GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Transforme a compra de material escolar em uma aula de educação financeira Na visão dos jornalistas Marília Cardoso e Luciano Gissi Fonseca, autores do livro “Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice”, as crianças devem participar da compra de material escolar. De acordo com os escritores, essa é uma excelente oportunidade de incutir conceitos de educação financeira, relação custo—benefício, qualidade de produtos, decisão de compra e consumo responsável. A obra integra o portfólio da Primavera Editorial.

As crianças devem participar da compra do material escolar? 
Longe de ser uma unanimidade, a questão divide pais, avós, psicólogos e professores.
Dicas para transformar a compra de material escolar em aula de educação financeira (foto: divulgação)
Dicas para transformar a compra de material escolar em aula de educação financeira 

A maioria dos pais, diante da lista de material escolar, prefere deixar os filhos em casa, seguindo a indicação de especialistas; uma medida para evitar gastar mais e para não ceder aos apelos das crianças. Ao contrário, os jornalistas Marília Cardoso e Luciano Gissi Fonseca – autores do livro Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice, da Primavera Editorial – defendem que a compra de material escolar é uma excelente oportunidade de falar sobre dinheiro com os pequenos, incentivá-los a poupar na compra de uma mochila, por exemplo, para comprar um outro item desejado. A ocasião é propícia para ensinar as crianças a tomar decisões de compra e a serem consumidores responsáveis.
“Mal saem das fraldas, as crianças já se portam como grandes consumidores. Embora o contato com o dinheiro seja praticamente inexistente, está comprovado que os pequenos interferem no orçamento familiar e influenciam os hábitos de consumo de famílias de todas as classes sociais. Diante dessa influência infantil nos gastos da família, muitos especialistas recomendam aos pais que deixem as crianças em casa na hora de comprar o material escolar. Mas, discordo dessa orientação!”, afirma a autora Marília Cardoso. Segundo ela, os filhos carregam dos pais muito mais do que a herança genética. A forma como cada um lida com o dinheiro tem íntima relação com conceitos e ensinamentos assimilados na infância. “Os pais têm a missão de mostrar que o dinheiro não cai do céu nem brota em árvores; lição que resolve dois problemas de uma única vez. Primeiro porque justifica as saídas diárias para o trabalho; segundo, forma cidadãos conscientes do seu consumo”, afirma a jornalista.
Na visão de Marília, a conversa franca requer um bom preparo dos pais, que devem tomar cuidado com frases como “estou saindo para ganhar dinheiro”. Uma criança pequena pode acreditar que se “ganha” dinheiro, ou seja, não associa a moeda à conquista por meio do trabalho e não assimila a noção de valor implícita no trabalho. “É importante que desde muito cedo as crianças aprendam o sentido correto das palavras dinheiro e prioridade”, defende a jornalista.
Luciano Gissi Fonseca, coautor do livro Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice, destaca que o início do ano concentra dívidas adquiridas nas festas de fim de ano e despesas fixas como IPTU e IPVA, além do material escolar. “Fica visível para a criança que os pais estão preocupados, mas ela não consegue identificar os reais motivos que os levam a fazer tantas contas; tampouco entendem o motivo de não poder participar da compra do material escolar. O ideal é que a criança participe das compras e que os pais aproveitem a ocasião para ensinar limites e para falar sobre valores que serão importantes durante toda a vida. Ao incluir a criança no processo de compra, os pais colaboram na formação de cidadãos que praticam o consumo consciente”, afirma Fonseca.
Entre as dicas de educação financeira para crianças, destacadas no livro “Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice”, os jornalistas citam:
  • Antes de sair para comprar o material escolar, combine com os filhos o valor que irão gastar e incentive-os a economizar em determinado item – uma mochila, por exemplo – para gastar em um estojo mais bacana.
  • Se for possível economizar dentro do valor estipulado, incentive a criança a “usar” esse dinheiro disponível para uma pequena poupança – um cofrinho – cujo dinheiro poupado pode ser utilizado na próxima compra de material escolar.
  • Coloque seu filho em contato com o dinheiro; reforce que as moedas e cédulas precisam ser bem conservadas porque, quando danificadas, o governo gasta o nosso dinheiro para repô-las.
  • Mostre que algumas moedas e cédulas valem mais que outras, mas que todas têm valor.
  • Na compra do material escolar, procure distinguir coisas caras das baratas; os pequenos precisam entender esse conceito.
  • Mostre a diferença entre querer e precisar, destacando que as necessidades básicas estão contidas no item precisar; o querer pode esperar.
  • Ensine a fazer escolhas – quando a criança quiser dois itens, faça-a escolher apenas um para que aprenda a eleger as suas prioridades.
  • Detalhe com a criança a lista do material escolar; lembre que nada que está fora da relação deve ser comprado.
  • Peça a colaboração dos tios e avós na educação financeira, pois eles podem colocar tudo a perder se derem presentes e dinheiro o tempo todo.
Segundo os autores, a principal dica é lembrar que a educação financeira está centrada no diálogo e no exemplo. Ou seja, não adianta um discurso perfeito sobre consumo consciente se a criança se depara com os pais gastando mais do que podem.

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