua simplicidade. Essa é nossa nova lei para a temporada".
Se a lei foi mais pesada do que a realidade da moda, ela descreveu precisamente a intensidade da mudança. Uma das características principais do trabalho de Jacobs é sua capacidade de dar passos enormes a cada temporada ao mesmo tempo em que mantém cada aspecto de sua identidade, um dom que ele compartilha com Miuccia Prada e não muitos outros. Apenas um extremista maximalista consideraria sua explosão de estampas gráficas – estampas de leopardo em couro emborrachado, micro padrões de xadrez em paetê e listras, listras e mais listras – exemplos de uma coleção contida, mas pelos padrões de Jacobs, elas eram. Eram também muito usáveis; não era necessário desconstruir o look para ver as roupas de verdade por trás do romance.
O cenário foi a primeira coisa contida; um piso triangular enorme coberto por azulejos de couro; na parede de fundo, uma fileira com 15 portas giratórias. Destas, surgiam as garotas, precursoras de uma moda que está muito clara: uma silhueta superalongada, com a ajuda de saias de cintura baixa e jaquetas ou casacos cortados rente aos ombros e combinados com o acessório único dessa coleção, uma bolsa de mão combinando perfeitamente. Se Jacobs assustou um pouco com a economia na mensagem, as roupas estavam lindas e sexy.
Ele diversificou um pouco a coleção com jaquetas curtas, que deixavam a barriga de fora e com camisetas usadas com leggings. Sua concessão para a ala mais feminina: vestidos curvilíneos, de alças largas com bainhas de duas cores repicadas, exuberantes, e um conjunto de roupas maravilhosas que repetiram muitas dessas formas – camisas polo, vestidos, ternos, um casaco bege maravilhoso – em cores sólidas com colarinhos ondulados de dois tons. Jacobs também exibiu uma alternativa às tiras lineares em modelos que deixaram o corpo com curvas provocantes. Assim como o cenário, isso também poderia ter sido inspirado no trabalho do coreógrafo Michael Clark. Para a noite, camisetas que iam até o chão em padrões preto e branco contrastantes com tiras de chiffon, casualmente atraentes para dar brilho às garotas.
Theyskens' Theory: Se a chave para criar uma coleção de sucesso é a repetição enfeitada com um pouco de moda, então Olivier Theyskens pegou o jeito. Desde que se juntou a Andrew Rosen, da Theory, Theyskens tem se apegado a uma fórmula confiável – o que não é necessariamente ruim – de roupas de alfaiataria para o dia, denim, jaquetas e shorts de tweed, e vestidinhos que geralmente são de malha, seguidos por vestidos longos dramaticamente melancólicos. A coleção de primavera da Theyskens' Theory não foi exceção. Mas desta vez, o que no passado foi uma difícil fusão entre a forte inclinação de Theyskens ao grunge gótico e as teorias da Theory – é uma empresa que alcançou fama com suas calças sociais de ótimo caimento – agora foi um cabo de guerra.
No começo, Theyskens parecia ter escolhido um motivo grunge bastante agressivo baseado em cores escuras e caimentos largos. Ternos pretos combinados com jaquetas grandes e calças de pernas largas que criaram uma silhueta longa e quadrada. Também havia couro dos pés à cabeça – uma jaqueta preta e grossa usada sobre uma camisa azul e calças combinando. Talvez as roupas tenham se misturado muito na paleta de cores escuras, mas elas não fizeram jus ao que deveria ser uma nova moda de statement. A melhor peça escura era um sobretudo discreto muito bem cortado e uma jaqueta de baseball de marinheiro longa, costurada com um volume dramático. Então, de repente, a coisa ficou azul celeste com tweeds, jeans claros e vestidos e jaquetas, repletos de bordados brilhantes imitando a neve. Mais bonitos e mais femininos que os looks anteriores, esse lado mais delicado tinha uma vantagem, mesmo que fora do contexto.
Credit: WWD
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