Caro Leitor,
Posso imaginar sua curiosidade.
Há quem suponha que investir em metais preciosos é coisa dos anos 1920.
Com tantas alternativas modernas em renda fixa, câmbio e bolsa, alguém ainda se interessa por ouro?
Eu, definitivamente, me interesso.
Pode me chamar de ultrapassado, eu não ligo.
Só tenho a agradecer pelos meus velhos hábitos.
Neste mês de fevereiro, acumulamos performance de 158% do CDI.
Compatível com o histórico de 160% do CDI conquistado durante os últimos dois anos, desde que a Carteira foi lançada.
Quem mais nos ajuda em 2016?
Pois é.
Aquele velho ouro ultrapassado virou o melhor investimento de 2016.
E nós já estávamos posicionados para pegar carona nesta vingança áurea.
Nossa posição em ouro sobe 17% em menos de dois meses.
De onde veio essa ideia maluca de ter ouro na Carteira?
Não conheço outra casa brasileira que tenha feito recomendação semelhante.
Mesmo lá fora, um dos poucos a fazê-la foi Ray Dalio – um de meus gestores preferidos, exatamente por não se importar de ir contra a corrente.
Ray foi ridicularizado ao dizer:
‘If you don’t own gold, you know neither history nor economics”.
E agora seu fundo ultrapassou o de George Soros, retomando o posto de melhor do mundo.
Graças, sobretudo, à rápida escalada do ouro de janeiro para cá.
A despeito desta forte alta, ainda não estamos prontos para zerar nossa posição.
Longe disso.
Não somos traders de curto prazo. Temos uma tese por trás deste investimento, bem explicada aos assinantes da
Carteira Empiricus.
Em 29 de janeiro, o Banco Central do Japão surpreendeu os mercados, entrando para o time do Banco Central Europeu.
E o mesmo vale para os BCs da Suécia, Dinamarca e Suíça.
O que eles têm em comum?
Taxas de juros negativas.
Hoje, cerca de um terço de toda a dívida emitida por governos da Zona do Euro oferece rendimentos negativos.
À medida que os Bancos Centrais perdem sua eficiência monetária, o ouro se valoriza.
O último bastião é o BC dos EUA, que foi obrigado a adiar seu cronograma de aumento dos juros, e pode até mesmo ter que suspendê-lo.
Se os americanos também entrarem para o time, o ouro pode buscar uma rápida apreciação dos US$ 1.200/onça atuais para topos históricos de US$ 1.800/onça.
Contemplamos um ganho potencial de +50%, em questão de meses, conquistado dentro de um contexto de crise.
Ou seja, realmente não estamos prontos para zerar nossa posição.
Estamos prontos para rentabilizá-la.
Ignis aurum probat, diziam os romanos.
O fogo testa o ouro.
Até a próxima!
Rodolfo Amstalden