GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 17 de junho de 2012

Leilão

Patricia Amorim se reúne amanhã com o Pedro Grendene, presidente da Vulcabras, dona da Olympikus.

"Na informática, Israel é um império"

Quando o site da revista "Scientific American" discorre sobre os avanços da inteligência artificial nos últimos 50 anos, destaca dois supercomputadores da IBM --o Deep Blue (que ganhou um torneio contra um campeão de xadrez) e o Watson (que ganhou um game show de conhecimentos gerais)--, mas também fala de uma empresa israelense desconhecida, a Mobileye. O poder desta última se concentra em um chip de apenas um centímetro quadrado chamado EyeO. O algoritmo do chip é capaz de interpretar em tempo real tudo que uma câmera simples instalada em automóvel captura, para evitar acidentes ou reduzir seu impacto.
A fim de comprovar seu funcionamento, saí para um passeio com Ofir Atia, engenheiro da empresa. O passeio mostrou que a câmera detecta os veículos próximos, e o EyeO calcula a velocidade relativa do mais próximo com relação ao carro em que está instalado, prevenindo com um alarme sonoro se a distância se reduzir demais. Caso o motorista não use o volante para corrigir o problema, o sistema aciona os freios. A câmera também identifica os pedestres nas calçadas, e freia automaticamente caso atravessem a rua, a fim de evitar um acidente, ou para mitigar o impacto de uma colisão, se a velocidade estiver alta demais.
Capaz de executar diversas tarefas simultaneamente, ao contrário dos homens (melhor não me referir às mulheres...), o sistema lê sinais de trânsito e aponta o limite de velocidade. Alerta quando o motorista muda de pista sem acionar o pisca-pisca. De noite, alterna automaticamente entre farol alto e farol baixo a depender do trânsito encontrado.
A câmara "observa tudo", o chip analisa o que a lente registra e dá instruções aos acionadores (actuators), que disparam alertas, apertam cintos de segurança ou acionam freios. O resultado final é uma contribuição forte para o que os especialistas designam "manejo autônomo", quando o automóvel já não precisará de nós.
Amnon Shashua, co-fundador da Mobileye, é professor de visão computadorizada e de aprendizagem mecânica (machine learning) na Universidade Hebraica de Jerusalém. Contou-me que, desde 1999 --quando sua empresa foi criada-- já previa que um dia seria possível garantir a segurança de um veículo por meio de uma única câmera --"pelo mesmo motivo que uma pessoa não fica cega se fechar apenas um olho"--, quando todo mundo mais estava convencido de que seriam necessárias pelo menos duas (o que custaria bem mais caro).
A tecnologia da Mobileye já está em uso em alguns modelos da GM, BMW e Volvo, e está disponível como opcional em carros da Citroën e Honda, entre outros. Até setembro, um milhão de veículos equipados com o sistema estarão circulando.
Shashua também conta com o interesse das autoridades norte-americanas e europeus que defendem a adoção de dispositivos de assistência a motoristas. O preço atual do sistema completo, US$ 150, já está bem próximo da cifra mágica dos US$ 100, a partir da qual os fabricantes podem passar a considerar sua integração como item de série.
O sistema da Mobileye recentemente foi incluído na lista dos 45 inventos israelenses mais importantes. Shashua me contou que "eu sabia [desde 1999] que ele poderia funcionar, mas não no ambiente universitário". Por isso, criou uma companhia para atrair os fundos necessários, com a ajuda do Yissum, o fundo de investimento da Universidade Hebraica, que ficou com uma participação em seu capital. Os negócios vão bem e a empresa pode em breve atingir valor de mercado de US$ 1 bilhão, de acordo com o site israelense Ynetnews.com.
Shashua está convencido de que, afora o Vale do Silício, o único lugar onde surge inovação é Israel. "É parte de nosso ADN como nação", ele afirma, "diferente do que acontece na Europa ou Índia. Temos os algoritmos mais avançados. Na informática, Israel é um império".

De choque e de cheque

A CPI do Cachoeira foi rápida: já está no fundo da desmoralização. Ela é o escândalo. E por ser CPI mista do Senado e da Câmara, os seus conluios desviantes projetam a desmoralização sobre um dos três pilares institucionais do Estado democrático: o próprio Congresso. A CPI volta-se contra a democracia.

Sustentabilidade

O desenvolvimento sustentável, sem destruir a natureza, é possível, apesar de o ser humano ser cada dia menos sustentável e menos viável.

