GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A cidade onde um homem pode levar 30 chibatadas por guardar fotos de mulheres no celular

Militante islâmico balança bandeira do Estado Islâmico em Raqqa


Raqqa era pouco conhecida até o grupo autodenominado Estado Islâmico declará-la sua capital, em 2014.

Cidade semideserta de menos de 200 mil pessoas no nordeste da Síria, não teve muita importância nos últimos séculos. Isso mudou com o surgimento do grupo extremista e, agora, sua brutalidade e violência são conhecidos em todo o mundo.

Mulheres são proibidas de andarem sozinhas nas ruas, e enfrentam a vigilância constante da polícia feminina. Salões de beleza ou exibições de partidas de futebol foram banidos. Até quem for flagrado com uma foto de uma mulher no celular pode ser condenado a chibatadas.

Mas nem sempre foi assim.

A vida antes do EI

A principal transformação de Raqqa no último século se deu nos anos 1970, quando uma grande usina hidrelétrica foi construída perto dali, no rio Eufrates.

Grandes projetos de agricultura na área atraíram dezenas de milhares de novos moradores de outras partes da Síria em busca de oportunidades, o que alterou a demografia da região.

Antes disso, ela era meramente uma estação remota para policiar as rotas de comércio entre as principais cidades sírias no oeste e as cidades mais ocidentais do Iraque, de Mosul a Bagdá.

Raqqa está numa área que dá acesso a todas as partes da Síria, e também ao Iraque, através de uma grande região semideserta ao leste da cidade. Talvez esteja aí a razão pela qual o Estado Islâmico a tenha escolhido como sua capital.

Havia uma universidade particular e algumas escolas técnicas do governo na cidade. Raqqa era cheia de cafés e seus moradores costumavam ficar até tarde nas ruas durante o verão, em parques e restaurantes, onde jovens homens e mulheres conversavam juntos.

Aliás, eles estavam juntos também em protestos contra o regime do presidente, Bashar Al-Assad. Isso, claro, antes do EI tomar a cidade.

Não havia indústrias na província de Raqqa, a terceira maior da Síria, e a maior parte das pessoas trabalhava em fazendas ou para o governo. Costumes tribais são fortes na cidade e em sua região.

A cidade é povoada por árabes sunitas, ligados a tribos sunitas do oeste do Iraque. Havia uma minoria curda na cidade, e também em outras cidades de etnias mistas na província, como Ain Issa. Mas os curdos foram expulsos pelo EI, que questionaram sua lealdade após combates entre o Estado Islâmico e forças curdas em outras partes da Síria.

A nova rotina: violência e brutalidade

Ao assumir a cidade e a província, expulsando outros grupos rebeldes, o EI estabeleceu um estilo de governo que se centra na boa relação com profissionais locais e ex-funcionários do governo.

Leis islâmicas rígidas, ou sharia, foram impostas e tribunais especiais, comandados por juízes do EI, foram criados.

O comandante de Raqqa é chamado de "wali". Ele é apoiado por diversos emires, cada um responsável por um departamento de serviço.

As punições e penas duras introduzidas pelo EI fizeram com que seja impossível protestar ou resistir às políticas e práticas do grupo. Decapitações públicas são comuns, assim como punições para a longa lista de atos considerados crimes sob suas regras.

O EI depende, basicamente, de força brutal e violência para governar, e essa política é, geralmente, reforçada por jihadistas estrangeiros.

Os residentes que, inicialmente, ficaram na cidade, adaptaram suas vidas ao regime do grupo. Àquela época, havia segurança, alguma lei, serviços e acesso à comida.

Mas com o aumento dos bombardeiros aéreos recentes de Rússia e França e a destruição de sistemas de eletricidade e água, a vida se tornou difícil para civis. Há, agora, falta de combustível, já que a maior parte das refinarias foram atacadas.

