Dados da SSP colocam a cidade como a mais violenta do litoral norte.
Tráfico de drogas é o principal motivo dos crimes cometidos, diz polícia.
A Polícia Civil criou uma equipe especial para investigar os homicídios em Caraguatatuba, cidade do litoral norte que registrou mais casos do tipo no ano passado. Foram 32 registros contra 16 de São Sebastião, 15 de Ubatuba e quatro em Ilhabela. Parentes de vítimas reclamam da lentidão na solução dos inquéritos.
O delegado titular da cidade, Marcelo Abreu, e outros três investigadores formam o grupo que vai ficar responsável pelas apurações. "O nosso trabalho consiste em identificar os autores através de prova testemunhal, prova pericial, do armamento utilizado. Existem casos que a mesma arma já praticou outros homicídios. Identificado com confronto balístico, a gente acaba retirando esse homicida através da decretação da prisão temporária", afirmou.
Ainda de acordo com o delegado, o tráfico de drogas é o principal motivo dos crimes cometidos na cidade. "Tem um desacordo, o pequeno traficante não paga o grande traficante e aí num acerto de contas, para haver essa diferença de dinheiro, de valores, acaba cometendo os homicídios", disse.
Vitor Gabriel, de 17 anos, foi encontrado morto depois de sair de casa, no bairro Jaraguazinho, dizendo que ia trabalhar. A irmã dele, que prefere não se identificar, foi quem encontrou o corpo do adolescente em um matagal. "Encontrei no Rio do Ouro lá no meio do mato. Pelo jeito que está lá, botaram fogo nele, mas eu sei, é meu irmão, porque eu vi a roupa dele", afirmou.
Ainda segundo a irmã, Gabriel era usuário de drogas e a suspeita é de que ele tenha sido morto por causa de uma dívida com traficantes. A família do jovem reclama da lentidão no trabalho da polícia. "E aí, o que o policial disse para mim: ‘olha moça, a gente não pode ir atrás de fofoca assim. Vocês vão lá mesmo e procurem, se vocês encontrar vocês tirem fotos e tragam para a gente e a gente vai lá", afirmou.
A Polícia Civil informou que já tem um suspeito preso neste caso, mas que ainda investiga o caso.