Berço e tumba da democracia?

Atenas, a cidade em que nasceu o conceito de democracia, pode servir agora de tumba para ela. Basta que a União Europeia desrespeite a ideia fundamental de que cabe ao povo (demo) de uma dada comunidade ser o soberano para tomar as decisões que afetam a sua vida.

Haddad, o novo e o marketing

Fernando Haddad está tentando construir, em contraposição a José Serra, a imagem do novo. Do ponto de vista do marketing, faz sentido. Dai que os últimos dias foram uma tragédia de marketing para sua campanha.
Luiza Erundina é uma mulher séria e honesta, comprometida com a periferia. Mas, ao aliar-se ao PT, falou em luta de classes e colocou a Argentina como modelo de trato com a mídia. Ideias que, além de velhas são perigosas.
Paulo Maluf nem é sério nem honesto. E faz política na base do toma-lá-dá-cá. O que é mais do que velho, é pré-histórico na política brasileira.
Tudo é gelatinoso. Maluf só não está com o PSDB porque pagaram menos --assim como Kassab só não está no PT por que Serra saiu candidato.
Resumindo: até agora, Haddad não produziu ( assim como José Serra) uma única ideia inovadora para a cidade, mas se ligou ao velho.
*
Serra diz que sabe o que fazer quando tomar posse. Se sabe, não falou. O que apenas reforça a sensação de que a prefeitura é apenas um trampolim.
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Aliás, Marta Suplicy, no seu ressentimento crônico, agora ataca a aliança do PT com Maluf. Não criticou essa aliança a nível federal. Nem quando ele a apoiou na eleição passada, gerando a dobradinha Martuf.

Juiz Nicolau pode receber de volta mais de US$ 6 mi

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) vai monitorar o andamento de processos sobre o superfaturamento do Fórum Trabalhista de SP para tentar evitar que sejam devolvidos ao juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, 84, mais de US$ 6 milhões que estão bloqueados na Suíça, informa reportagem de Frederico Vasconcelos, publicada na íntegra.
A pedido do Ministério Público Federal, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, quer agilizar o julgamento, no STJ, de recursos em ações penais cujas denúncias foram oferecidas em 2000.
Além de Nicolau, que cumpre prisão domiciliar em São Paulo, foram acusados de desvio de dinheiro público o ex-senador Luiz Estevão e os empresários Fábio de Barros e José Ferraz. Em 2006, eles foram condenados por vários crimes em sentenças que somam 115 anos de prisão.
Favorecido pela idade, a prescrição penal em relação a Nicolau ocorre em dezembro, incluídos aí novos recursos ao STJ e ao Supremo (o prazo de prescrição é reduzido pela metade quando o réu tem mais de 70 anos na data da sentença).



O então juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT-SP, durante depoimento no Senado, em 1999
O então juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT-SP, durante depoimento no Senado, em 1999
OUTRO LADO
O advogado Francisco Assis Pereira, que defende Nicolau, diz que "não há nenhum processo paralisado". Para ele, "os juízes e desembargadores foram pontuais e rigorosos até demais".
"Não houve corpo mole, é o ciclo natural de todo e qualquer processo numa Justiça sobrecarregada", diz. Ele afirma que, de cinco crimes dos quais Nicolau foi acusado, três já prescreveram.

Juiz manda soltar Cachoeira, mas ele continuará preso

O juiz federal Tourinho Neto, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) deferiu pedido de habeas corpus feito pela defesa do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o final de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, acusado de comandar esquema criminoso que envolve políticos e empresários.
Ele, no entanto, não será solto, pois ainda vigora mandado de prisão contra o empresário, expedido em decorrência da Operação Saint Michel, que investiga desdobramento do esquema criminoso no Distrito Federal.
Tourinho Neto analisou o caso sozinho. Os advogados de Cachoeira entraram com um pedido de extensão em outro habeas corpus deferido pelo magistrado na última quarta-feira, no qual mandou soltar José Olimpio de Queiroga Neto, acusado de atuar na exploração de casas de jogos no entorno do DF, seguindo esquema chefiado por Cachoeira.
Segundo Tourinho Neto, o esquema criminoso foi desfeito quando eles foram presos e as casas de jogo de azar já estão fechadas. Na decisão de Queiroga, o magistrado afirmou: "Não há mais a potencialidade, dita no decreto de prisão preventiva, que traga perturbação à ordem pública".
O advogado Augusto Botelho, que faz parte da equipe de Márcio Thomaz Bastos, afirmou que a magistrada da 5ª Vara da Justiça do Distrito Federal, responsável pela Operação Saint Michel, chegou a analisar pedido de habeas corpus na tarde desta sexta-feira, que foi negado.
Ele afirma, no entanto, que haverá durante o plantão deste fim de semana um pedido de reconsideração, levando em conta a decisão de Tourinho Neto. "A Operação Saint Michel é um desdobramento da Monte Carlo e estão relacionadas. Se o magistrado do TRF entende que a prisão não é necessária, também não seria no caso do Distrito Federal", disse Botelho por telefone.