Mulheres e meninas não podem deixar suas casas se não estiverem acompanhadas por um parente homem adulto - geralmente o pai, irmão ou marido - e o (véu) niqab é uma obrigação para elas, cobrindo topo o corpo, da cabeça ao tornozelo.

Há, também, uma força especial da polícia patrulhando as ruas para reforçar a aplicação da sharia, que incluem normas sobre como homens devem se vestir.

Fumar é proibido e quem for flagrado pela polícia "Al-Hisba" pode ser chicoteado. Todos os homens devem ir a mesquitas para orações durante o dia.

Entre as leis impostas pelo EI, há uma punição de 30 chibatadas para qualquer um pego com a foto de uma mulher gravada no celular.

Assistir jogos de futebol também é ilegal, e cafés podem ser fechados se flagrados exibindo partidas.

Uma força policial feminina, o batalhão "Al-Khansaa", patrulha as ruas para prender mulheres que não estão vestidas de acordo com a lei do grupo. Integrantes dessa força são, na maioria, esposas de combatentes do EI. Elas são responsáveis por punir quem não está vestida adequadamente e torturar detentas.

Salões de beleza foram banidos e a maioria das mulheres evita as ruas para evitar a vigilância da polícia feminina ou ser escolhida para se casar um jihadista se forem solteiras ou viúvas.

As esposas de combatentes mortos são forçados a se casarem com outros combatentes. Há incentivo para que não se tenha filhos, já que os casamentos duram pouco: a maioria dos jovens maridos estão em combate e muitos são mortos.

Sírios em Raqqa acreditam que o domínio do EI irá acabar, mais cedo ou mais tarde. Até lá, a repressão e a violência devem continuar.

Dicas para uma boa comunicação digital


Especialistas apontam: pequenas empresas, com pouca ou nenhuma verba para publicidade, precisam estar bem colocadas na Internet para irem longe

Marina Pita

Um dos grandes desafios das pequenas empresas é entrar na lista de fornecedores de uma gama ampla de compradores, dizem os especialistas.

Muitas vezes, segundo eles, não basta ter um bom produto e preço competitivo, é preciso se fazer conhecer.

Por isso, aprender algumas técnicas para uma comunicação eficiente pode ser tão imprescindível quanto ter capital de giro para o futuro de um negócio. 

A boa notícia é que a comunicação digital e, principalmente, a internet, permitiu que as empresas possam divulgar produtos e serviços a um público vasto. 

E o custo disso é comparativamente mais baixo do que os tradicionais anúncios de jornal e de televisão.

As plataformas online estão cada vez mais intuitivas e as pessoas cada vez mais conectadas, o que favorece a divulgação dos pequenos negócios por meio da rede mundial de computadores. 

O que nem todo mundo sabe, no entanto, são as regras que definem quem aparece e quem não ficará escondido no universo da internet.

Todas as ferramentas de buscas são regidas por algoritmos computacionais, que automaticamente definem quais sites e links aparecerão primeiro no resultado das buscas.

Estar entre os cinco primeiros resultados de uma busca pode significar um fluxo de pedidos e clientes crescentes. 

Por isso, nada melhor do que criar um site que atenda, com cinco estrelas, aos requisitos dessas ferramentas de pesquisa na internet. 

A primeira coisa que uma empresa precisa saber para se posicionar bem nas buscas online é conhecer que contexto e por quais palavras ela poderia ser procurada.

As palavras-chave devem aparecer com frequência no site, mas de forma natural.

O Google criou uma lista de dicas para ajudar a escolher as melhores palavras-chave, combinações e temas (veja link). 

Mas também é interessante checar o sistema de análise de conversões online e verificar quais palavras trouxeram visitantes para o site. 

Mas, além da parte de conteúdo, garantir uma boa estratégia para ser encontrado digitalmente depende, muitas vezes, da forma como seu site foi construído.

Por isso, quando for contratar alguém para executar um website, questione o desenvolvedor acerca das exigências para um bom ranqueamento online.

Ou mesmo se for fazer um site por conta própria, busque informações atualizadas sobre SEO (Search Engine Optimization), expressão em inglês que significa otimização de engenharia de busca.