Sergio Lima - 22.mai.2012/
Cachoeira ao lado do advogado Márcio Thomaz Bastos durante depoimento à CPI no Congresso
Cachoeira ao lado do advogado Márcio Thomaz Bastos durante depoimento à CPI no Congresso

Erundina questiona apoio de Maluf e critica slogan do PT

Recém-indicada candidata a vice de Fernando Haddad (PT) à prefeitura paulistana, Luiza Erundina, 77, questiona o papel do provável aliado e adversário histórico Paulo Maluf (PP) na campanha e diz considerar o slogan petista, que valoriza o "novo", preconceituoso contra os idosos.
Em entrevista exclusiva à Folha, concedida na noite de sexta-feira (15), minutos após ter seu nome formalizado pelo PSB, a ex-prefeita cobra que seu partido deixe as administrações de Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin.



Fernando Haddad e Luiza Erundina em evento em que PSB anunciou apoio ao petista
Fernando Haddad e Luiza Erundina em evento em que PSB anunciou apoio ao petista
Leia abaixo os principais trechos:

Folha - Em abril, a senhora se mostrava incomodada com a possibilidade de ser vice. O que mudou?
Primeiro, foi uma decisão partidária. Nenhum dos projetos políticos dos quais participei foi resultado de vontade pessoal. Foi o partido que construiu esta possibilidade e me consultou, me deixando à vontade. Eu entendi que era mais uma missão que me cabia. A direção nacional está muito envolvida. Isso me deu coragem, pois, se ganharmos, vou ter que deixar minha função parlamentar.
Qual foi o momento em que foi tomada a decisão? Qual era a dúvida?
Basicamente o mandato. É um mandato que se ocupa de questões estratégicas para o país, como a questão da democratização das comunicações, a construção de um novo marco regulatório.
A senhora tratou da regulação da mídia no discurso de hoje [sexta-feira]. É um tema a ser discutido na campanha?
Não, foi só para justificar a minha ausência dessa tarefa. Porque estou absolutamente certa de que vamos ganhar a eleição.
Que marca da sua gestão trará para a campanha de Fernando Haddad?
Já marquei um encontro com um grupo grande de pessoas que está um pouco afastada da atividade política desde o meu mandato. É um coletivo que vai definir a agenda, como participaremos. Isso vai dar o tom. Vai ser uma campanha criativa, nada burocrática, com alegria, tirando aquela caretice das campanhas tradicionais.
A senhora impôs alguma condição para aceitar?
A condição que eu fiz foi que houvesse consenso entre PT e PSB. Não quis entrar em divisão. Não estava disputando a condição de candidata a vice. Decidi isso porque nunca me omiti na minha vida política. Por mais difícil que fosse a tarefa, não me omiti. Imagina se eu ficasse fora do processo? Estou percebendo que as minhas bases estão vibrando, estão aprovando.
Em nenhum momento a senhora negociou sua participação no eventual governo?
Certamente não serei mera figurante. Nem na campanha e nem no governo. Não que eu pleiteie esta ou aquela pasta. Vamos gerenciar a cidade juntos, dividindo tarefas e mobilizando a sociedade. Acho que vou ser uma ponte entre o governo e os segmentos mais excluídos do foco do poder em São Paulo.
Sua participação é uma forma de resgatar seu legado, já que sua gestão na prefeitura terminou com baixa aprovação?
São tempos distintos. Eu não acho que saímos do governo com rejeição. Claro que rejeição sempre tem, sobretudo com os compromissos que assumimos. Devo ter contrariado interesses de segmentos que sempre foram beneficiados no governo. Sofri boicote, ameaças. O que me salvou foi o apoio popular. Tive problemas na Câmara porque tinha minoria. Para ter maioria, teria que fazer concessões éticas e morais. E isso eu não faço. Hoje, depois de 23 anos, nosso governo é mais reconhecido do que foi na época. Muitas políticas que adotamos naquele tempo estão consolidadas em outras administrações, de vários partidos.
A senhora diz que não fez concessões para ter maioria. E agora entra numa campanha que faz concessões para ter aliados e tempo de TV, atraindo personagens como Paulo Maluf, seu adversário histórico...
Esse é um problema de governos de coalizão. Eu tenho outra concepção de governo. Por mais que tenhamos dificuldades, se isso significar alguma restrição ao seus compromissos, eu acho que tem um preço que não vale a pena pagar por ele.
Mas qual é o limite?
Não tem esse limite. Do ponto de vista ético é absoluto esse limite. É uma questão difícil de ser administrada. Tem relação a tempo de TV e rádio, recursos, meios. Nós sobrevivemos numa cultura política bastante conservadora e permissiva do ponto de vista ético e moral e a nossa sobrevivência não é uma coisa fácil. Não é fácil ser fiel a isso.
A senhora se sentiria confortável participando de eventos ao lado de Paulo Maluf?
Eu não acredito que Paulo Maluf participará de eventos públicos junto comigo e junto com Haddad. Isso é contraproducente do ponto de vista eleitoral. Eu evitaria essa situação porque cria um certo mal-estar na relação com aquelas pessoas que tem mais ligação com o povo, que sabem quem é Maluf, que sabem quem é a direita nessa cidade, que ainda continua no poder reproduzindo os privilégios. Eu vejo assim. Isso tem uma questão de correlação de forças. Deve ser uma decisão de colegiado.
Vai participar deste colegiado?
Eu pretendo.
Se consultada, opinaria contra a participação dele?
Com certeza.
Em 2004, a senhora não quis apoiar Marta no segundo turno porque dizia que o debate eleitoral foi pobre, muito centrado no candidato do "bem" contra a candidata da "coragem". Agora se desenha uma campanha cujos slogans transmitem um embate entre o "novo" e o "velho". Não é uma discussão que a desagrada?
Estes valores não são pedagógicos numa campanha. Você termina negando uma realidade que é própria dessa sociedade. É uma sociedade em que a terceira idade cresce e exige uma nova postura e uma nova forma de ver o problema geracional. Não dá para se imaginar que a São Paulo de hoje é igual à de 30 anos atrás. Temos que estar antenados com o que a sociedade diz.
A senhora acha que esse slogan do "novo" é preconceituoso?
Sim, pode reforçar isso. É ruim porque pode reforçar preconceitos. Em partidos como os nossos temos que lutar para conquistar poder, mas temos que ter ação pedagógica. Para que a gente avance na perspectiva de um novo modelo de governo e de sociedade. É uma perspectiva de fazer um governo para o povo.
Espera uma campanha agressiva?
Erundina - Nesta fase já houve manifestações indelicadas, no mínimo. Falaram que eu ia terminar minha carreira política com essa tarefa, por exemplo...
A senhora está segura de que não é um papel menor ser candidata a vice para quem já foi prefeita?
Claro que não. Modéstia à parte, eu tenho o que contribuir. A cidade precisa da minha contribuição. E São Paulo não é uma cidade, é um país. O que acontece aqui determina, em grande medida, o que acontece no país. E nossa tarefa não é só administrar, o que nos diferencia é o respeito ao povo. E nos submetermos ao controle, à fiscalização e à avaliação popular. Eu mudei muito com aquela experiência dura, mas muito enriquecedora de administrar a cidade.
Aliados relataram desalento seu com a política recentemente. Pensou em encerrar a carreira depois de cumprir este mandato?
Há 13 anos estou na Câmara lutando pela reforma política. O quadro partidário brasileiro é um condicionante ao avanço da cultura política. Muitos partidos não vão além de siglas. Não têm critério para se aliar, para conviver, para participar de determinados processos. O sistema político concorre para isso. O quadro partidário está exaurido em propostas. Temos um esgotamento. Isso gera distorções e compromete a democracia representativa.
Ainda na seara partidária, as chagas com o PT foram curadas?
Não acho que ficaram chagas. Fui fundadora do PT e aprendi muito lá. O partido não havia acumulado até aquele momento em que saí uma situação de governo efetiva. No momento em que aceitei o convite de Itamar Franco para assumir uma pasta em seu governo... Se eu não fosse, iria me culpar por não ter contribuído institucionalmente naquele momento instável. Lamentavelmente nem todos discutiram o mérito. A política é a disputar de poder. E nisso as idiossincrasias, as diferenças se apresentam com muita força. Naquele momento me custou muito. Foi a ruptura com o partido que ajudei a fundar, minha primeira filiação partidária. Ter tido aquele julgamento do meu partido pelo fato de não ter seguido a orientação nacional foi duro.
Durante a campanha terá início o julgamento do mensalão. Sua figura é associada à rigidez ética, de valores. Há desconforto em estar numa campanha do partido que terá vários personagens importantes sob questionamento nacional?
Eu confio na Justiça. Quem deve tem que pagar, seja quem for, seja de que partido for. A justiça tem que se cumprir, pois é assim que se constrói maturidade política. Espero que a justiça se aplique adequadamente, sem nenhuma influência que seja o estrito cumprimento da lei, com base nas provas concretas. Tem que pagar se dever. Senão, tem que ser absolvida. A demora é um incômodo para quem está sob suspeita. Espero que no processo eleitoral isso não seja pretexto para se interferir na decisão do Supremo.