Em 2012, o Google divulgou em vídeo algumas dicas para desenvolvedores de sites de pequenas empresas que podem ser valiosos.

Mais com menos: como usar a tecnologia para reduzir os custos da empresa

Mercado dispõe de serviços unificados e criativos para agradar clientes e diminuir os gastos em até 20%

Em época de crise, economizar é a palavra de ordem, tanto para as pessoas físicas como para as empresas, principalmente as micro e pequenas, segundo especialistas. Contudo, esta decisão demanda soluções criativas para evitar a diminuição, também, da qualidade de atendimento e serviços. 

Para citar algumas, é possível substituir uma reunião presencial, que exigiria custo com transporte (passagem área, gasolina, pedágio, dependendo do local), hospedagem e alimentação, por uma teleconferência.

Se a empresa possui filiais espalhadas pelo país, por exemplo, também é imprescindível que ela tenha um plano de telefone ilimitado para DDD.
Outra opção é armazenamento de dados nas nuvens, que possibilita que as empresas reduzam espaços físicos, utilizados para manter os mainframes ligados, e a memória do seu sistema. Em alguns casos a redução dos gastos pode chegar a 20%.

O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) recomenda, no documento "Criatividade e Inovação podem Alavancar as Vendas", que o empresário deve usar sempre serviços inteligentes no seu modelo de negócio.

Não apenas para vender mais produtos, mas também para agregar valor ao que a empresa oferece ao cliente, além de reduzir seus custos operacionais.

A ideia, segundo a instituição, é poder atender o cliente das mais diferentes formas e estar com seus produtos e serviços sempre à disposição dele.

"Os empreendedores precisam ter em mente que o uso adequado da tecnologia traz uma série de benefícios para a empresa. Ela precisa ser incorporada em todo o negócio para otimizar processos, unificar ações e, principalmente, auxiliar na melhora da qualidade de seus produtos e serviços e na diminuição dos gastos mensais", diz a coordenadora do segmento de PME (Pequenas e Médias Empresas) da Net, Gianne Conte.

Segundo Gianne, a NET, para atender a esse público, criou um canal especializado para atender esse nicho, o NET Empresas.

A coordenadora conta que as soluções disponíveis são pensadas especialmente para a convergência de serviços, onde telefonia IP, vídeos conferências, segurança e armazenamento de dados, por exemplo, "podem gerar economia significativa e resultados muito benéficos à rotina do negócio". 

Segundo a coordenadora, a Net Empresas possui em seu portfólio serviços de tecnologia que podem contribuir para o desenvolvimento das PMEs. Entre eles: internet com velocidade de 10, 30, 60 e 120 megas e serviços de telefonia de 24 ou 48 linhas.

"Esta é uma importante solução para empresas que têm muitos clientes. Não existe nada mais desagradável do que ligar para uma empresa e só encontrar a linha ocupada", comenta a especialista.

Gianne também sugere a adesão a planos de ligações ilimitadas para os estabelecimentos que utilizam muito o telefone para fechar negócios e têm filiais espalhadas pelo país ou no exterior.

"Todas as soluções podem ser combinadas de acordo com o perfil de cada negócio, como linhas de telefone, internet e TV." 

Segundo a especialista, com os pacotes de soluções para as pequenas e médias empresas, a redução nos custos pode chegar a 20% no fim do mês. "A empresa também pode optar pelo envio de uma fatura única de cobrança para todos os serviços de tecnologia para ajudá-la a ampliar o seu controle financeiro dos gastos."

As soluções do NET Empresas, segundo Conte, não estão limitados às PMEs.

"Com o cenário de crise econômica e de desemprego atual, mais profissionais liberais estão encontrando oportunidades para trabalhar em casa. E a tecnologia, principalmente internet e telefone, pode ser a grande aliada para o negócio alavancar ou não."
Além de soluções que focam o bom atendimento ao cliente, as empresas também precisam pensar no bem-estar do consumidor, na opinião de Conte.
"Em pequenos comércios e prestadores de serviços, por exemplo, sempre há uma sala de espera. Por que não agradar o cliente deixando um aparelho com TV a cabo disponível pra ele se distrair enquanto não é atendido? Há vários pacotes que são muito vantajosos para eles", diz Gianne.

Apps para produtividade. Não perca tempo!


Empreender pode parecer algo descolado. O empreendedor é aquele sujeito explorador, que está a frente de seu tempo e pode transformar uma visão inovadora em um  negócio rentável e divertido. Tudo isso pode ser verdade. Mas também é um fato que, na maioria das vezes, os empreendedores são pessoas que lutam para colocar de pé uma ideia em forma de negócio e, não raro, estão sobrecarregados de tarefas. Por isso, nada mais importante do que melhorar a produtividade. Em épocas de mobilidade, nada melhor do que aproveitar o smartphone para ganhar tempo e tirar mais uma tarefa da lista. 

Para ajudar os empreendedores a realizarem as tarefas do dia-a-dia enquanto esperam uma fila, um atendimento ou simplesmente estão presos no transporte, criamos uma lista de aplicativos que podem ajudar a realizar tarefas rapidamente. 

1 - O aplicativo do seu banco
Sim! Se você ainda não é um adepto, está na hora de rever seus conceitos. Os aplicativos de banco no celular são interessantes porque permitem o uso da câmera como leitor de código de barras, o que facilita muito para pagar boletos bancários, por exemplo. Além disso, permitem uma série de outras ações como checar a conta, fazer transferências, agendar pagamento, fazer aviso de viagem para o exterior...Existe até aplicativo que permite o depósito de cheques pelo celular, conheça

2 - Escâner de celular
O mundo evoluiu. Então, não fique você preso ao passado. Em vez de utilizar uma impressora multifuncional para escanear um documento, use o seu celular para isso. São vários os aplicativos que cumprem essa função, permitem salvar a imagem como PDF, JPEG, entre outras extensões, e enviar o arquivo gerado por e-mail e até SMS. Vale testar o CamScanner, Scanbot e o GeniusScan. 

3 - Tenha seus documentos e projetos a mão
Para quem está sempre na correria, uma boa ideia é ter os documentos de projetos, propostas ou mesmos documentos da empresa acessíveis a qualquer momento. Para isso, basta coloca-los em uma plataforma da nuvem que tenha aplicativo para sistemas operacionais móveis. Os mais famosos são o Drive, da Google, e DropBox, pioneiro neste campo. Mas há muitos disponíveis tais como: Amazon Cloud Drive, OneDrive, Box.com, BitCasa e iCloud.  Vale avaliar a necessidade de privacidade e ler os termos de uso para ter certeza que não há nada exposto demais. Afinal, nuvem é Internet. 

4 - Tarefas! Muitas tarefas!
Para não se perder na quantidade de coisas a fazer, as pessoas adoram fazer listas. Na versão digital, há aplicativos que permitem o gerenciamento de tarefas individuais ou em grupos, o que pode ser bacana se o empreendedor tiver um sócio ou um assistente. Também existem vários aplicativos que cumprem essa função para todos os sistemas operacionais móveis. Alguns bem conhecidos são: Tada, 2Do, Wunderlist, Todoist e Flow. 

5 - Leitor de cartão de visita
Você é um empreendedor. Definitivamente não tem tempo para colecionar cartões e perder horas procurando aquele contato que você demorou dias e muitos almoços para conseguir. Deixe tudo bem organizado no seu smartphone com a ajuda de um aplicativo que lê as informações do papel e já manda para a agenda digital. As vezes é preciso corrigir alguns dados, mas facilita o trabalho todo de digitação. Um aplicativo para isso é o Camcard.