A senhora acredita na absolvição do ministro José Dirceu?
Erundina - Eu não tenho elementos e informações sobre isso. Por falta de tempo mesmo. Eu sei da minha responsabilidade na opinião pública e acredito que se fará justiça. Hoje temos mecanismos que nos dão segurança sobre o julgamento, que será aberto. Há condição de acompanhar o desempenho de juízes até da Suprema Corte inclusive pela internet. Confio na decisão.
O presidente Lula teve algum papel no convencimento para que a senhora aceitasse ser candidata?
Teve, sim. Eu recebi sinalizações de pessoas próximas dele de que era o desejo dele.
Mas não teve contato direto? Pretende procurá-lo?
Sou muito amiga do Lula, tenho um carinho e uma identidade até de origem com ele. Era sindicalista também e estivemos juntos em todas aquelas greves da década de 80. Temos cumplicidade política e um afeto grande um pelo outro.
A senhora conhece Fernando Haddad bem? Conhece há muito tempo?
Não. Ele esteve no governo, se não me engano da Marta. Mas não convivi muito naquela época. Acompanhei mais de perto no ministério. Acho que é um moço idealista, que tem potencial grande. Ao passar pelo crivo das urnas, terá melhores condições políticas para administrar.
Como deputada, como avalia a gestão dele à frente do Ministério da Educação?
Foi positiva, as dificuldades com o Enem, que ganharam repercussão, foram mais administrativas. Não podemos julgar apenas pelo aspecto administrativo. Temos que julgar pelo aspecto político também. Eu mesmo governei com esse lado predominantemente político. As decisões de governo são, em boa parte das vezes, políticas.
Como crítica do atual modelo de administração municipal, acredita que o PSB deve deixar o governo de Gilberto Kassab?
O partido tem que discutir mais estas questões. Nós não nos reunimos, não debatemos. O partido precisa melhorar. Quero contribuir para que as decisões sejam colegiadas, em que a maioria tome decisões. A dificuldade que o PSB enfrenta nestas questões é que ele tem pouca democracia interna.
Pessoalmente, recomendaria que o partido entregasse seus cargos na prefeitura?
Não só no município, mas também no governo do Estado. Por questão de coerência. O dirigente até tem suas razões, mas o que me ressinto é de que as decisões não foram partidárias, de maioria.
A senhora acredita ter algum papel no engajamento da senadora Marta na campanha?
Vou querer saber pessoalmente os motivos da sua resistência. Temos relação de confiança, respeito e carinho. Na última vez que ela disputou a eleição para prefeita houve cogitação de que eu pudesse ser vice dela. Tem uma relação pessoal boa com ela. Acho que vou convencê-la do quanto ela tem interesse por São Paulo. E mostrar a ele que o projeto partidário tem que ter o apoio de suas lideranças
Seu ingresso preenche a lacuna que ela tem deixado na campanha de Haddad?
Nada disso. Eu sou eu, Marta é Marta. Eu sou o povo, minha origem é nordestina, família pobre, de camponeses. Vim pra São Paulo como migrante para sobreviver. Sofri preconceito por ser nordestina. Não sou de família tradicional, nem de sobrenome, nem de participação política.
Como pretende participar das atividades eleitorais, já que está na Câmara?
Vou para as ruas, certamente. Vou a Brasília quando tiver trabalho e votação. Minha agenda vai ficar livre para a campanha sextas, sábados, domingos e segundas. Vou me organizar para isso. Vamos ter um representante na equipe de coordenação.
Teme-se que sua presença nas visitas, sobretudo à periferia, ofusque o candidato, menos conhecido do eleitor...
As pessoas confiam em mim. Sabem que eu não escolheria ninguém que não vá governar com o povo. Eles me conhecem e confiam nas minhas decisões políticas. Vou estar junto do Haddad e convencê-los de que é o melhor candidato. O entusiasmo das pessoas é impressionante. Não imaginava isso. Tenho apelo popular muito forte, a política é meu sangue, minha energia, é aquilo que respiro. É mais do que qualquer outra coisa, que a profissão, a família, qualquer coisa. Essa paixão pela política temos que trazer de novo às sociedade. Tem uma mesmice, uma repetição de práticas na política. O afastamento das pessoas da política é grave. Muitas vezes me insurgi com certas coisas que ferem a dimensão maior da política.