Papa: mundo está 'à beira do suicídio', acordo sobre clima deve ser 'agora ou nunca'

A bordo do avião do papa, 30 Nov 2015 (AFP) - O papa Francisco afirmou, nesta segunda-feira, que o aquecimento climático põe o mundo "à beira do suicídio" e que a comunidade internacional reunida na Conferência do Clima de Paris (COP21) deve conseguir um acordo "agora ou nunca".

"Não estou seguro (do resultado da COP21), mas o que posso dizer é que agora ou nunca" se deve atuar diante da mudança climática, declarou aos jornalistas que o acompanhavam no avião papal rumo à capital italiana, após sua viagem à África.

Desde a conferência de Kioto em 1991, "pouco foi cumprido" e "a cada ano, os problemas são mais graves", enquanto tudo parece indicar, "empregando uma palavra forte, que estamos a bordo do suicídio", insistiu o pontífice argentino.

"A quase totalidade daqueles que estão em Paris quer fazer algo. Tenho confiança de que o farão, têm boa vontade e rezo por eles", disse. 

Francisco se comprometeu com a luta contra a mudança climática. Na primavera (boreal) passada, consagrou uma importante encíclica destacando que a degradação climática influencia a vida dos mais pobres ao produzir contaminação, catástrofes naturais, doenças, guerras e migrações.

Para remediá-lo, o papa advoga por uma forma de desacelerar o crescimento (econômico) e uma revolução energética, abandonando completamente as de origem fóssil. 

Em diversas ocasiões, pediu que a COP21 possibilite um acordo que obrigue os países mais ricos a ajudarem técnica e financeiramente os mais pobres para que possam concretizar esta revolução ecológica.

A Santa Sé foi representada na inauguração da conferência pelo cardeal Pietro Parolin, número dois do Vaticano, que deixou a delegação pontifícia na África para viajar a Paris.

Está todo mundo perplexo, diz senador; veja repercussão da prisão de Delcídio

prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) causou repercussão nos Três Poderes em Brasília.
Esta é a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo, já que a Constituição só permite a prisão de parlamentar em crime flagrante. Nesse tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente. É um dos poucos motivos que leva a corte a aceitar prisão preventiva de um parlamentar em pleno exercício do cargo.
Veja o que políticos e ministros disseram:

Repercussão da prisão de Delcídio do Amaral


Está todo mundo perplexo, claro. É um constrangimento generalizado aqui para a CasaPaulo Paim, senador (PT-RS)

A prisão do senador Delcídio atinge em cheio as ações do governo aqui no CongressoRandolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

Como ficam governo, PT e Eduardo Cunha após a prisão do senador Delcídio?

Para analistas políticos, prisão de Delcídio complica as situações de Cunha e Dilma

prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, complica a vida da presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores e pode agravar a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Analistas políticos comentaram os riscos que ameaçam os possíveis afetados.
Para Roberto Romano, professor de ética e política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a prisão do senador colocou a operação Lava Jato dentro do Palácio do Planalto. "Foi um golpe dos mais duros que o Planalto já recebeu nesse processo. A presidente terá de dar explicações mais sérias e ponderadas do que fez até agora".
Na opinião de David Fleischer, professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, e de Rui Tavares Maluf, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, cresce a chance de um processo de impeachment avançar no Congresso.
Delcídio Amaral foi preso acusado de tentar atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. Em gravação obtida pelos investigadores, ele propõe ajuda financeira e um plano de fuga do país ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que este não fechasse um acordo de delação premiada. O acordo, no entanto, foi fechado.