Ferro-velho vira cenário de moda

O último dia de desfiles da São Paulo Fashion Week vai começar hoje em um ferro-velho. O cenário é o caos. Corredores amplos e iluminados do prédio da Bienal projetado por Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera, zona sul, serão trocados por caminhos tortuosos, entre montanhas de sucata - há até vagões de trem, sobre os quais três modelos vestidos de anjos ficarão à espera do público.
Conhecido por sempre realizar desfiles em lugares inusitados - até a margem do Rio Tietê já virou cenário em 2008 -, Alberto Hiar, dono da marca Cavalera, desta vez escolheu o espaço da Cicloaço, uma empresa na Mooca, zona leste. "A reciclagem é um tema atual", justifica ele, que teve a ideia porque costuma passar em frente do ferro-velho.
A Cavalera não é a única marca que costuma tirar o público da tradicional sala de desfiles (veja abaixo), mas é a que mais lança mão desse tipo de estratégia. Ontem, uma equipe de cem pessoas se espalhou pelo terreno de 7 mil m² para arrumar a sucata de uma forma, digamos, plástica. De camiseta regata e bermuda, Wan Vieira, diretor do desfile, estava à vontade. No pátio da Cicloaço, movimentava-se entre escavadeiras, guindastes e eletroímãs - máquinas bem barulhentas que estarão funcionando quando o público chegar hoje. "Teremos ao menos três funcionando para dar um clima", antecipa o diretor que, nesta temporada da São Paulo Fashion Week já assinou os desfiles de Adriana Degreas, Paula Raia e Fause Haten.
Funcionário do ferro-velho, o pernambucano Isac da Rocha, de 57 anos, estará no comando de uma das máquinas. "Vai ser o primeiro desfile da minha vida", contou, orgulhoso.
Quando começar o show, as máquinas vão parar para que o público ouça a trilha sonora. Metamorfose Ambulante, de Raul Seixas, e Me Chama que Eu Vou, de Sidney Magal, que foi tema da novela Rainha da Sucata, da TV Globo, são algumas das músicas escolhidas para dar o clima do desfile. O resto ficará por conta dos 50 modelos, que, para não se machucarem no cenário, entrarão de salto baixo.