"Elo procurado"

Nestor Cerveró esteve envolvido na compra, em 2006, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que deu um prejuízo de US$ 792 milhões à estatal, e é réu por corrupção na petrolífera. Na ocasião do negócio, Dilma era ministra de Minas e Energia e presidia o Conselho Administrativo da empresa.
Para Fleischer, a compra da refinaria de Pasadena passará a ser o foco da operação Lava Jato, e a delação de Cerveró poderá trazer elementos que relacionem Dilma a malfeitos. "Estão procurando um fato novo contundente para servir de crime de responsabilidade [para aprovar o impeachment de Dilma]. Pasadena pode ser o elo procurado", afirma o professor, um dos autores do livro "De Facção a Partido: A Fundação e Evolução do PSDB, 1987-1998", editado pelo Instituto Teotônio Vilela, vinculado ao PSDB. "Fica difícil enxergar o futuro desse governo", diz Tavares Maluf.
O cientista político Cláudio Couto, professor de gestão pública da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo), discorda dos colegas. Para ele, as prisões recentes são relevantes, chamam a atenção e servem de munição contra o governo, mas não devem agravar a situação do administração Dilma Rousseff. "O que é mais uma flecha para São Sebastião? Para um governo já tão fragilizado, não é essa flecha que vai complicar mais. É um desgaste a mais. Enquanto não se apresenta uma prova categórica não muda a situação da presidente da República".

"Prego no caixão" de partidos

Tavares Maluf e Fleischer também entendem que há um cerco se fechando em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta semana, a Lava Jato levou à prisão o empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula. "Acredito que contra ele a situação está ficando mais complicada. Pode escapar de processo e de prisão, mas as consequências políticas [para ele] são duras", avalia o docente da Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
"[A prisão de Delcídio] vai baquear mais o PT, que alega que estão tentando destrui-lo. O PT está esperneando e pode perder muito feio nas eleições municipais de 2016 e nas eleições de 2018", declara Fleischer.
"É mais um prego no caixão do PT. Há uma reação, sobretudo da juventude petista, de romper com alianças que garantiram a governabilidade de Lula e Dilma. Essa reação é tardia e equivocada. Estão esquecendo dos que operam dentro do PT", diz Romano. Na opinião do professor da Unicamp, o descrédito em relação ao PT também vale para outras legendas, como o PSDB, o que revela a "falência do sistema partidário".

Eduardo Cunha

Os quatro analistas afirmam que as prisões de Delcídio e de André Esteves, dono do banco BTG Pactual, mostram que a operação Lava Jato poderá voltar a ser dura com políticos e empresários.
Um provável futuro alvo seria o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, outro investigado na Lava Jato e acusado de manter dinheiro em contas no exterior. "Isso pode ser um outro passo que o STF (Supremo Tribunal Federal) pode dar: suspender Cunha da presidência da Câmara", diz Fleischer.
Para Roberto Romano, o foro privilegiado é a grande sustentação da impunidade de políticos. Ainda de acordo com o professor da Unicamp, a prisão de Delcídio mostra que exceções podem acontecer, o que prejudica a situação de Cunha.
Claudio Couto não acredita, porém, que o STF tomará alguma medida contra o presidente da Câmara em breve. "Duvido que aconteça. Seria intervir em outro poder. Não consigo imaginar o Supremo fazendo isso a não ser que Cunha seja flagrado no cometimento de um crime. Precisaria ficar claro que está obstruindo investigação, coagindo pessoas".