Países não chegam a acordo e Brasil liderará negociações na Rio+20

Países não chegam a acordo e Brasil liderará negociações na Rio+20
RIO DE JANEIRO, 15 Jun (Reuters) - A Rio+20 encerrou sua primeira rodada de negociações nesta sexta-feira sem chegar a um acordo para um documento final, e caberá agora ao Brasil liderar as discussões para tentar evitar que a cúpula seja um retrocesso nas políticas de desenvolvimento sustentável.
Países desenvolvidos, tradicionais financiadores de projetos ambientais e os mais afetados pela crise econômica internacional, mantiveram-se resistentes ao compromisso de novos aportes e transferência de tecnologia.
A presidente Dilma Rousseff deve aproveitar a cúpula do G20, que reunirá na semana que vem, no México, as principais economias do mundo, para tentar evitar o fracasso da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Rio de Janeiro.
"Já não é mais hora de pôr texto na tela e mudar verbos, agora é a hora final, é a hora de fechar o texto, e vamos fechar o texto", disse o embaixador Luiz Figueiredo, um dos negociadores-chefe da delegação brasileira na Rio+20.
Com a falta de um acordo no último dia das reuniões preparatórias, o Brasil assumirá a liderança das negociações.
Nos próximos dias, o país deverá realizar consultas informais para tentar costurar um acordo antes da cúpula de alto nível, que reunirá chefes de Estado a partir do dia 20. Essas abordagens discutirão o "imprescindível", segundo Figueiredo, que negou a existência de um texto de consenso pronto.
Ministros de diversos países devem se juntar às negociações a partir deste fim de semana para concluir o texto até o dia 19.
Mais cedo, o diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Nikhil Seth, já havia afirmado que as negociações seriam prolongadas até a próxima semana, e disse que menos de 30 por cento do texto final havia sido acertado.
Os principais pontos em disputa são quanto à implementação do desenvolvimento sustentável, como capacitação e financiamento, e o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Nas negociações, países ricos teriam rejeitado realizar novos aportes para projetos e se posicionaram fortemente contra a transferência de tecnologia, disseram à Reuters duas fontes a par das negociações, sob condição de anonimato.
Há receios de que o impasse possa gerar um texto com ambições "muito baixas", disse uma das fontes, que citou ter visto delegações com documentos de reuniões anteriores debatendo pontos que já haviam sido concordados em outras conferências da ONU. "Há a chance real de retrocesso", afirmou.
Apesar dos impasses, o Brasil tentou demonstrar otimismo com as negociações. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que as conversas chegaram a "avanços e consensos" e declarou não haver possibilidade de fracasso.
Mas, no fim do dia, com as chances de um acordo praticamente nulas, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, pediu mais "ambição" dos países participantes.
As expectativas já estavam baixas antes do início da conferência, que ocorre em meio à piora da crise econômica internacional, e diante da resistência de nações desenvolvidas de assumir novos compromissos.

Sem detalhamentos, negociadores da Rio+20 se comprometem com o desenvolvimento sustentável

Os negociadores dos mais de 190 países na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), avaliaram que as economias progrediram de forma desigual nos últimos vinte anos. O reconhecimento está explícito no texto preliminar a ser analisado por chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22, e ressalta, principalmente, as medidas sustentáveis e as voltadas para a erradicação da pobreza.
O texto preliminar do documento final, obtido pela Agência Brasil, foi fechado ontem (16) à noite. Nele, há seis capítulos distribuídos em 50 páginas. Inicialmente, o texto tinha 80 páginas, mas foram retiradas as propostas (chamadas de colchetes) mais controvertidas e mantidas as recomendações gerais.
O secretário-geral da Rio92, que ocorreu há duas décadas, Maurice Strong, alertou sobre o risco de a Rio+20 acabar com promessas vazias e em meio a conclusões de que as lacunas permanecem.'Há vinte anos a conferência foi um sucesso, no sentido do que conseguimos acordar [despertar para os temas sobre sustentabilidade]. Foi mais do que qualquer um de nós poderia esperar', disse.
Segundo ele, os avanços obtidos nesse período foram importantes. 'Nós tivemos muitos bons exemplos de ações adotadas em alguns países, mas as condições têm se deteriorado. Alguns países continuam a negar a importância [do que foi acordado].'
Na versão preliminar do documento da Rio+20, os negociadores se comprometem a reforçar ações para implementar esses compromissos anteriores. 'Reconhecemos a necessidade de acelerar o progresso no preenchimento das lacunas de desenvolvimento entre países desenvolvidos e em desenvolvimento', destaca o texto, ressaltando, ainda, que é preciso criar condições para o desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico e proteção ambiental e social.
Apesar de não apresentar um detalhamento dessas ações, os negociadores defendem, consensualmente, que os países em desenvolvimento tenham uma participação mais ativa na tomada de decisões globais.
Pelo documento, esse 'aumento da voz' dos mais pobres seria conquistado com uma cooperação entre os países 'particularmente nas áreas de finanças, comércio, dívida e transferência de tecnologia, inovação e empreendedorismo, capacitação, transparência e responsabilidade'.

Governo anuncia linha de R$20 bi a Estados para estimular economia

Governo anuncia linha de R$20 bi a Estados para estimular economia

O governo deu mais um passo para tentar estimular o crescimento econômico do país, desta vez envolvendo investimentos dos Estados. Nesta sexta-feira, anunciou uma linha de crédito de 20 bilhões de reais, com custos menores, para que os governadores façam desembolsos em infraestrutura.
Também divulgou melhores condições para que os Estados façam mais Parcerias Público-Privadas (PPPs).
"(Trata-se de) uma ação anticíclica para diminuir nossa exposição à crise internacional", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A linha de 20 bilhões de reais virá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, quando houver aval do Tesouro para os projetos dos Estados, a taxa de juros será de 1,1 por cento, mais a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 6 por cento ao ano. Sem o aval, explicou Mantega, os juros vão a 2,1 por cento, mais a TJLP.
Segundo o ministro, não haverá custos adicionais ao Tesouro, já que ele tem capital suficiente, de 150 bilhões de reais para este ano. Ele lembrou ainda que estão previstos aportes de 45 bilhões de reais ao banco neste ano.
"Se for necessário, vamos aumentar (os recursos ao BNDES)", afirmou ele, acrescentando ainda que as medidas não geram renúncia fiscal.
Mantega anunciou ainda a ampliação do nível de endividamento dos Estados para a contratação de crédito em geral voltado para investimento e mudança na cobrança de tributos federais sobre investimentos privados em concessões públicas delegadas pelos Estados.
A ampliação dos novos limites de endividamento, que será feita pelo Tesouro em cerca de 45 dias no âmbito do Programa de Ajuste Fiscal (PAF), dará aos Estados maiores condições de contratação de empréstimos e financiamentos não somente no BNDES, mas em outras instituições financeiras e organismos multilaterais de crédito.
Em termos de tributação federal, o governo está modificando a cobrança de PIS, Cofins e Imposto de Renda que incidem nos pagamentos que os Estados fazem nos investimentos de empresas nas concessões públicas. Esses pagamentos passarão a ser considerados aportes de capitais, ao invés de receita.
Ele indicou que o conjunto de ações direcionadas ao investimento não se esgotará. "Há novas medidas sendo tomadas para estimular o investimento do governo federal."
O governo tem se esforçado para fazer a atividade econômica no país volte a crescer com mais vigor. No primeiro trimestre, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi muito tímida, de apenas 0,2 por cento, derrubando de vez o objetivo do governo de garantir crescimento na casa de 4 por cento neste ano.

Obama confronta jornalista que interrompeu seu discurso na Casa Branca

Obama confronta jornalista que interrompeu seu discurso na Casa Branca
Obama confronta jornalista que interrompeu seu discurso na Casa Branca

Washington, 15 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confrontou nesta sexta-feira um jornalista de um site conservador que interrompeu seu discurso sobre a suspensão temporária das deportações de milhares de jovens e se mostrou visivelmente aborrecido.
O jornalista, identificado como Neil Munro, do site 'The Daily Caller', simpatizante ao movimento direitista Tea Party, estava no Jardim da Casa Branca junto aos outros jornalistas credenciados para cobrir o evento do presidente.
Em meio ao discurso de Obama, Munro falou: 'Por que favorecer os estrangeiros sobre os trabalhadores americanos?'. Em seguida, o presidente respondeu: 'Desculpe senhor. Não é momento para perguntas'.
No entanto, o jornalista voltou a falar e perguntou se Obama ia responder perguntas e o presidente rebateu: 'Não enquanto estou falando'.
No final de seu discurso, Obama se dirigiu diretamente a Munro. 'Na próxima vez, prefiro que me deixe terminar minhas declarações antes de fazer perguntas', falou antes de começar a argumentar ao jornalista as razões da medida sobre a suspensão temporária das deportações anunciada nesta sexta.
Tucker Carlson, editor do 'The Daily Caller', defendeu Munro em seu Twitter e argumentou que ele fez 'o que os jornalistas têm que fazer'. O editor ainda foi chamado para falar do incidente com o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, segundo o jornal 'Político'.

Pólio: governo quer vacinar 13,5 milhões de crianças

Postos de saúde abrem neste sábado em todo o País para vacinar menores de 5 anos contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. Pais e responsáveis devem levar o cartão de vacinação da criança para atualização das doses.
Ao todo, 115 mil unidades de vacinação vão funcionar das 8h às 17h. A imunização também será feita em escolas, shopping centers e igrejas. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 13,5 milhões de crianças. O número representa 95% do público-alvo definido, de 14,1 milhões.
A campanha vai até o dia 6 de julho. Ao todo, 350 mil profissionais de saúde deverão participar da ação, que contará ainda com 42 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais. Serão distribuídas 23 milhões de doses em todo o País.
De acordo com o Ministério da Saúde, os investimentos com a campanha somaram R$ 37 milhões, repassados aos Estados e municípios, sendo R$ 16 milhões apenas com a aquisição da vacina.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, o Brasil realiza a campanha desde 1980 e não registra casos de poliomielite há 23 anos. Em 1994, o País recebeu o certificado de erradicação da transmissão da doença. As informações são da Agência Brasil.