Justiça da Suíça multa Cunha por criar obstáculos na investigação sobre contas

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi obrigado a pagar R$ 22,3 mil à Justiça suíça por tentar impedir que os extratos de suas contas fossem enviados ao Brasil.
Documentos confirmam que o Tribunal Penal Federal da Suíça constatou que o parlamentar, sua mulher, Cláudia Cordeiro Cruz, e integrantes do seu truste (conta de "confiança", gerida por terceiros com autorização do deputado) usaram o mesmo advogado e os mesmos argumentos no esforço de impedir que seus dados bancários fossem enviados ao Brasil e que o caso fosse julgado no País.
Os três recursos foram rejeitados e Cunha foi obrigado a arcar com todos os gastos do processo, inclusive as horas de trabalho dos juízes e da administração pública na Suíça. "O montante do pagamento é calculado em função de dimensão e dificuldade da causa, a forma das partes de proceder, sua situação financeiras e as taxas de administração", indicou uma decisão do tribunal.
Segundo os juízes, as pessoas que apresentaram recursos terão de arcar com os custos do processo, fixados em 6 mil francos suíços (R$ 22,3 mil).
O Ministério Público da Suíça já havia indicado a existência de US$ 2,4 milhões em contas secretas no banco Julius Baer, controladas pelo deputado e sua mulher. Os suíços, porém, optaram por transferir o processo ao Brasil.
A defesa do deputado apresentou um primeiro recurso, que foi negado ainda em início de outubro. Sem sucesso, seus advogados na Suíça recorreram ainda ao Tribunal Penal, pedindo a anulação da transferência da competência do caso ao Brasil. Se tal medida fosse entendida, nenhum dos documentos enviados teria a autorização de ser usado como provas em um processo no País contra Cunha.
Mas o recurso sequer foi tratado em sua substância, sob a alegação de que tal apelação apenas poderia ser considerada se a parte envolvida no processo fosse residente na Suíça. "Apenas pessoas processadas que tenham suas residências atuais na Suíça tem a legitimidade de recorrer", indicou a decisão do tribunal.
"Entre os três que recorrem, apenas Cunha é visado por um processo penal, cuja delegação às autoridades brasileira foi realizada", diz a decisão. "Entretanto, nenhuma das duas pessoas físicas que recorrem têm sua residência atual na Suíça. Quanto à sociedade, apesar da conta sob litígio que ela é titular na Suíça, ela não tem relações com esse país", constataram os juízes suíços Stephan Blatter, Giorgio Bomio e Nathalie Franciolli. "De forma definitiva, nenhum dos recorrentes pode pretender dispor do direito ao recurso."
Idênticos
O que chama a atenção dos juízes é que os recursos, os advogados e argumentos usados por Cunha foram "idênticos" ao que a empresa de truste que detém suas contas utilizou. "Eles são representados pelo mesmo advogado e que evocam em todos os pontos os mesmos argumentos", indicaram.
Para tentar se defender das acusações, Cunha insiste que é "apenas o beneficiário em vida" das contas na Suíça e que, de fato, os valores estão em nome de trustes. Esse será o seu principal argumento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Cunha ainda apontou que "abriu mão de ser o dono do dinheiro no momento que eu contratei o truste".
Mas a apresentação de um recurso idêntico entre o truste, a mulher de Cunha e o parlamentar revela, segundo os juízes suíços, uma estratégia comum para tratar do caso. "Os três recursos foram gerados a partir do mesmo conselho jurídico e são rigorosamente idênticos", indicou a decisão do Tribunal.
"Os recorrentes concluem na anulação da decisão de delegação e pedem um efeito suspensivo", explicaram os juízes. "Eles pedem, entre outros, que o Departamento de Justiça interpele as autoridades brasileiras para que as proibissem de utilizar os documentos e informações obtidas na delegação (do processo), apontou a decisão.
Um desses trustes, o Orion SP, é suspeito de ter sido abastecido pelo lobista João Henriques. Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, Henriques indicou que o dinheiro enviado ao deputado estava relacionado com um contrato da Petrobras na África.
"Foram 5 transferências realizadas entre 30 de maio de 2011 e 23 de junho de 2011, sendo 4 no valor de 250.000,00 francos suíços e 1 no valor de 311.700,00 francos suíços. Todas essas transferências foram confirmadas tanto no extrato da conta de origem dos recursos (conta Ancona International LTD, de João Henriques), como no extrato da conta destinatária dos recursos (conta Orion SP, de Eduardo Cunha)", informa o processo contra Cunha no Ministério Público Federal.
Na decisão do Tribunal na Suíça, o documento ainda confirma que o MP em Berna "abriu um processo penal" contra Cunha, "suspeito de ser culpado por lavagem de dinheiro".
O caso, segundo a decisão, está relacionado "ao escândalo político-econômico sobre os supostos atos de corrupção em grande escala cometidos no Brasil". Nesse contexto, houve o sequestro de documentos bancários.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)